domingo, 23 de janeiro de 2011

A Velhice, Segundo os Poetas

Vós,] donzelas, com os belos dons [das Musas] de regaço violeta
sêde zelosas, bem assim com a] lira melodiosa, dos poetas amante.
Pois o meu outrora delicado] corpo, já a velhice
me arrebatou, e brancos] se tornaram os cabelos, negros que eram.
Pesado o meu coração se tornou, não me suportam já as pernas,
em tempos ágeis para a dança, como pequenas corças.
Isso lamento a toda a hora; mas que fazer?
alguém que não envelhece é algo que não pode existir.
Também em tempos Titono, diziam, a Aurora de róseos braços,
levada pelo amor, consigo arrastou para o fim do mundo,
sendo este belo e jovem; mas até dele se apoderou,
com o tempo, a [grisalha] velhice, dele que tinha imortal esposa.

o novo poema de Safo, traduzido por Carlos de Jesus
in Boletim de Estudos Clássicos 44 (2005).

Já os membros não podem comigo, ó donzelas
de vozes doces de encantar. Quem dera que eu fosse como o cérilo,
que voa com os alcíones, à superfície das ondas,
com seu peito inquebrantável, essa ave sagrada, cor de púrpura marinha.

Álcman, frg. 26 Page, traduzido por MHRP,
in Hélade - Antologia da Cultura Clássica

imagem: Os Três Estádios da Mulher (Esfinge), de Munch
c. 1894, @ Colecção Rasmus Meyer, Bergen

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