«O contacto entre o reino Egípcio e a república Romana já tinha sido estabelecido gerações antes de o Egipto se tornar a última província independente das que derivavam do império fundado por Alexandre. Ptolemeu II Soter tinha-se recusado a participar activamente na guerra contra Mitídrates quando isto lhe foi solicitado por L. Luculo, tenente de Sula, em 87/86, apesar de o ter recebido com honras de Estado. É significativo o facto de Plutarco afirmar o seguinte: "Conta-se que Luculo não foi até Mênfis, nem se mostrou interessado nas outras afamadas maravilhas do Egipto; disse que tais coisas eram adequadas para um espectador ocioso, cujo único objectivo fosse a diversão, mas não para um homem como ele, que havia deixado o seu Imperator em campo aberto, junto aos acampamentos do inimigo." Se Luculo proferiu estas palavras a alguém da corte - e o comentário não parece ter sido feito a um membro do seu próprio séquito -, isto demonstra que um polido aristocrata romano se preocupava muito pouco com a linguagem que usava no país de um rei de quem era hóspede. Nem o dever nem a decepção podem desculpar tamanha indelicadeza.»
Esta são algumas das palavras que Herbert Box escreveu para a sua introdução de 1939 ao tratado In Flaccum de Fílon de Alexandria e destinam-se a elucidar o autor acerca do contexto das relações entre o Egipto e Roma antes de 38 a.C.
Antiga como é, e apesar de existir um comentário mais recente a esta obra (van der Horst, 2005), a obra de Herbert Box continua a ser, para mim, um excelente comentário ao tratado de Fílon de Alexandria e aquele que possui a melhor introdução às problemáticas suscitadas pela obra.
Herbert Box, que quando «googlamos» o seu nome nada, ou muito pouco, nos aparece sobre si, era, podemos inferir, um pensador lúcido, ocsutátos (como diriam os gregos), com toda a certeza com uma admiração pelo César que escreveu os Comentarii de Bello Gallico, e que, tanto quanto me parece, fez sempre a melhor interpretação possível das situações face aos dados de que dispunha. Só falhou onde as evidências arqueológicas e as tendências científicas do seu tempo o traíram. E mesmo assim, relendo esta obra um ano e meio depois de a ter lido pela primeira vez, quando já li tantos outros textos sobre os mesmos assuntos e problemáticas, continuo a dizer que falhou muito pouco. A referência bibliográfica do livro é:
Herbert Box, Philonis Alexandrini In Flaccum, Oxford University Press, 1939
Esta são algumas das palavras que Herbert Box escreveu para a sua introdução de 1939 ao tratado In Flaccum de Fílon de Alexandria e destinam-se a elucidar o autor acerca do contexto das relações entre o Egipto e Roma antes de 38 a.C.
Antiga como é, e apesar de existir um comentário mais recente a esta obra (van der Horst, 2005), a obra de Herbert Box continua a ser, para mim, um excelente comentário ao tratado de Fílon de Alexandria e aquele que possui a melhor introdução às problemáticas suscitadas pela obra.
Herbert Box, que quando «googlamos» o seu nome nada, ou muito pouco, nos aparece sobre si, era, podemos inferir, um pensador lúcido, ocsutátos (como diriam os gregos), com toda a certeza com uma admiração pelo César que escreveu os Comentarii de Bello Gallico, e que, tanto quanto me parece, fez sempre a melhor interpretação possível das situações face aos dados de que dispunha. Só falhou onde as evidências arqueológicas e as tendências científicas do seu tempo o traíram. E mesmo assim, relendo esta obra um ano e meio depois de a ter lido pela primeira vez, quando já li tantos outros textos sobre os mesmos assuntos e problemáticas, continuo a dizer que falhou muito pouco. A referência bibliográfica do livro é:
Herbert Box, Philonis Alexandrini In Flaccum, Oxford University Press, 1939
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