segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

El legado de Tucídides en la cultura occidental.

Informação recebida pela Origem da Comédia:




O Conselho Editorial dos Classica Digitalia – braço editorial do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos - tem o gosto de anunciar um novo livro, publicado desta vez em parceria com o “Grupo de Investigación - Arenga" da  Universidad de Extremadura, reforçando assim a prática de internacionalização da actividade editorial.

Todos os volumes dos Classica Digitalia são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital. O eBook correspondente (cujo endereço directo é dado nesta mensagem) encontra-se disponível em acesso livre. O preço indicado diz respeito ao volume impresso.

NOVIDADE EDITORIAL

Colecção “Humanitas Supplementum” (Estudos)
- Juan Carlos Iglesias-Zoido: El legado de Tucídides en la cultura occidental. Discursos e historia (Coimbra, Classica Digitalia/CECH, ARENGA, 2011). 301 p.
Hiperligação: https://bdigital.sib.uc.pt/jspui/handle/123456789/61
PVP: 30 € / Estudantes: 24 € [capa dura]

XXIII World Congress of Philosophy




domingo, 27 de fevereiro de 2011

Outra Razão Possível Para a Criação da Origem

O que se segue é uma lista de respostas verídicas recolhidas dos testes de História de uma turma do quinto ano. A fonte é fidedigna. O teste incidia na parte final da matéria sobre o Império Romano, na emergência do cristianismo e na civilização árabe. Num primeiro momento, uma pessoa ri-se, mas rapidamente isto perde a piada. Estes alunos (porque são vários, e não tão poucos como seria desejável) não fazem a mínima ideia do que estão a dizer. Who You Gonna Call? OC!

Chefe do império romano: Alá.
Al-Andaluz é o nome que os muçulmanos dão a Deus.
Jesus Cristo era o fundador cristão. A sua religião era o islamismo.
A Bíblia antes chamava-se Corão.
Os romanos seguiam o monoteísmo, depois converteram-se ao cristianismo.
Os ensinamentos da Península Ibérica foram guardados na Bíbia.
Jesus Cristo trouxe paa a Península uma religião que era o cristianismo.
Jesus Cristo é o nome que os muçulmanos dão a Deus.
A era cristã é o tempo que os romanos tiveram para inventar o cristianismo.

bem melhor

βέλτερον ἤματα πάντα μετ' ἀθανάτοις ὀαρίζειν


bem melhor é passarmos os nossos dias em conversas amorosas com os imortais


Hino a Hermes I 170. Tradução minha.

Thíasos na blogosfera

Damos as boas-vindas à entrada da Associação de Teatro Clássico da FLUC, o Thíasos, na blogosfera!

A Refinada Misanthropia dos Antigos


§1

Demócrito e Heraclito foram dois filósofos, o primeiro dos quais, por considerar a condição humana vã e ridícula, não saía de casa sem uma cara escarnecedora e zombeteira; Heraclito, por ter pena e compaixão dessa mesma nossa condição, levava o vulto perpetuamente triste, e os olhos pesados de lágrimas.

Um
ria-se sempre que dava um passo
para fora de casa, mas o outro chorava.

[alter
Ridebat quoties à limite moverat unum
protuleratque pedem, flebat contrarius alter.]


Gosto mais da primeira atitude, não por ser mais agradável rir que chorar, mas porque é a mais desdenhosa, e porque nos condena mais do que a outra: e parece-me que é impossível sermos desprezados demais no que diz respeito ao nosso mérito. A pena e a comiseração estão de certa maneira relacionadas com uma certa estima por aquilo por que se tem pena: às coisas com as quais gozamos não atribuímos qualquer valor. Eu não penso de maneira alguma que haja em nós mais infelicidade do que há de vaidade, nem mais de malícia que de parvoíce: não estamos assim tão cheios de mal como estamos de loucura: somos menos miseráveis do que somos vis. Assim Diógenes, que se divertia consigo mesmo às voltas no seu tonel, e que virava o nariz ao grande Alexandre, tomando-nos a todos por meras moscas, ou por sacos de vento, é um juíz bem mais agreste e perfurante, e por conseguinte mais justo ao meu parecer que Tímon, a quem chamavam o Odeia-Gente. Pois levamos bem a peito aquilo que odiamos. E Tímon desejava-nos mal, desejava intensamente a nossa ruína, fugia do nosso convívio como de algo perigosíssimo, maligno, e de natureza depravada; enquanto que o outro tinha tão pouca consideração por nós que não o conseguiríamos incomodar, nem alterar o seu estado de espírito, e a razão de não nos fazer companhia não era ódio mas por desdém de estar connosco: não acreditava que fôssemos capazes de lhe fazer nem bem nem mal.

Montaigne. Essais, Chapitre L. Tradução minha.



Democritus et Heraclitus ont esté deux philosophes, desquels le premier trouvant vaine et ridicule l'humaine condition, ne sortoit en public, qu'avec un visage moqueur et riant : Heraclitus, ayant pitié et compassion de cette mesme condition nostre, en portoit le visage continuellement triste, et les yeux chargez de larmes.

alter
Ridebat quoties à limine moverat unum
Protuleratque pedem, flebat contrarius alter.

J'ayme mieux la premiere humeur, non par ce qu'il est plus plaisant de rire que de pleurer : mais par ce qu'elle est plus desdaigneuse, et qu'elle nous condamne plus que l'autre : et il me semble, que nous ne pouvons jamais estre assez mesprisez selon nostre merite. La plainte et la commiseration sont meslées à quelque estimation de la chose qu'on plaint : les choses dequoy on se moque, on les estime sans prix. Je ne pense point qu'il y ait tant de malheur en nous, comme il y a de vanité, ny tant de malice comme de sotise : nous ne sommes pas si pleins de mal, comme d'inanité : nous ne sommes pas si miserables, comme nous sommes vils. Ainsi Diogenes, qui baguenaudoit apart soy, roulant son tonneau, et hochant du nez le grand Alexandre, nous estimant des mouches, ou des vessies pleines de vent, estoit bien juge plus aigre et plus poingnant, et par consequent, plus juste à mon humeur que Timon, celuy qui fut surnommé le haisseur des hommes. Car ce qu'on hait, on le prend à coeur. Cettuy-cy nous souhaitoit du mal, estoit passionné du desir de nostre ruine, fuioit nostre conversation comme dangereuse, de meschans, et de nature depravée : l'autre nous estimoit si peu, que nous ne pourrions ny le troubler, ny l'alterer par nostre contagion, nous laissoit de compagnie, non pour la crainte, mais pour le desdain de nostre commerce : il ne nous estimoit capables ny de bien ny de mal faire.



§2

Sócrates
Quem dera, Críton, que a multidão fosse capaz de realizar os maiores males, contando que fosse igualmente capaz de realizar os maiores bens! Era bom que assim fosse... Mas a verdade é que ela não é capaz nem de uma coisa nem de outra. Não tem em si o poder de tornar um homem sensato ou insensato: o que faz é pura e simplesmente por acaso.

Platão. Críton. 44d. Manuel de Oliveira Pulquério (trad). Edições 70: 2009

Σωκράτης

Montesquieu


Pensées Diverses

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Estávamos Nós a Arar

Dos citrinos passamos aos bananais. As bananas, verdes, estão envoltas em túnicas de plástico. A grande flor da bananeira pende para o chão como o órgão sexual de um garanhão. As folhas longas assemelham-se a crinas. Ao fim de dois anos, o solo tem de ser arado e fica em pousio. Plantam-se bananais noutro local - mais trabalho pesado. — Deves ter notado - diz John - que algumas das árvores de citrinos secaram. Quando as raízes chegam às ruínas romanas, as árvores morrem. Há alguns anos, estávamos nós a arar e descobrimos uma rua romana inteira. 
John leva-me ao Hipódromo de Herodes. Os arqueólogos americanos já descobriram algumas daquelas paredes antigas. Olhamos para as escavações, com etiquetas a flutuar em todos os estratos. Há mais cacos do que terra naquelas ribanceiras: são os cântaros dos escravos que construíram aquelas paredes há dois mil anos. No centro do Hipódroo, uma elipse longa e graciosa, está um monólito caído que pesa muitas toneladas. Sentamo-nos sob as figueiras da encosta enquanto a Mississípi [a cadela] corre pelo meio das ervas altas e macias. O vento está brando e mexe a erva com graciosidade. Traça cursos de ar brancos sobre o verde.

Saul Bellow, Jerusalém - Ida e Volta. (pgs. 106-7)
Tinta da China, Lisboa: 2011. (trad.: Raquel Mouta)

Cultura e Filosofia na Grécia Antiga na FLUP

(De novo retirado integralmente do Jardim de Adónis; ou, Zé-biça tudo o que vê tudo cobiça.)

Faculdade de Letras da Universidade do Porto 
Departamento de Filosofia
CULTURA E FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA: ORIGENS
Prof. Doutor Álvaro dos Penedos
De 14 de Março até 4 de Junho de 2011

Tópicos programáticos
1. O Universo
2. Os Deuses
3. Os Primeiros Homens
4. Os mitos
5. A Odisséia
6. Mito e Filosofia 
As inscrições decorrerão de 28 de Fevereiro a 11 de Março de 2011.

RETÓRICA E NARRATIVA | Faculdade de Letras da Universidade do Porto

(Informação retirada integralmente do querido Jardim de Adónis.)




31 DE MARÇO DE 2011

9:00H Abertura

9:30H I Sessão – presidente: Graça Pinto
Jorge Deserto (U. Porto), «Mythos e epos em Hesíodo».
Maria do Céu Fialho (U. Coimbra), «Estratégias narrativas na epopeia de Apolónio de Rodes».
Marta Várzeas (U. Porto), «A narrativa nos hinos de Calímaco».

10:45H II Sessão – presidente: Maria do Céu Fialho
Cláudia Teixeira (U. Évora), «Retórica na Eneida de Virgílio: discurso, narrativa e emoção».
Zulmira Santos (U. Porto), «Retórica e ideologia em Os Lusíadas».
Isabel Almeida (U. Lisboa), «Retórica e Poesia: ligações benignas. Os Lusíadas à luz de alguns comentadores».

12.45H Almoço

14.30H III Sessão – presidente: Pedro Tavares
Carmen Soares (U. Coimbra), «A narrativa ao serviço do discurso moralizante, político e científico na historiografia herodotiana».
Adriana Nogueira (U. Algarve), «Demagogia e influência em Tucídides».
Manuel Ramos (U. Porto), «Arte oratória na narrativa de Salústio».
Cristina Pimentel (U. Lisboa), «Temor e compaixão: um olhar sobre a morte nos Annales de Tácito».

16:30H IV Sessão – presidente: Zulmira Santos
Carla Castelli (U. Milano), «Persuaders and narrators. Aspects of diegesis in the Second Sophistic».
Maria de Fátima Silva (U. Coimbra), «O agon judicial no romance de Cáriton».
Delfim Leão (U. Coimbra), «O topos do voyeurismo no Satyricon de Petrónio e no Burro de Ouro de Apuleio».

1 DE ABRIL DE 2011

9:30H V Sessão – presidente: Cláudia Teixeira
Ana Ferreira (U. Porto), «Da narrativa de Plutarco aos Panegyrici latini».
Belmiro Fernandes Pereira (U. Porto), «De Tito Lívio a Tácito: a historiografia clássica na retórica humanista».
Victoria Pineda (U. Extremadura), «Retórica y narración histórica: amplificatio, evidentia y ‘celerità’ en la Guerra de Cataluña
de don Francisco Manuel de Melo».

11:15H VI Sessão – presidente: Jorge Osório
Violeta Pérez Custódio (U. Cádiz), «Entre filología y retórica: el concepto de relato milesio en el s. XVI».
António Andrade (U. Aveiro), «De Antuérpia a Ferrara: memórias de viagens de cristãos-novos portugueses».
Rui Carvalho Homem (U. Porto), «“Holy fire”, “mighty line”: Retórica, prosódia e desejo em Hero and Leander, de Christopher Marlowe».

12.45H Almoço

15:00H VII Sessão – presidente: Carlos Azevedo
Ofélia Paiva Monteiro (U. Coimbra), «Da arte narrativa de Garrett e da projecção que obteve em alguma ficção posterior do nosso Romantismo».
Maria do Rosário Cunha (U. Aberta), «Retórica e narrativa em Eça de Queirós».
Gualter Cunha (U. Porto), «Mapas do tempo: retórica do lugar em Ulysses, de James Joyce».
Gonçalo Vilas-Boas (U. Porto), «Minotauro plural: Cortázar, Borges e Dürrenmatt».

17:00H VIII Sessão – presidente: Maria de Fátima Sousa e Silva
Fátima Marinho (U. Porto), «De Agustina a Saramago ou a arte de transgredir os clássicos».

17:30H
Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto…
…encontro com o escritor Mário de Carvalho

Leio Monet e vejo Homero


"Por toda a terra espalhava a Aurora o seu manto de Açafrão..."
[Ἠὼς μὲν κροκόπεπλος ἐκίδνατο πᾶσαν ἐπ᾽ αἶαν]
Homero, Ilíada, VIII, 1.


HOMERO. Ilíada. Tradução de Frederico Lourenço. Lisboa: Edições Cotovia, 2005. p.163.
_______
Imagem: Claude Monet, Impression, soleil levant, 1872, óleo sobre tela, 48 × 63 cm.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Para a Dana


Aristóteles e Phyllis

Aquamanile in the Form of Aristotle and Phyllis, séc. XIV, bronze, 32.4 x 17.8 x 39.3 cm, South Lowlands, Robert Lehman Collection.


"Título de como Aristóteles foi enganado por uma donzela, por conselho de Alexandre, porque o repreendia muito para que não se aproximasse das mulheres."

Alixandre, veyéndose reprehendido de su maestro Aristótiles, seyendo mançebo, porque se allegaba a mugeres, cató manera para lo reprehender. E tobo manera con una su donzella que lo enartase en esta manera: aquesta donzella se allegó a él con tal ingenio, que le dio a entender que lo amaba más que a sí e púsolo en tal estado, qu'él la amó desigualmente, atanto que le descubrió su amor, la qual, con diligençia por industria de Alixandre, gelo fue dulçemente dilatando, atanto qu'él le dixo que le daría todas las cosas que ella le demandase e faría quanto ella le mandase, la qual le respondió que ella lo deseaba más qu'él, pero que la dexase fazer una poca cosa e después qu'él fiziese en ella su voluntad secretamente, porqu'él era casado e viejo. E respondióle con maravilloso gozo que pidiese lo que quisiese. Díxole:

-Señor, déxame que bos enfrene e ensille e cabalge en vos con espuelas como caballero en caballo e vos faga pasar carrera de noche, por que non sea sabido, en la grand sala del palaçio a lunbre de candelas quando todos fueren dormidos.

Aristótiles, maravillado e pesante d'ello, dixo:

-¡O fija señora!, esto ¿para qué lo as tú, ca es daño mío e poco probecho tuyo? E dime por qué lo quieres esto.

-Señor, esto quiero yo porque los omes han costunbre de escarneçer de las mugeres quando han conplido sus voluntades, por que, si vos quisierdes burlar de mí después que agora conplierdes vuestra // [Fol. 92 r., col. a] voluntad, que pueda dezir yo cómo cabalgé en vos ante como en caballo.

E otorgado por él, enfrenólo e ensillólo e, caballera en él, lo fizo correr a quatro pies feriendo d'espuelas. Como Alixandre, que fazía todo esto, estobiese allí escondido tras un paramento e saliese a ellos e díxoles "¿qué es eso, maestro honrado?" e Aristótiles le viese, con grand pesar e mucha vergüeña le dixo:

-¡O fijo Alixandre!, tú as fecho todo esto. Jamás non te reprehenderé de cosa de mugeres, ca non ay seso de omne del mundo que non sea enartado por amor de muger.

BIENANDANZAS E FORTUNAS DE LOPE GARCÍA DE SALAZAR. Edición realizada por Ana María Marín Sánchez. [Leia o texto na íntegra, clicando aqui.]

Master of the Housebook, Aristotle and Phylliscirca 1485, ponta seca, diâmetro 155 mm, Rijksmuseum, Amsterdam.


Baccio Baldini, the Master of the Otto Prints (circa 1436-1487), Aristotle and Phyllis, gravura, Italy.



Baldung Grien, Aristotle and Phyllis, 1513, xilogravura, 330 x 236 mm, Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg.


Jan Sadeler I, Aristotle and Phyllis, circa 1590, gravura, Montreal Museum of Fine Arts.

Wenzel von Olmütz, Aristotle and Phyllis, circa 1500, gravura.

Master MZ, Aristotle and Phylliscirca 1500-03, gravura.

Jan de Beer (1450-1536), Aristotle and Phyllis, desenho.

E ainda há muitas outras imagens que representam Aristóteles e Phyllis, para vê-las clique aqui.

A Heaney a Day... §5 (et finis operis)

Mycenae Lookout

§0
§1
§2
§3
§4

5. His Reverie of Water

At Troy, at Athens, what I most clearly
see and nearly smell
is the fresh water.

A filled bath, still unentered
and unstained, waiting behind housewalls
that the far cries of the butchered on the plain

keep dying into, until the hero comes
surging in incomprehensibly
to be attended to and be alone,

stripped to the skin, blood-plastered, moaning
and rocking, splashing, dozing off,
accommodated as if he were a stranger.

And the well at Athens too.
Or rather that old lifeline leading up
and down from the Acropolis

to the well itself, a set of timber steps
slatted in between the sheer cliff face
and a free-standing, covering spur of rock,

secret staircase the defenders knew
and the invaders found, where what was to be
Greek met Greek,

the ladder of the future
and the past, besieger and besieged,
the treadmill of assault

turned waterwheel, the rungs of stealth
and habit all the one
bare foot extended, searching.

And then this ladder of our own that ran
deep into a well-shaft being sunk
in broad daylight, men puddling at the source

through tawny mud, then coming back up
deeper in themselves for having been there
like discharged soldiers testing the safe ground,

finders, keepers, seers of fresh water
in the bountiful round mouths of iron pumps
and gushing taps.

Seamus HeaneyThe Spirit Level. faber & faber: 1996

Ainda Sobre A Velhice [Encore] — Entrevistas A Anciãos

Old Man, de Pino Dangelico
Ora, tenho-me encontrado com outros anciãos, animados de sentimentos bem diferentes e, em particular, lembro-me de ouvir certa vez o poeta Sófocles, quando alguém lhe perguntou: «Quanto ao teu serviço de Afrodite, Sófocles, és ainda capaz de arrebatar uma mulher?». E ele respondeu: «Tento na língua, homem; libertei-me do que falas tão agradavelmente como se me tivesse libertado de um amo louco e selvagem». A sua resposta pareceu-me na altura bela e, agora, ainda mais.

[νῦν δ᾽ ἔγωγε ἤδη ἐντετύχηκα οὐχ οὕτως ἔχουσιν καὶ ἄλλοις, καὶ δὴ καὶ Σοφοκλεῖ ποτε τῷ ποιητῇ παρεγενόμην ἐρωτωμένῳ ὑπό τινος: “πῶς,” ἔφη, “ὦ Σοφόκλεις, ἔχεις πρὸς τἀφροδίσια; ἔτι οἷός τε εἶ γυναικὶ συγγίγνεσθαι”; καὶ ὅς, “εὐφήμει,” ἔφη, “ὦ ἄνθρωπε: ἁσμενέστατα μέντοι αὐτὸ ἀπέφυγον, ὥσπερ λυττῶντά τινα καὶ ἄγριον δεσπότην ἀποδράς.” εὖ οὖν μοι καὶ τότε ἔδοξεν ἐκεῖνος εἰπεῖν, καὶ νῦν οὐχ ἧττον.]

Platão, República 329b-c
Guimarães, Lisboa: 2005. (trad.: Elísio Gala)

Mas lembro-me do que me disse Harold Rosenberg quando lhe perguntei como se sentia ele ao aproximar-se dos setenta anos: — Bem, é claro que já ouvi falar da velhice e da morte e dessas coisas todas, mas, no que me diz respeito, não passam de rumores.

Saul Bellow, Jerusalém - Ida e Volta (pg.124)
Tinta da China, Lisboa: 2011. (trad.: Raquel Mouta)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Nietzsche, O Filólogo

Por causa da reacção hostil, por parte do establishment classicista, à publicação da Origem da Tragédia, já aqui documentada, e porque Nietzsche acabaria por se destacar muito mais como filósofo, esquecemo-nos, por vezes, que, apesar de tudo, ele não deixou de contribuir para a filologia clássica do seu tempo, como bom professor da área. Veja-se, a título de exemplo, a sua atribuição do Certamen, pequeno texto em que Homero e Hesíodo se enfrentam, triunfando (muito estupidamente, e não apenas porque discordo do resultado) o segundo. A tradução portuguesa, por Ana Elias Pinheiro, encontra-se, como anexo, no final do volume com as obras de Hesíodo, publicado pela INCM em 2005.  
In its present form the Certamen dates from the reign of Antoninus Pius, as appears from the reference in §3 to his predecessor Hadrian. But much of it, including the actual account of the contest, was taken from the Mouseion of the sophist Alcidamas, written in the firts half of the fourth century BC. This was argued by Friedrich Nietzsche in 1870, on the grounds that two of the verses in §7 are quoted by Stobaeus as from that work, and that the Certamen itself cites it for the death of Hesiod at a point where an alternative version is given (§14). Nietzsche's hypothesis was confirmed, firstly by a papyrus of the third century BC (P. Lit. Lond. 191), which contains a portion of the Certamen, and secondly by another of the second or third century AD (P. Michigan inv. 2754), which has the end of the Certamen, followed by an epilogue and the subscription "Alcidamas, On Homer". This presumably marked the conclusion of one section of the Mouseion, which then went on to speak of other poets.
M. L. West, introdução às Vidas de Homero 
in Homeric Hymns. Homeric Apocrypha. Lives of Homer.
HUP, Cambridge MA/Londres: 2003. (Loeb Classical Library #496) 

Viagem à Grécia

1.
Deito os pedaços para trás de mim
por cima dos ombros e não olho à volta
nem sem nem pessoas nem animais
cada pedaço uma história
cada palavra no pó
atrás de mim
forma o rasto

2.
Não há caminho para o Olimpo
para as pessoas
apenas arbustos cardos silvas
um cão
guarda o deserto
acorrentado sob um sol já alto
ladra rouco
continua a ladrar

3.
Se me atiro da falésia de Leucade
permaneço no lugar do salto
contando apenas com o mar
esvaziado sem ir até ao fundo
não te atravessei a nado
ó mar tu eu mar

4.
Eu sou Ulisses e tu, sereia, um homem
cantas-me por sobre a água
remo com os braços:
junto ao remoinho sem falar
na sede da tua voz
com a minha fuga te enfeito
na margem do outro lado

Eva Christina Zeller, Sigo a Água, Maria Teresa Dias Furtado (trad.), Relógio d'Água, 1996

A Heaney a Day... §4

Mycenae Lookout

§0
§1
§2
§3

4. The Nights

They both needed to talk,
pretending what they needed
was my advice. Behind backs
each one of them confided
it was sexual overload
every time they did it
and indeed from the beginning
(a child could have hardly missed it)
their real life was the bed.

The king should have been told,
but who was there to tell him
if not myself? I willed them
to cease and break the hold
of my cross-purposed silence
but still kept on, all smiles
to Aegisthus every morning,
much favoured and self-loathing.
The roof was like an eardrum.

The ox's tons of dumb
inertia stood, head-down
and motionless as a herm.
Atlas, watchmen's patron,
would come into my mind,
the only other one
up at all hours, ox-bowed
under his yoke of cloud
out there at the world's end.

The loft-floor where the gods
and goddesses took lovers
and made out endlessly
successfully, those thuds
and moans through the cloud cover
were wholly on his shoulders.
Sometimes I thought of us
apotheosized to boulders
called Aphrodite's Pillars.

High and low in those days
hit their stride together.
When the captains in the horse
felt Helen's hand caress
its wooden boards and belly
they nearly rode each other.
But in the end Troy's mothers
bore their brunt in alley,
bloodied cot and bed.
The war put all men mad,
horned, horsed or roof-posted,
the boasting and the bested.

My own mind was a bull-pen
where homed King Agamemnon
had stamped his weight in gold.
But when hills broke into flame
and the queen wailed on and came,
it was the king I sold.
I moved beyond bad faith:
for his bullion bars, his bonus
was a rope-net and a blood-bath.
And the peace had come upon us.

Seamus HeaneyThe Spirit Level. faber & faber: 1996

Os Jardins de Adónis Dizem-se de Muitos Modos

§1


Adónis.


§2

Sócrates
Aquele [discurso] que com conhecimento se escreve na alma de quem aprende, esse é capaz de se defender a si próprio e sabe falar e ficar silencioso diante de quem convém.

Fedro
Estás a referir-te ao discurso de quem sabe, o discurso vivo e animado, de que o escrito se poderia considerar justamente uma imagem.

Sócrates
Pois absolutamente. E agora diz-me: o agricultor inteligente, que se preocupa com as sementes e deseja torná-las fecundas, acaso as semeia diligentemente em pleno verão nos "jardins de Adónis", pela alegria de ver que esses jardins se tornam belos em oito dias?

Platão, Fedro 276b, José Ribeiro Ferreira (trad). Edições 70: 1973



§3

Platão refer-se ao costume de, por altura das festas de Adónis, as Adónias, semear plantas em vasos, em açafates ou mesmo em conchas, que se colocavam sobre o telhado (cf. Aristófanes, Lisístrata 389; Menandro, A Mulher de Samos, cuja acção começa com a celebração das Adónias). Graças ao calor do Sol cresciam rapidamente e floresciam, para, dentro de um pouco tempo também breve, fenecerem como símbolos da morte prematura do amante de Afrodite, Adónis. A expressão "jardins de Adónis" indica tudo o que é passageiro como a existência do deus.

José Ribeiro Ferreira. Nota 163 à passagem acima.


§4


José de Ribera, Vénus e Adónis. (1637) @ Galleria Nazionale di Palazzo Corsini a Roma.



§5

As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas e eterna, porque
Nascem nascido já o Sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.

Ricardo ReisPoesia. Assírio & Alvim: 2000.




§6

Ω ΤΟΝ ΑΔΩΝΙΝ

CANTO ADONEUS, væ!

Sappho [?], fr 168. Tradução minha.



§7

"o nosso"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cenas Clássicas

(este post é integralmente copiado dos nossos amigos do Jardim de Adónis)


PROGRAMAÇÃO

Segunda-Feira, dia 16/05
10h00 – 12h00: Ana Paula Quintela - Do Latim ao Português
14h00 – 16h00: Rui Morais - A arte clássica
17h30 – 19h00: Projecção do filme Pílades, de Pasolini

Terça-feira, dia 17/05
Symbolon V

Quarta-Feira, dia 18/05
10h00 – 12h00: Isabel de Ornellas e Castro – A gastronomia antiga
13h00 – Almoço Romano
14h00 – 16h00: Ana Ferreira – Momento Lúdico

Quinta-Feira, dia 19/05
15h00 – 16h30: O Fulaninho de Cartago, representação desta comédia de Plauto pelo Grupo de Teatro Thiasos

Sexta-Feira, dia 20/05
10h00 – 12h00: Adriana Nogueira – A figura de Hércules
14h0 – 16h00: Jorge Deserto - Hércules em Eurípides

Estão abertas, até dia 9 de Maio, as inscrições para o Cenas Clássicas, iniciativa que pretende sensibilizar os alunos mais jovens para a importância do conhecimento das línguas e culturas que estão na base da civilização ocidental. Em Portugal, na sequência da última reforma do Ensino Secundário, o ensino do Latim, do Grego e das respectivas literaturas e culturas quase desapareceu por completo dos planos de estudo.
Experiências anteriores, como o "curso" de Latim realizado no último Verão no âmbito da Universidade Júnior da UPorto, revelam que os mais novos se interessam por estas matérias, se tiverem a oportunidade de as conhecer. A Semana de Divulgação das Línguas e Culturas Clássicas vai ter lugar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), entre os dias 16 e 20 de Maio. Esta é uma iniciativa dos docentes da área de Estudos Clássicos, do Departamento de Estudos Portugueses e Românicos da FLUP. 
Para terem acesso à ficha de inscrição, clicai, por favor, aqui.

Um Excelente Gosto Em Estantes


A Heaney a Day... §3

Mycenae Outlook

§0
§1
§2

3. His Dawn Vision

Cities of grass. Fort walls. The dumbstruck palace.
I'd come to with the night wind on my face,
Agog, alert again, but far, far less

Focused on victory than I should have been÷
Still isolated in my old disdain
Of claques who always needed to be seen

And heard as the true Argives. Mouth athletes,
Quoting the oracle and quoting dates,
Petitioning, accusing, taking votes.

No element that should have carried weight
Out of the grievous distance would translate.
Our war stalled in the pre-articulate.

The little violets' heads bowed on their stems,
The pre-dawn gossamers, all dew and scrim
And star-lace, it was more through them

I felt the beating of the huge time-wound
We lived inside. My soul wept in my hand
When I would touch them, my whole being rained

Down on myself, I saw cities of grass,
Valleys of longing, tombs, a wind-swept brightness,
And far-off, in a hilly, ominous place,

Small crowds of people watching as a man
Jumped a fresh earth-wall and another ran
Amorously, it seemed, to strike him down.

Seamus HeaneyThe Spirit Level. faber & faber: 1996

Uma conferência sobre Fílon de Alexandria*

Na próxima quinta-feira, dia 24 de Fevereiro, pelas 14.30 na sala 5.2 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a professora Sofía Torallas Tovar, da Universidade Complutense de Madrid, dará uma lição subordinada ao tema «Língua e Cultura em Fílon de Alexandria». Esta conferência realiza-se no âmbito do Projecto «Fílon de Alexandria nas Origens da Cultura Ocidental» (FCT/CEC-FLUL).

*Já alguém escreveu aqui este post.

The Reader - Alguns Dizem



Lembraram-me recentemente, devido à evocação da banda sonora (Ludovico Einaudi), do latejante filme O Leitor; cujo título original The Readercomo me diz o João, não faz jus ao título do livro em que se inspira: Der Vorleser: aquele que lê perante, aquele que lê em voz alta para outros: Der Vorleser é o contador de histórias, é o tecedor de intrigas, é o rapsodo, e não simplesmente aquele que lê.

(Existe a história de que alguém alguma vez se deparou com Santo Agostinho - ou fora São Jerónimo? - a ler em voz baixa: algo raríssimo: a ideia de tal fazer é estranha à Antiguidade, para a qual ler é ler em voz alta; também pensar que a leitura ritual da Torah vem com recomendação de que seja em voz alta, ou quando muito acompanhada de movimento dos lábios, para relacionar com o texto lido todo o corpo e não apenas o intelecto. Mas afasto-me.) 

No filme há uma bela cena, que precede uma outra longa cena de várias outras leituras, em que Michael Berg recita a Hanna Schmitz dois excerptos de obras clásicas nos originais Latim e Grego. Lê-lhe Horácio, lê-lhe Sappho. O máximo que consegui encontrar foi este site, pois ao que parece a cena não existe separadamente no youtube. De 00:20:00 a 00:21.15.


Quo, quo scelesti ruitis? aut cur dexteris
      aptantur enses conditi?

Para onde fugis, criminosos, para onde? e porque agarrais
      com a vossa mão esquerda as lâminas embainhadas?

Horácio. Epôdo VII 1-2. Tradução minha.



[οἰ μὲν ἰππήων στρότον, οἰ δὲ πέσδων,]
οἰ δὲ νάων φαῖσ' ἐπὶ γᾶν μέλαιναν
ἔμμεναι κάλλιστον, [ἔγω δὲ κῆν' ὄτ-
τω τις ἔραται]

[oi men ippêôn stróton, oi de pésdôn,]
oi de náôn pháis' epi gân mélainan
émmenai kálliston, [égô de kên' ót-
tô tis ératai]

[Algums dizem que é uma hoste de cavalaria, outros de infantaria,]
Outros ainda há que dizem que uma frota é que é, sobre a terra escura,
A coisa mais bela, [mas eu digo que é aquilo que qual
Quer pessoa ama]

Sappho. fr. 16 1-4 (ele lê apenas as secções a parênteses rectos). Tradução minha.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Heaney a Day... §2

Mycenae Lookout

§0
§1


2. Cassandra

No such thing
as innocent
bystanding.

Her soiled vest,
her little breasts,
her clipped, devast-

ated, scabbed
punk head,
the char-eyed

famine gawk—
she looked
camp -fucked

and simple.
People
could feel

a missed
trueness in them
focus,

a homecoming
in her dropped-wing,
half-calculating

bewilderment.
No such thing
as innocent.

Old King Cock-
of-the-Walk
was back,

King Kill-
the-Child-
and-Take-

What-Comes,
King Agamem-
non's drum-

balled, old buck's
stride was back.
And then her Greek

words came,
a lamb
at lambing time,

bleat of clair-
voyant dread,
the gene-hammer

and tread
of the roused god.
And a result-

ant shock desire
in bystanders
to do it to her

there and then.
Little rent
cunt of their guilt:

in she went
to the knife,
to the killer wife,

to the net over
her and her slaver,
the Troy reaver,

saying, 'A wipe
of the sponge,
that's it.

The shadow-hinge
swings unpredict-
ably and the light's

blanked out.'


Seamus Heaney. The Spirit Level. faber & faber: 1996

a paixão grega

Li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
quando alguém morre também eu quero saber da qualidade da sua paixão:
se tinha paixão pelas coisas gerais,
água,
música,
pelo talento de algumas palavras para se moverem no caos,
pelo corpo salvo dos seus precipícios com destino à glória,
paixão pela paixão,
tinha?
e então indago de mim se eu próprio tenho paixão,
se posso morrer gregamente,
que paixão?
os grandes animais selvagens extinguem-se na terra,
os grandes poemas desaparecem nas grandes línguas que desaparecem,
homens e mulheres perdem a aura
na usura,
na política,
no comércio,
na indústria,
dedos conexos, há dedos que se inspiram nos objectos à espera,
trémulos objectos entrando e saindo
dos dez tão poucos dedos para tantos
objectos do mundo
e o que há assim no mundo que responda à pergunta grega,
pode manter-se a paixão com fruta comida ainda viva,
e fazer depois com sal grosso uma canção curtida pelas cicatrizes,
palavra soprada a que forno com que fôlego,
que alguém perguntasse: tinha paixão?
afastem de mim a pimenta-do-reino, o gengibre, o cravo-da-índia,
ponham muito alto a música e que eu dance,
fluido, infindável,
apanhado por toda a luz antiga e moderna,
os cegos, os temperados, ah não, que ao menos me encontrasse a paixão
e eu me perdesse nela
a paixão grega

Herberto Helder, A Faca Não Corta o Fogo
Assírio & Alvim, Lisboa: 2008.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Penélope Escreve

Ulisses e Penélope, de Francesco Primaticcio; @ Museu de Arte de Toledo, Ohio.
É mais que certo: não sinto a tua falta.
Fiquei a tarde toda a arrumar os teus papéis,
a reler as cinco cartas que me foste endereçando
na semana que perdemos: tu no Alentejo,
eu debaixo de água. Fui depois regar as rosas
que deixaste no quintal. Sempre só e sem
carpir o meu estado (porque não me fazes falta),
pus o disco da Chavela que me deste no Natal
e comecei a preparar o teu prato preferido.
Cozinhar fez-me perder o apetite; por isso
abri uma garrafa de maduro e não me custa
confessar-te que não sinto a tua falta.
Por volta das dez horas, obriguei-me a recusar
dois convites pra sair (aleguei androfobia)
e estou neste momento a recortar a tua imagem
(não me fazes falta) nas fotos que possuo de nós dois,
de maneira a castigar com o cesto dos papéis
a inábil idiota que deixou que tu te fosses.

José Miguel Silva, Ulisses Já Não Mora Aqui
&etc, Lisboa: 2002.

O Paradoxo de Delos


Havia uma lei fabulosa na Grécia Antiga que ditava que na ilha de Delos, famosa por ter acolhido Leto quando esta deu à luz os deuses gémeos Apollo e Ártemis, para que a memória desse duplo nascimento divino não fosse conspurcada, ditava que fosse proibido nascer ou morrer no seu solo. Sempre me perguntei exactamente o que é que fariam aos transgressores: se lá os apanhassem a nascer... matavam-nos? e se os apanhassem a morrer... matavam-nos?

Heheh.

Frescos de Pompeia e Pormenores de Frescos de Pompeia





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