segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Memórias do Prado §5

Morte de Lucrécia, de Eduardo Rosales
1871, óleo sobre tela, 257 x 347.

Depois do sucesso obtido com Isabel a Católica Ditando o Seu Testamento, Rosales voltou a abalar o género da pintura histórica em Espanha com esta tela. Tal como a anterior, o pintor relata a agonia de uma mulher virtuosa, cuja morte teria graves consequências históricas: neste caso trata-se do suicídio da patrícia Lucrécia, violada pelo filho do rei, facto que desencadeou o fim da monarquia e a proclamação da república romana no ano 510 a.C. Tendo como fundo a intimidade do quarto conjugal com uma rigorosa economia cenográfica, descreve o momento em que o corpo inerte de Lucrécia é amparado pelo pai, Lucrécio, e pelo marido, Colatino, enquanto Bruto e Valério exibem reacções diferentes perante o acontecimento: o primeiro clama vingança erguendo o punhal e o segundo oculta o rosto destroçado pela dor. Embora tenha obtido a primeira medalha na Exposição Nacional de Belas-Artes de 1871, esta pintura esteve envolvida em grande polémica devido à desconcertante modernidade da sua técnica, de pincelada ampla e diluída.

Alberto Pancordo, "A Colecção de Pintura Espanhola" in AA.VV., O Guia do Prado
Museu Nacional do Prado, Madrid: 2008

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