Na grande maioria das composições dentro da tradição de música ocidental, as melodias são compostas a partir de notas intervaladas em meios tons. Dó, Dó#, Ré, Ré#, Mi, Fá, etc, todos têm um intervalo de meio tom entre eles. A sequência desses tons dá origem a um número de escalas, das quais as mais usadas são sem dúvida a escala menor e a Maior, consoante o posicionamento dos intervalos maiores (1 tom) e menores (1/2 tom) em sequência. Não assim na teoria musical grega, assente no pressuposto pitagórico da simbiose da matemática e da música. Os gregos não se ficaram por intervalos de 1 tom ou de meio, mas continuaram a dividir a dividir, o meio tom em um quarto de tom, o quarto de tom num oitavo de tom, chegando até a escrever sobre escalas que utilizariam tons divididos em 16 segmentos (!), por vezes até com razões filosóficas, tais como construir uma escala que incluísse o número de ouro.
Como é natural se pensarmos que em duas notas entre as quais hoje há apenas um meio tom, um intervalo grega poderia ter 3 notas, 7, ou até mesmo, em casos extremos, 15, a escolha de escalas era bastante mais vasta do que as que temos à disposição corrente hoje, sendo que das 12 escalas de que temos informações, 7 eram utilizadas quotidianamente, cada uma associada a um determinado tipo de carácter e sensibilidade humana, da mesma maneira que hoje em dia as escalas maior e menor são emparelhadas, respectivamente, pela dicotomia positivo/negativo.
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