domingo, 30 de maio de 2010

A questão do eBook*



(Quando o Simão me mostrou este vídeo, nem queria acreditar: algumas destas coisas já me tinham ocorrido. Reparem no estilo do moço a imitar o Steve Jobs.)

*Na Antiguidade Clássica não existiam livros tal como os conhecemos hoje, existiam os volumina, muito menos práticos e mais difíceis de manusear, pois tinham a forma de rolos que era preciso enrolar e desenrolar - se se queria em algum ponto da leitura voltar atrás, era uma complicação. Por outro lado, as palavras estavam todas coladas umas às outras e não houve, durante muito tempo, pontuação.
Os códices (já bastante parecidos com os livros e feitos em pergaminho) são uma invenção posterior (ou da Antiguidade Tardia ou mesmo já da Idade-Média - não sei dizer ao certo) e, porque mais práticos e resistentes, mais fáceis de consultar, constituem uma verdadeira inovação. Os códices eram uma espécie de primo-gémeo do livro: muito parecidos com ele, exceptuando alguns detalhes. A parte mais engraçada é que os mais belos códices que possuímos foram feitos na altura em que surgiu a imprensa e a produção do códice se ia tornar obsoleta.
Nem na Antiguidade Clássica nem na Idade Média temos qualquer atestação de que tenham existido eBooks. Já existia, contudo, pirataria (e nisto o eBook não é original): Cícero e Santo Isidoro de Sevilha são dois autores que se queixam de cópias falsas e não autorizadas das suas obras estarem em circulação (no caso de Santo Isidoro, a obra pirateada tratava-se das Ethymologiae, no caso de Cícero não me recordo). Eis uma cópia das Ethymologiae que se encontra no mosteiro de Saint Gall.

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