quarta-feira, 26 de maio de 2010

Compensa

Poucos nos lêem
Poucos conhecem a nossa língua
Permanecemos sem justiça e sem aplauso
Neste canto distante
Mas compensa escrevermos em Grego.

Kostas Montis, obra não identificada.
(trad.: Fotini Hadjittofi)

Um poeta que conheci na Jornada Neo-Helénica, hoje, na FLUL. Tenho pena por o público ter sido pequeno, mas o evento é de louvar, procurando dar a conhecer um território poético tão ignorado entre nós (ao ponto de a fraca recepção dos textos editados em Portugal desanimar os tradutores, que sentem — erradamente — o seu trabalho como vão). Espero francamente que a coisa se possa repetir para o ano (e será Kazantzakis convidado então?), tanto mais que estava tudo bastante bem organizado — faltaram os livros dos poetas para venda, mas já soube que não foi por descuido, mas por motivos de força maior, alheios à organização, a que não posso deixar de dar parabéns, pela coragem e cuidado na preparação da coisa, mal-grado todos os reveses. Sugestão ousada: para o ano, passar um Angelopoulos.

3 comentários:

  1. Caro JD, muito obrigada pelas tuas palavras. Teríamos passado Angelopoulos, Sinopoulos e Kazantzakis, mas tínhamos pouca gente e era preciso ir aos poetas com maior visibilidade. Kostas Montis era o único poeta que não conhecia, e de facto ficou-me no ouvido também.

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  2. Cara Tatiana, concordo completamente com a vossa opção em pegarem nos nomes maiores da poesia grega. Num primeiro evento deste tipo não se podia fazer outra coisa e triste é que, ainda assim, o anfiteatro tivesse tantas cadeiras vazias. Pior para os que não foram, porque foi um dia bem passado (estive para mudar o título do post de "compensa" para "compensou", em referência ao dia) e que me deixou muito curioso para pegar em todos estes poetas (e o Manuel Resende mais do que me convenceu com a intervenção dele a investir em Elítis, para começar). "Louvada seja" a cultura helénica.

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  3. É verdade. Eu acho que para o ano vou estudar grego moderno. Os gregos andam a produzir extraordinária literatura desde o séc. X/IX a.C. :)

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