Mostrar mensagens com a etiqueta josé saramago. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta josé saramago. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Perdoemos ao Scarlatti: nunca nos olhará por dentro.


http://www.fotolog.com/josfelic37/28495584
“É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica, sabe ele lá como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste, e Baltasar não é apenas o tição negro que parece, além de não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas isso também Deus é. Sem falar que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda tem, veria facilmente nos corações amantes, em alguma coisa há-de um simples mortal prevalecer sobre as divindades. E sem contar que sobre Vulcano também Baltasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a mulher”
José Saramago, Memorial do Convento, 27ªed., Lisboa, Caminho, 1998.
(A propósito da segunda fase da Prova Escrita de Português, Exame Nacional do Ensino Secundário, a decorrer hoje).

domingo, 12 de dezembro de 2010

Os melhores archeiros do mundo conhecido

agora o que ele quer descobrir é por que se chamava balear à funda, e vai de livro em livro, rebusca, impacienta-se, até que, finalmente, o precioso, o inestimável Bouillet lhe ensina que os habitantes das baleares eram considerados, na Antiguidade, os melhores archeiros do mundo conhecido, que era, evidentemente, todo, e que daí tinham tomado as ilhas o nome, pois em grego atirar diz-se ballô, não há nada mais claro, qualquer revisor é capaz de ver a etimológica linha recta que liga ballô a Baleares

José Saramago, História do Cerco de Lisboa, Caminho, 2008 (8ª edição).