O Parnaso, de Nicolas Poussin
1631-1633, óleo sobre tela, 145 x 197
Para gregos e romanos, o monte Parnaso era o lugar onde vivia Apolo, o deus das artes e das letras. Junto dele viviam as nove musas, as divindades protectoras das ciências, do teatro e da literatura. Poussin imaginou este local idílico no momento em que nove poetas chegam a esta corte ideal. Da fonte Castália, personificada por uma ninfa, brotava a água que proporcionava a inspiração a quem a bebesse. Esta é oferecida por cupidos, que fazem parte do cortejo do deus. Apolo surge a presidir à reunião em que um dos sábios recebe uma coroa de louros. As folhas deste arbusto eram o seu símbolo e colocá-las na cabeça era reservado a artistas excelentes. Tem-se especulado acerca da identidade do premiado, que poderia ser o escritor Torquato Tasso (1544-1595), autor do poema épico Jerusalém Libertada. O pintor não só se serviu da escultura antiga como modelo, como também se inspirou num conhecido fresco de Rafael sobre o mesmo tema. O colorido suave e a composição equilibrada são uma homenagem a este artista do Renascimento.
Ángel Aterrido, "Pintura Francesa" in AA.VV., O Guia do Prado.
Museu Nacional do Prado, Madrid: 2008.
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