[Sans Soleil, 1983, assistir 4´20"-4'45"]
“I will have spent my life trying to understand the function of remembering,
which is not the opposite of forgetting, but rather its lining.
We do not remember. We rewrite memory much as history is rewritten.
How can one remember thirst?”
[Chris Marker, produtor do filme Sans Soleil, 4´20"-4'45"]
"Você encontrará à esquerda das moradas do Hades uma fonte,
junto a ela está um cipreste branco.
Desta fonte não chegue perto.
E encontrará outra, do lago da Memória
escorrendo água fria, e os guardiães estão à frente dela.
Diga: 'sou filho da Terra e do Céu estrelado,
mas minha raça é celeste, isso vocês próprios sabem.
Estou seco de sede e pereço: então, dêem-me rapidamente
água fria que escorre do lago da Memória.'
Estes lhe darão de beber da fonte divina;
deste momento em diante você reinará entre outros heróis".
Desta fonte não chegue perto.
E encontrará outra, do lago da Memória
escorrendo água fria, e os guardiães estão à frente dela.
Diga: 'sou filho da Terra e do Céu estrelado,
mas minha raça é celeste, isso vocês próprios sabem.
Estou seco de sede e pereço: então, dêem-me rapidamente
água fria que escorre do lago da Memória.'
Estes lhe darão de beber da fonte divina;
deste momento em diante você reinará entre outros heróis".
Lâmina de Petélia. Tradução de Gabriela Gazzinelli. In: GAZZINELLI, Gabriela Guimarães. Fragmentos órficos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007, p.74.
"...toda alma humana, por natureza, tem contemplado a realidade, ou não viria para este <corpo> animal. Recordar, porém, das coisas dali não é fácil a toda alma: nem à que, então ali, quantas coisas viu rapidamente; nem à que, ao cair aqui, desgraçou-se _como ao voltar-se à injustiça por certas associações_ esquecendo das coisas santas que viu então. Restam poucas <almas> nas quais está presente memória suficiente. Estas, quando quer que vêem algo semelhante às coisas de lá, são aturdidas e não mais são <donas> de si mesmas, mas ignoram esta afecção por não a distinguirem suficientemente." [Fedro, 249e-250a, tradução minha]
...πᾶσα μὲν ἀνθρώπου ψυχὴ φύσει τεθέαται τὰ ὄντα, ἢ οὐκ ἂν ἦλθεν εἰς τόδε τὸ ζῷον: ἀναμιμνῄσκεσθαι δὲ ἐκ τῶνδε ἐκεῖνα οὐ ῥᾴδιον ἁπάσῃ, οὔτε ὅσαι βραχέως εἶδον τότε τἀκεῖ, οὔθ᾽ αἳ δεῦρο πεσοῦσαι ἐδυστύχησαν, ὥστε ὑπό τινων ὁμιλιῶν ἐπὶ τὸ ἄδικον τραπόμεναι λήθην ὧν τότε εἶδον ἱερῶν ἔχειν. ὀλίγαι δὴ λείπονται αἷς τὸ τῆς μνήμης ἱκανῶς πάρεστιν: αὗται δέ, ὅταν τι τῶν ἐκεῖ ὁμοίωμα ἴδωσιν, ἐκπλήττονται καὶ οὐκέτ᾽<ἐν> αὑτῶν γίγνονται, ὃ δ᾽ ἔστι τὸ πάθος ἀγνοοῦσι διὰ τὸ μὴ ἱκανῶς διαισθάνεσθαι.
Cette théorie de la réminiscence est orphique, à preuve "l'eau froide qui jaillit du lac de la Mémoire". Ces mots de réminiscence et de mémoire, quel en est le sens? Il est clair dès qu'on porte son attention sur l'image elle-même, ce qui'l faut toujours faire pous les comparaisons. Si j'ai eu une pensée...deux heures après... orientation de l´attention à vide, quelques minutes; vers du vide, mais vers du réel. Puis la chose est là soudain, sans erreur possible. Je ne la connaissais pas, et maintenant je la reconnais comme étant ce que j'attendais. Fait quotidien, et mystère insondable.
WEIL, Simone. Dieu dans Platon. In: Oeuvres complètes. IV, Écrits de Marseille. Paris: Gallimard, p.111-112.
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