domingo, 27 de junho de 2010

Uma Pessoa Abre A Ilíada

à procura de um qualquer verso para o qual tem a referência e, ao folhear as páginas para lá chegar, depara-se com isto (3.216-223; trad.: Frederico Lourenço, Cotovia 2005):
Mas quando se levantava Ulisses de mil ardis,
ficava em pé com os olhos pregados no chão,
sem mover o ceptro para trás ou para a frente,
mas segurava-o, hirto, como quem nada compreendia:
dirias que era um palerma, alguém sem inteligência.
Mas quando do peito emitia a sua voz poderosa,
suas palavras como flocos de neve em dia de inverno,
então outro mortal não havia que rivalizasse com Ulisses.
Aquele verso não me abandonou o dia inteiro.

[ἀλλ᾽ ὅτε δὴ πολύμητις ἀναΐξειεν Ὀδυσσεὺς
στάσκεν, ὑπαὶ δὲ ἴδεσκε κατὰ χθονὸς ὄμματα πήξας,
σκῆπτρον δ᾽ οὔτ᾽ ὀπίσω οὔτε προπρηνὲς ἐνώμα,
ἀλλ᾽ ἀστεμφὲς ἔχεσκεν ἀΐδρεϊ φωτὶ ἐοικώς:
220φαίης κε ζάκοτόν τέ τιν᾽ ἔμμεναι ἄφρονά τ᾽ αὔτως.
ἀλλ᾽ ὅτε δὴ ὄπα τε μεγάλην ἐκ στήθεος εἵη
καὶ ἔπεα νιφάδεσσιν ἐοικότα χειμερίῃσιν,
οὐκ ἂν ἔπειτ᾽ Ὀδυσῆΐ γ᾽ ἐρίσσειε βροτὸς ἄλλος:]

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