sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ao menos as estátuas não se dissolvem no ar


Uma colecção importante de estátuas de mármore foi recentemente revelado numa escavação em Roma. Totalizam seis novas obras. Entre elas encontra-se um busto com retrato, duas cabeças masculinas da família imperial Severina, uma outra cabeça masculina da mesma família imperial, um outro retrato de menina da mesma época, uma estátua identificada como um Zeus nu e de tamanho natural, e ainda uma Herma arcaizante e de tamanho ampliado. Mais dados aqui.


Agradecemos ao blog Mitologia Clássica a informação.

Lembra-me o tempo que estive em Roma, e a vivência ambígua de todo o subsolo. Por um lado era o espaço de crescimento da cidade, que necessitava do metro para se tornar funcional: e a essa conta multiplicavam-se os estaleiros marcados como expansão da linha do metro. Por outro era o espaço onde, se algum passado viesse alguma vez a ser redescoberto, seria lá. Mas mesmo essa última atitude era ambígua, nem escavar era sempre bom: quantas vidas de quantas pessoas eram prejudicadas pela construcção lenta que era necessária para que nada fosse destruído quando se perfurava o solo?, ou, mais espiritualmente, quntas pessoas não se cansavam do passado, duma Roma que vivia por vezes demasiado tímida daquilo que era, demasiado apegada a uma relação com um passado, e receosa de se lançar ao futuro precisamente por ter essa âncora no passado da outra Roma? ou sempre era a mesma? Seja como for, parece-me que a destes últimos jamais poderá ir avante. Lembra-me esta cena, esta mítica cena (algures nos 3:m).

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