terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Novidades Editoriais Classica Digitalia

(informação recebida pela Origem da Comédia)
O Conselho Editorial dos Classica Digitalia – braço editorial do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da UC – tem o gosto de anunciar a sua mais recente publicação, com a qual se eleva para 60 o número de obras disponibilizadas. Todos os volumes dos Classica Digitalia são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital. O eBook correspondente encontra-se disponível em acesso livre. O preço indicado diz respeito ao volume impresso. 

Série “Humanitas Supplementum” (Estudos) 
- Frederico Lourenço, The Lyric Metres of Euripidean Drama (Coimbra, Classica Digitalia/CECH, 2011). 451 p. 
PVP: 40 € / Estudantes: 32 € [capa dura]

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Etymology-Man

[retirado daqui]

Nós, classicistas, às vezes conseguimos ser tão assim.

Um Café com Homero

Wilhelm Amberg, Leitura do Werther de Goethe (1870) @Alte Nationalgaleria, Berlim
A cerca de uma légua da cidade há um lugar chamado Wahlheim agradavelmente situado no flanco de uma colina; quem seguir pelo atalho que conduz à aldeia abrange num só olhar todo o vale. Há ali uma pequena loja, de que é dona uma velhota, ainda fresca, apesar da idade. Vende vinho, cerveja e café. O que mais aprecio do que ali existe são duas formosas tílias, cujos largos ramos cobrem de sombra um pequeno largo que há defronte da igreja, rodeada de granjas e choupanas. Nunca encontrei sítio mais sossegado e mais a meu gosto. Mandei levar para lá, de casa da minha hospedeira, uma cadeira e uma mesa, e é aí que passo algumas horas a tomar o meu café e a ler o meu Homero.

[Ungefähr eine Stunde von der Stadt liegt ein Ort, den sie Wahlheim nennen. Die Lage an einem Hügel ist sehr interessant, und wenn man oben auf dem Fußpfade zum Dorf herausgeht, übersieht man auf einmal das ganze Tal. Eine gute Wirtin, die gefällig und munter in ihrem Alter ist, schenkt Wein, Bier, Kaffee; und was über alles geht, sind zwei Linden, die mit ihren ausgebreiteten Ästen den kleinen Platz vor der Kirche bedecken, der ringsum mit Bauerhäusern, Scheunen und Höfen eingeschlossen ist. So vertraulich, so heimlich hab' ich nicht leicht ein Plätzchen gefunden, und dahin lass' ich mein Tischchen aus dem Wirtshause bringen und meinen Stuhl, trinke meinen Kaffee da und lese meinen Homer.]

J. W. Goethe, Werther [carta 26 de Maio]
Biblioteca Visão/Abril-Controljornal, Linda-a-Velha: 2000. (trad.: João Teodoro Monteiro)

domingo, 29 de janeiro de 2012

Direito Romano - Particularidades

Independentemente do pacto, só numa hipótese a coisa doada regressava ao doador ex lege: ocorria no dote constituído pelo pater. Morta a filha, devia ser restituído ao constituinte "para que, perdida a filha, lhe servisse como de consolo e não sofresse o desgosto de ter perdido a filha e o dinheiro" [...ut filia amissa solatii loco cederet [...] ne et filiae amissae et pecuniae damnum sentiret].

Santos Justo, Breviário de Direito Privado Romano
Coimbra Editora, Coimbra: 2010.

É caso para lembrar, com uma pequena alteração, a frase de Maquiavel: os homens esquecem mais depressa a morte [da filha] que a perda do património [O Príncipe XVII, §3].

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Para ti não haverá trevas

Tenebras habere non potes; sequetur quocumque fugeris multum pristinae lucis.

Para ti não haverá trevas; para onde quer que fujas seguir-te-á muito daquela luz antiga.


Séneca. Cartas a Lucílio. II.19. Tradução minha.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Theo Angelopoulos (1935-2012)

Toda a morte é estúpida, mas esta, da forma como aconteceu, é-o em particular (faz lembrar a do Gaudí). 
E pensar que ainda há dois dias aqui falávamos dele. Obituário e reacções aqui.

A Esperança na Caixa






E havia o Anjo da Esperança, que era o mais
Temido. Porquê o mais temido? Porque se sabia
Não esperado. Vinha a qualquer momento agarrar
Para a luta combatente, que é diferente da luta
Divergente. O que esfria distancia-se.

Maria Gabriela Llansol, O Começo de um Livro é Precioso §30
Assírio & Alvim, Lisboa: 2003.

'Bacchanale', de John Cage (1938/40)


Bacchanale is Cage's first work for prepared piano. He intended to write a piece for percussion ensemble, but the performance hall being too small, he started experimenting with objects inside the piano. The preparations are quite simple: weather-stripping, pieces of rubber, screws and bolts, placed between the strings.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

[COIMBRA] Aulas Intensivas de Latim e Grego - Gratuito


Para ingressar nas turmas os alunos devem contactar os referidos docentes, cujos endereços electrónicos se encontram na imagem. As aulas são gratuitas para todos os interessados.

Provérbios Latinos §3 (a partir de Pedro Mexia)

id laudi ducis, quod tunc fecisti inopia

 gabas-te do que só não fizeste porque não conseguiste



 



Não atribuas à virtude aquilo que se deve à incompetência.

Pedro Mexia, aqui.



        se nem eu nem tu o fizemos,
foi porque não pudemos: e agora
gabas-te do que só não fizeste porque não conseguiste;
que justiça há nisso? se o tivéssemos podido fazer
bem que teríamos feito.

        haec si neque ego neque tu fecimus,
non sivit egestas facere nos: tu nunc tibi
id laudi ducis, quod tunc fecisti inopia;
injuriumst: nam si esset unde id fieret,
faceremus.



Terêncio. Adelphoe.103-107. Tradução minha.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O [Outro] Olhar de Ulisses [Το βλέμμα του Οδυσσέα]

«Aquilo que é» é «Ele que é»


«Platão percebera claramente que a explicação filosófica essencial para tudo o que existe devia afinal ser encontrada, não entre aqueles elementos da realidade que estão continuamente a ser gerados e que por isso nunca existem verdadeiramente, mas em alguma coisa que, por não ser gerada, é verdadeiramente, ou existe. Ora tal como foi sublinhado pelo autor desconhecido de Exortação aos Gregos, logo no III século d.C., o que Platão tinha dito era quase exactamente o que diziam agora os cristãos «apenas com a diferença do artigo. Porque Moisés disse: Ele que é; e Platão disse: Aquilo que é.» E é mesmo verdade que «qualquer uma das expressões parece aplicar-se à existência de Deus.» Se Deus é Ele que é, também é Aquilo que é, porque ser alguém é também ser alguma coisa. Contudo, o contrário não é verdadeiro, porque ser alguém é muito mais do que ser alguma coisa.»


Étienne Gilson. Deus e a Filosofia. Trad. Aída Macedo. Lisboa: Edições 70, 2002

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O olhar de Ulisses



À medida que entravam todos os convidados,
dei-me conta de que tu não estavas. Nada
de estranho, vendo bem, pois não sei
porque haveria de supor o contrário. Simplesmente
não entravas nesse filme, não tinhas sido chamada
para o casting, mesmo se, do recinto em volta
onde se juntava muita gente te tinha entrevisto
de repente, a olhar curiosa os salões
iluminados. Não sei que lógica sustentaria
esse não estares, acontecendo ainda assim
à minha volta, nem sei quantos barcos
haverão de naufragar em torno
antes que o mar volte a ser calmo,
acácias voltem a florir, etc. Há uma ilha
adiante, passo por ela, ou antes,
diviso-a na distância, e mesmo se pedi
aos companheiros para me amarrarem ao mastro
do navio, não é menos devastador o abismo
que se abre, já que é abismo pressentir
no sobressalto o regresso cruel do corpo
adolescente. Assim no cinema disso
te pude escutar, enquanto os olhos
cegavam devagar no fogo de contemplar ao longe
um sol que me puxava para si, e os convidados
provavelmente sem entenderem razões
para o seu próprio movimento, como espectros
continuavam a percorrer os corredores
da casa iluminada. E tilintavam cristais e
uma valsa dolente a todos arrastava, enquanto
o meu olhar fugia pelas janelas abertas, e as mãos
sem o saberem procuravam, ainda em desespero,
o que fosse talvez um pedaço de mar,
como se apenas já se soubessem sossegadas
no naufrágio. As mãos eram os olhos
atravessados do fogo. E simplesmente
não estares tornava tudo branco.



Bernardo Pinto de Almeida, Negócios em Ítaca, Relógio d' Água, 2011

a alta melancolia do deus que foge




LACRYMAE RERUM
Giovanni Prati

Saltem si, rebus fractis, mihi nomina restant!


       A voi, fior della terra, a voi, gioconde
Stelle del cielo, i sogni e le speranze
Della ridente gioventù son pari.
Se non che l’astro e il fior passano immuni
Da colpa e da castigo, e noi travaglia
Pur giovinetti una tristezza arcana,
Quando parliam col limpido pianeta
E colle rose.

                        Sulla verde cima
Delle mie rupi, in margine a’ miei laghi,
Nel silenzio dell’ombra, oh! quante volte
Piansi pur io fanciullo, il ciel mirando
Pien di tremoli fochi o il sottoposto
Pendio stellato di silvestri gigli
E di pervinche!

                        In verità, si piange
Dunque nel mondo, e sin la primavera
Ha le lacrime sue. Forse non solo
Piangon gli occhi dell’uom, ma la pupilla
Pur dell’avida belva il pianto oscura.
Mai non vedesti, Elisa, un errabondo
Can, che ha smarrito il suo signor, corcarsi
Malinconico in terra? O sotto l’ala
Piegar la testa un povero augelletto
In gabbia d’ôr? Dai perfidi spiragli
Il bel verde de’ campi e il cielo ei guarda,
E la perduta libertà sospira.
Tutte piangon le cose; e i petti affanna
Ciò ch’è nato a perir.

                            Voi che venite,
Pellegrini del mondo, a questa Roma,
Non per recar nelle native terre
Qualche santo rosario od amuleto,
Ma per chinarvi a interrogar la spoglia
Dell’olimpico Lazio, il pianto vostro
Colle rugiade dell’eterna luna
Qui spargerete, e in qualche ermo cespuglio
Del Palatin la capinera al vento
Lancerà la sua nota.

                        Or io mi levo
Sulle alture del Celio, e mentre l’ôra
Nei sacri mirti come fa, si tace,
Pellegrini del mondo, a voi favello:
Questa Roma di Dardano, per molti
Rischi di terra e mar, seco ha recato
Colle ceneri d’Ilio il suo destino.
Qua giunse larva nel pensier d’Enea,
E qua crebbe e regnò. L’arido bruco
Nel novilunio suo non altrimenti
Fatto è farfalla. Un’intima possanza
Trasfigura le cose, e dalla morte
Nasce la vita, ed ambedue compagne
Van per la terra, altar di maraviglie
E di ruine.

                        Ma perpetuo il falco
Garrisce al monte, ma s’abbraccia il Sole
Col perpetuo nettuno e col deserto,
Mentre l’ora dell’uom va più veloce
Che non la rota della sua fortuna
Senza ritorni.

                        Virïate, il prode
Fulminator dai cantabri dirupi,
Come passò? dov’è l’asta di Brenno?
Dove il biondo cherusco e l’implacato
Cartaginese?

                        Io per le ripe indarno
Cerco Cesare nostro e le vestali
E i pontefici sacri: odo il galoppo
Del caval d’Alarico, e penso e piango,
Pellegrini del mondo, insiem con voi!
Figlio d’Italia, in vetta alle nevose
Mie tirolesi balze ebbi la cuna
Come il camoscio, e le varcai cantando
Fra’ miei vecchi pastori.

                        E ancor la squilla
Delle mandre disperse alla boscaglia
Nel cor mi suona, e dalle chiese alpestri
Gemere ascolto il passero solingo,
E rivedo le vie che i battaglioni
Vider di Francia ed or sotto l’accesa
Ferza canicular son traversate
Dal fulmineo ramarro.

                                   Agile e fresca
Allor ne’ polsi mi correa la vita
E nello spirto: allor caro soltanto
M’era il mio borgo, e mi parea più noto
Che non il Tebro, eredità di Giove,
Il più ignoto ruscel delle mie valli.
Oggi, affranto le membra e misto il crine,
Me condusser le Parche alla fatale
Città d’Ascanio; ed ospite pensoso
Odo dalle disfatte are il lamento
Dei numi d’Asia, e porto, a quando a quando,
Sul Gianicolo sacro o l’Aventino
L’alte malinconie del dì che fugge.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

[PORTO] Leituras FLASH: Ovídio



As Leituras FLASH vão ter a sua terceira sessão dedicada ao melhor dos poetas que alguma vez amou.
Às 15h30 do dia 24 de janeiro; quarta-feira, juntamo-nos nos jardins da Faculdade de Letras da Universidade do Porto para ler o poeta romano Ovídio. Começamos com o Livro X das Metamorfoses.
Mais informações aqui (site), e aqui (Facebook).


Patrícia, minha querida amiga, sabes que não estivesse eu metido aqui ex Ponto e estaria lá batido.

M

Hoje, um obrigado a todos os colaboradores do blogue:
atingimos a m-arca dos mil posts.

Filosofia Política Clássica vs Moderna IX

Témis e Egeu (440-430 a.C.) @ Altes Museum, Berlim.
Sócrates, o Moço: No que se refere aos restantes pontos, Estrangeiro, parece-me que foste sensato nas tuas declarações. Mas dizer que se deve governar sem leis, custa-me mais a aceitar.

Estrangeiro: Antecipaste-te um pouco à minha questão, Sócrates. De facto, tinha a intenção de perguntar-te se concordas com tudo o que foi dito ou se há algum aspecto que te incomoda. Porém, de momento, já se tornou evidente o meu objectivo: fazer uma exposição pormenorizada sobre a perfeição de governos sem lei. 

Sócrates, o Moço: E porque não?

Estrangeiro: Tornou-se, de certo modo, notório que a função legislativa é um atributo do rei. Daí que o mais importante não resida no fortalecimento das leis, mas sim do homem que exerce com sabedoria o cargo de rei. Sabes porquê? 

Sócrates, o Moço: Diz lá, porquê?

Estrangeiro: Porque uma lei nunca poderá prescrever que se faça o que é melhor e mais justo, abrangendo, ao mesmo tempo, o que é mais conveniente para todos. Na verdade, as diferenças entre os homens e as suas acções e o facto de, por assim dizer, nada do que é humano permanecer para sempre estável, esses aspectos não permitem que nenhuma espécie de ciência dê uma explicação válida para sempre sobre qualquer assunto. [...] No entanto, constatamos que é precisamente nesse sentindo que pende a lei - tal qual um indivíduo convencido, mas ignorante, que não autoriza ninguém a agir contra as suas ordens e não permite que se façam perguntas de validade superior às ordens por ele estabelecidas, nem mesmo quando se dá um acontecimento inesperado.

Platão, O Político 293e6-294c4
Temas & Debates, Lisboa: 2008. (trad.: Carmen Soares)

[{ΝΕ. ΣΩ.} Τὰ μὲν ἄλλα, ὦ ξένε, μετρίως ἔοικεν εἰρῆσθαι· τὸ δὲ καὶ ἄνευ νόμων δεῖν ἄρχειν χαλεπώτερον ἀκούειν ἐρρήθη. {ΞΕ.} Μικρόν γε ἔφθης με ἐρόμενος, ὦ Σώκρατες. ἔμελλον γάρ σε διερωτήσειν ταῦτα πότερον ἀποδέχῃ πάντα, ἤ τι καὶ δυσχεραίνεις τῶν λεχθέντων· νῦν δ' ἤδη φανερὸν ὅτι τοῦτο βουλησόμεθα τὸ περὶ τῆς τῶν ἄνευ νόμων ἀρχόντων ὀρθότητος διελθεῖν ἡμᾶς. {ΝΕ. ΣΩ.} Πῶς γὰρ οὔ; {ΞΕ.} Τρόπον τινὰ μέντοι δῆλον ὅτι τῆς βασιλικῆς ἐστιν ἡ νομοθετική· τὸ δ' ἄριστον οὐ τοὺς νόμους ἐστὶν ἰσχύειν ἀλλ' ἄνδρα τὸν μετὰ φρονήσεως βασιλικόν. οἶσθ' ὅπῃ; {ΝΕ. ΣΩ.} Πῇ δὴ λέγεις; {ΞΕ.} Ὅτι νόμος οὐκ ἄν ποτε δύναιτο τό τε ἄριστον καὶ τὸ δικαιότατον ἀκριβῶς πᾶσιν ἅμα περιλαβὼν τὸ βέλτιστον ἐπιτάττειν· αἱ γὰρ ἀνομοιότητες τῶν τε ἀνθρώπων καὶ τῶν πράξεων καὶ τὸ μηδέποτε μηδὲν ὡς ἔπος εἰπεῖν ἡσυχίαν ἄγειν τῶν ἀνθρωπίνων οὐδὲν ἐῶσιν ἁπλοῦν ἐν οὐδενὶ περὶ ἁπάντων καὶ ἐπὶ πάντα τὸν χρόνον ἀποφαίνεσθαι τέχνην οὐδ' ἡντινοῦν. ταῦτα δὴ συγχωροῦμέν που; {ΝΕ. ΣΩ.} Τί μήν; {ΞΕ.} Τὸν δέ γε νόμον ὁρῶμεν σχεδὸν ἐπ' αὐτὸ τοῦτο συντείνοντα, ὥσπερ τινὰ ἄνθρωπον αὐθάδη καὶ ἀμαθῆ καὶ μηδένα μηδὲν ἐῶντα ποιεῖν παρὰ τὴν ἑαυτοῦ τάξιν, μηδ' ἐπερωτᾶν μηδένα, μηδ' ἄν τι νέον ἄρα τῳ συμβαίνῃ βέλτιον παρὰ τὸν λόγον ὃν αὐτὸς ἐπέταξεν. κῆς ἐστιν ἡ νομοθετική·]

Many things there are, which the law can by no means provide for; and those must necessarily be left to the discretion of him that has the executive power in his hands, to be ordered by him as the public good and advantage shall require: nay, it is fit that the laws themselves should in some cases give way to the executive power, or rather to this fundamental law of nature and government, viz. That as much as may be, all the members of the society are to be preserved: for since many accidents may happen, wherein a strict and rigid observation of the laws may do harm; (as not to pull down an innocent man's house to stop the fire, when the next to it is burning) and a man may come sometimes within the reach of the law, which makes no distinction of persons, by an action that may deserve reward and pardon; 'tis fit the ruler should have a power, in many cases, to mitigate the severity of the law, and pardon some offenders: for the end of government being the preservation of all, as much as may be, even the guilty are to be spared, where it can prove no prejudice to the innocent. This power to act according to discretion, for the public good, without the prescription of the law, and sometimes even against it, is that which is called prerogative: for since in some governments the lawmaking power is not always in being, and is usually too numerous, and so too slow, for the dispatch requisite to execution; and because also it is impossible to foresee, and so by laws to provide for, all accidents and necessities that may concern the public, or to make such laws as will do no harm, if they are executed with an inflexible rigour, on all occasions, and upon all persons that may come in their way; therefore there is a latitude left to the executive power, to do many things of choice which the laws do not prescribe.

Locke, Segundo Tratado Sobre o Governo Civil §159 e §160

Outros labirintos

Agora falarei dos olhos de Ariadne.
Falarei dos teus olhos, pois de Ariadne
só talvez haja memória
entre as pernas de Teseu.

De Ariadne ou não, os olhos são azuis.
Azuis de um azul muito frágil,
como se ao fazer a cor uma criança
tivesse calculado mal a água.
É um azul diluído, o azul dos teus olhos,
diluído em duas ou três lágrimas
-uma delas minha, pelo menos uma,
as outras tuas, as outras de Ariadne.

Falarei destes olhos. Os de Ariadne,
deles deixarei que seja Teseu a falar.
Falarei desse azul que não vi em Creta,
pois passei a infância numa terra sem mar,
falarei desse azul que não vi em Naxos,
mas vi em Delfos onde, entre colunas,
passava os dias divinamente a fornicar,
indiferente ao oráculo de Apolo.
De resto, que deus grego não me aprovaria?
Que outra coisa se pode fazer na Grécia?
Ali podeis fornicar com toda a gente
- é clássico e barato -,
até com os coronéis.

Agora falarei dos olhos gregos de Ariadne,
que não são de Ariadne nem são gregos,
desses olhos que se fossem música
seriam a música de água dos oboés,
falarei apenas dos olhos do meu amor,
desses olhos de um azul tão azul
que são mesmo o azul dos olhos de Ariadne.


Ariadne, in "Obscuro Domínio"
Poesia Eugénio de Andrade, Modo de Ler, Rosto Editora, Abril 2011, pp.175-176.
(pelo aniversário do poeta, 19 de Janeiro de 1923)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Litterae Latinae in Rete Omnium Gentium


Litterae Latinae
litteraelatinae.eu

Hoc in situ facile inveniuntur varii per retem omnium gentium collecti textus librique, qui ad studium Litterarum Latinarum Antiquarum, necne Aetatis quae media dicitur, sive etiam quidam aetatis Renatarum Litterarum.  Adduntur quoque, quatenus animadvertere potui, textus Graeco sermone conscripti. Praesertim autem agitur de lingua latina discenda cultaque modis quos magis in dies adhibere possumus quippe qui instrumentis et apparatibus informaticis utimur.

Nexus apud matrem alteram meam studiorum, Romae Vivarium Novum.

Aluga-se Acrópole (Em Mau Estado)






terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mas queremos nós ser imitadores dos Gregos?



«Se hoje dificilmente alguém exige já a imitação dos Gregos, tal não se deve ao facto de eles terem perdido o seu valor, mas porque a palavra imitação – em total oposição ao que ela significara em épocas frutíferas e já na Antiguidade quando, por exemplo, a arte era imitação da natureza – se concebe agora com excessiva facilidade como simples cópia, como reprodução fotográfica. Semelhante imitação desprovida de espírito e morta seria o contrário do verdadeiro seguimento dos Gregos; seria, com efeito, deter o movimento que os Gregos incutiram à vida espiritual da Europa.
Mas queremos nós em geral ser imitadores dos Gregos e, nesse sentido, europeus? E se queremos, porquê? Para responder a esta última pergunta, que é a mais difícil, não basta referir que somos europeus e que só podemos viver no interior da tradição europeia. Se é apenas com labor e contrafeitos que arrastamos connosco esta tradição como se fora uma cadeira pesada, melhor será deixá-la de lado. Mas se a pretensão de sermos novamente autónomos e originais não assentar numa nova missão divina, então apenas pode induzir a barbárie e à crueldade. Sem dúvida, existe uma piedade da alma, um amor, que os Gregos ainda não tinham conhecido, mas uma evolução de dois mil anos mostra que o anelo de justiça, da verdade e da beleza não precisa de ser uma tentação do demónio, que também isto – não é necessário sentir vergonha por tal confessar – é divino, e todo o que sentiu o horror perante a barbárie, que nos ameaça por todos os lados, se sentirá necessariamente impelido a reflectir sobre os primórdios da nossa civilização na Grécia. O ponto de orientação, porém, não é a «educação», a «humanidade», mas o eterno, que os Gregos descobriram, e que neles se manifestou.
Mas não deve assim surgir a impressão de que a imitação humana e divina dos Gregos se excluem mutuamente, como se tivéssemos estritamente de nos decidir por uma ou por outra, como se uma conviesse melhor a um povo, e a outra a outro. Para terminar, observe-se ainda o seguinte: Há um ponto em que devemos ater-nos à humanidade, embora não tenhamos os dotes para ser humanistas, o mínimo de humanidade para o qual não se requer nenhuma dotação particular, ou seja, a reverência perante o homem. O incondicionado que está sobre nós, a justiça sobretudo e a verdade, têm a propriedade fatal de, por vezes, nos levar a esquecer que o incondicionado por nós concebido não é de modo algum o incondicionado. Permite-nos, porém, agir como se pessoalmente fôssemos o incondicionado – e ai, então, dos nossos pobres congéneres! E a explosão é tanto mais violenta quanto maior é a fé com que os homens pretendem estar ao serviço do incondicionado; e a catástrofe é certa quando se crê unanimemente que determinadas instituições são a encarnação do incondicionado. Importa então recordar que cada homem tem a sua própria dignidade e a sua liberdade. Por conseguinte: uma certa urbanidade e condescendência e talvez, o sancte Erasme, um pouquinho da sua ironia!»


Bruno Snell, in A Descoberta do Espírito, Edições 70, 1992

Artemidoro



A tua múmia está no Museu Britânico
entre as fileiras tristes do segundo andar.
Alguém ta descobriu num cemitério copta,
que os areais e o tempo haviam ocultado,
por séculos de calma eternidade
que em teu caixão não profanado por
ladrões de sepulturas conheceste.
Secaste assim serenamente, enquanto
quem tu eras se perdeu depressa
nas memórias humanas que habitaste.
Não eras rei, nem príncipe. E célebre
talvez o tenhas sido para os mercadores
que trataram contigo, para os teus amigos
com quem ceavas altas horas, para
tua mulher, teus filhos (só, quando pequenos,
te viam gigantesco e absorto e paternal).
A múmia que ficou de ti (só ressequida pele
rasgada aqui e ali, mostrando os ossos
por onde as sujas ligaduras se soltaram)
não se distingue das outras na fileira
envidraçada em que há decénios pó,
um fino pó, será de ti ou Londres.
Importa o teu caixão, ou mais, a tampa
em que, segundo os usos do teu tempo,
um pintor cujo ofício principal seria
retratar os mortos te compôs um rosto.
É bem possível que tu próprio encomendasses,
risonho e pensativo, esse retrato, ou que,
depois de ter's morrido, teus irmãos de igreja
te hajam decidido e colocado
essa máscara nobre de tragédia,
convencional tragédia em palcos de outro mundo.
Possível é também que esse retrato fosse
menos que tua máscara um rosto
que se escolhia – por ti ou só por eles escolhido
para esse último acto: o de estar morto
de olhos abertos para o que desse e viesse.
E o teu líquido olhar ficou fitando
– num jeito que passou a Creta,
atravessou incólume Veneza,
o Tintoreto e Roma até Toledo,
em que é de Apostolado para o Greco.
Mas para ti e os teus – um pouco egípcios,
um pouco sírios, gregos e romanos,
cristãos e persas: Cristo Pantocrator,
Ísis, Pan-háguia, os anjos e os profetas,
Demeter, a Fortuna, o Jano bifrontal,
Ormuzd e Ariman, Pitágoras, Platão,
o deus Ptah, Adónis, Minotauro,
e as bacantes agitando o tirso –
mas para ti e os teus, entre esse mar
de Ulisses e de António, de Pafos e de Chipre,
e o deserto da Esfinge e dos Colossos
que à madrugada num gemer saúdam,
mas para ti e para os teus, nas margens debruçados
para o murmúrio lamacento que afogou Antínoo –
que seria esse olhar tão líquido e profundo que me fita
envidraçado pela morte e pelas crenças todas
e também pela vidraça que, interposta,
nos não separa menos do que os séculos?

Artemidoro: Escuta! No silêncio ouves
os "buses" que passam, a gralhada que
em salas mais curiosas visitantes fazem.
Que mais escutarás com esses olhos que ouvem
atentamente os breves estalidos que o eterno,
como o romper da aurora nas estátuas,
provoca em nós e em nossas coisas, fissurando
a pouco e pouco a carne, a pele, os ossos, tudo
o que de deuses palpita e ressuscita em nós,
e em que talvez, sereno mercador, nem mesmo acreditasses?


Lisboa, 28 Abril 59


Jorge de Sena, Poesia II, Metamorfoses

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Emigro para outro país; estou cansado, é verdade(...)"



IV


Homero em sua desventura queixa-se dos Cimaios¹


«Que fado não permitiu Zeus se apoderasse de mim, era eu ainda infante no regaço de minha mãe! Minha mãe... é Esmirna, cidade de Eólia. Por vontade do Zeus da égide, os povos del-rei Frícon a rodearam outrora de muralhas. Povos do soberano Frícon, cavaleiros indomáveis de velozes corcéis, que se votavam aos trabalhos de Ares com o ardor e ímpeto do fogo! Ah! Esmirna de à beira-mar, açoitada pelas rajadas que sopravam do ponto, e o brando Meles límpido pelo meio da cidade!
Saindo dali proposeram-me as esclarecidas filhas de Zeus (as Musas) que cantássemos os louvores da terra e da civilização (pólin andrôn). Cidadãos insensatos fecharam os ouvidos às vozes divinas. (Mais de um se terá arrependido de haver, para seu opróbrio, urdido a minha desgraça). Resigno-me com a sorte que a divindade me deu, ao nascer. Suportarei com paciência o malogro de minhas aspirações e inspirações. Sou de ânimo altivo e ao corpo... não lhe apetece andar mais pelas ruas de Cime. Emigro para outro país; estou cansado, é verdade; mas devagar se vai ao longe...»

¹ Habitantes de Cime

Homero: Poemetos e Fragmentos; Tradução do Grego,Introdução e Notas do P.ᵉ M. Alves Correia, Colecção de Clássicos Sá da Costa,1947

Leitura pública da «Odisseia»

No dia 21 de janeiro, a República das Letras, programa para alunos do ensino secundário na ilha Terceira, fará uma leitura pública integral da Odisseia de Homero, com tradução de Frederico Lourenço.

Mais informações aqui.

domingo, 15 de janeiro de 2012

E Phebo Apollo Exaltou-o

Lembrado por esta partilha.


Dans l'Iliade, Troie est fatalement destinée à tomber. Mais elle est souvent en danger d'être prise d'une manière qui qui "surpasserait la décision", c'est-à-dire prématurément. Chaque fois, une divinité intervient pour empêcher qu'il soit ainsi. Le trépas qui se préparait pour Ulysse aurait "surpassé la décision", si Athéna ne l'avait pris sous sa protection. Autant il est dans la nature de Moira e poser des limites à la vie, autant il est dans celle des dieux de protéger la vie aussi longtemps que possible. Mais tout a une fin. Dès que Moira entend faire son entrée, les dieux n'ont plus qu'à lui laisser la place.

Ils ont par avance, et avant l'homme, connaissance de la décision. "Zeus et les autres dieux immortels savent bien auquel des deux la mort est impartie", dit Priam, avant même que ne commence le duel entre Pâris et Ménélas. Zeus sait que la mort est proche d'Hector. la seule chose qu'il puisse faire pour lui est de laisser resplendir une fois encore l'éclat de sa gloire, avant qu'il ne s'éteigne à jamais. A l'instant décisif, le grand dieu sent pourtant son coeur se briser de devoir livrer à la mort Hector, ce héros, irréprochable, qui ne manqua jamais de respect envers sa divinité. Il se tourne vers les dieux et leur pose la question: Ne voulons-nous donc pas le sauver? Athéna l'avertit: "Qu'as-tu dit là! Tu veux sauver de la puissance de la mort un mortel condamné depuis longtemps à un destin de mortel? Fais-le; mais nous, les autres dieux, nous ne pouvons pas approuver." Zeus apaise sa fille: il n'avait pas parlé sérieusement. Le destin suit à présent son cours. Mais à l'instant du dénouement, il lui faut parler explicitement. C'est pourquoi le père céleste saisit la balance d'or et y pose deux Kères (celles qui apportent la mort), la première pour Achille, la second pour Hector. Le plateau qui porte le "jour du destin" (αἴσιμον ἦμαρ) d'Hector plonge tout en bas jusque dans l'Hadès. C'est le signe. Au même moment, Apollon s'écarte d'Hector, à qui il avait jusqu'ici donné des forces.

[...]

Zeus a déploré le destin mortel qui échoit maintenant à Hector. Il a même convié les dieux à tenir conseil pour savoir s'ils ne veulent pas le sauver. "ou bien le moment est-il venu pour nous, si noble soit-il, de l'anéantir par la main d'Achille, fils de Pélée?" Tels sont lest termes de l'alternative. Athéna donne un avertissement sérieux, et Zeus se modère tout à coup. On pourrait croise à présent qu'il va faire en personne les préparatifs de la catastrophe. Mais son attitude est purement négative: il laisse faire Athéna. "Fais comme tu veux, et ne tarde pas!", dit-il á sa fille, qui se rend aussitôt de l'Olympe sur le champ de bataille. C'est alors que se déroule la scène significative dont nous avons déjà pu nous faire une idée. Dès que Zeus, à l'aide de la balance d'or, a fait connaître la volonté du destin, apollon abandonne Hector, et Athéna s'approche d'Achille. Elle l'aide d'une manière qui paraît choquant aux modernes. Mais c'est seulement parce qu'ils n'ont pas compris le sens de cet événement. Sous l'apparence trompeuse d'un frère d'armes, la déesse encourage Hector à demeurer sur place et à se battre avec Achille. Plein d'une joie reconnaissante, Hector se prête à la manoeuvre. Il croit engager le combat en ayant un fidèle second à ses côtés. Mais au moment où il a besoin de lui, ce compagnon s'est évanoui sans laisser de traces. Athéna l'a laissé à son adversaire plus puissant. Hector comprend immédiatement que, pour lui, c'est le fin. Il ne cherche plus qu'à mourir dignement. On aurait dû remarques depuis longtemps la grandeur d'une telle pensée: la déesse, qui agit ici pour le destin, aide en réalité l'infortuné à avoir une morte glorieuse et honorable.

[...]

Au lieu de cela, on s'est arrêté á critiquer Athéna de parler contre la vérité et de tromper la confiance d'Hector. Au moment crucial, elle ne dit pourtant que la simple vérité: "Achille aux pieds légers aura le dessus sur toi dans cette poursuite." Cela ne pouvait plus faire de doute, dès lors qu'Apollon, dont il avait reçu la force de courir, l'avait abandonné. Le poète le souligne avec insistance. Là n'est pas l'essentiel pour nous. L'important est d'observer qu'Athéna agit ici pour le destin. Toute son action est le reflet fidèle et effroyable du règne de la fatalité.

[...]

Le poète s'est ainsi expliqué avec suffisamment de clarté sur la façon dont les dieux agissent dans le sens du destin. Si la vie d'Hector n'avait pas été condamné, son affrontement avec la force supérieur d'Achille aurait signifié le risque d'un "surpassement de la décision" (ὑπὲρ μόρον) et aurait été empêché par un dieu. Effectivement, jusqu'au moment où la balance de Zeus fait connaître le destin, Apollon est aux côtés d'Hector. Il lui donne des forces et, comme le souligne expressément le poète, il empêche son adversaire de l'atteindre. Mais il lui faut ensuite se retirer et laisser la place à Athéna, c'est-à-dire au bonheur d'Achille. Tandis qu'Athéna protège et exalte la vie d'Achille, elle devient fatalité pour celle d'Hector. Nous ressentons avec une profonde horreur ce qu'il y a de démonique dans les circonstances qui conduisent à la mort. d'Hector. Le divin devient démonique pour ceux que le destin appelle.


Walter Friedrich Otto. Les Dieux de la Grèce (305-309) Claude-Nicolas Grimbert & Amel Morgant (trad). Payot: Paris (1981)

sábado, 14 de janeiro de 2012

'Bacantes' no São Luiz

Bacantes, a partir de Eurípides, pelo Teatro Oficina 
no São Luiz, de 20 a 22 de Janeiro 
M/18, sexta e sábado às 20h; domingo às 16h

Bacantes, de Eurípides, tragédia do embate entre a explosão dos sentidos e as razões de Estado, território de manipulação do desejo em nome da vingança, regressa-nos em forma de ópera carnavalesca, animada por mais de trinta actores, cantores e músicos, divindades afro-brasileiras, música pop e comentário político. Regressa e sobrevive – é já uma criação de 1995 – porque é um espectáculo sempre à procura da distância exacta entre Tebas e o Brasil contemporâneo.

mais informações aqui.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sebastiane (1976), de Derek Jarman


Director Derek Jarman’s (Caravaggio, The Tempest) feature film debut Sebastiane lays bare the latent homoeroticism that has always lurked beneath the glossy surface of Hollywood biblical epics. Jarman crafts his slyly lurid yet exquisitely poetic historical drama around the martyrdom of St. Sebastian in the same way that Italian Renaissance painters used the image of St. Sebastian to eroticize the male nude. Though audaciously performed entirely in Latin, and carrying the same visual boldness of Jarman’s collaboration with Ken Russell on The Devils, Sebastiane depicts both earthly lust and spiritual yearning with what The Guardian described as “an honesty and directness that’s the absolute opposite of camp.” Sebastiane’s lyricism is supported by one of cult composer Brian Eno’s first and best music scores. Stripped of rank and exiled to a remote Sardinian outpost, Roman soldier and suspected Christian Sebastian (Leonardo Treviglio) becomes the object of his commanding officer Severus’ (Barney James) aggressive desire. As Sebastian turns his back on his fellow soldiers in favor of his own visionary mystical longings, the sun-bleached Mediterranean idyll becomes a psycho-sexual hothouse where predatory desire and religious longing set the stage for a shocking tableau of death and martyrdom. Sebastiane caused a riot when it premiered at the Locarno Film Festival, and was a surprise hit upon its initial release in the UK.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Um treinador de futebol americano e a "Eneida"

Joe Paterno, football coach, liked to talk about the Aeneid. For him Virgil’s epic poem provided in the stolid and long-suffering Aeneas the great object lessons of honor, duty, and courage. Paterno gave speeches about heroism and the Aeneid as early as the 1970s. It’s a central motif of his autobiography, Paterno: By the Book (1989), in which we learn that “Aeneas cannot choose not to found Rome; he’s destined to create it. But he has to wrestle with himself, inch by inch, hour by hour—play by play!—to figure out how to endure the struggle and torment of doing it, and take all the bad breaks along the way.” As recently as 2007, Paterno told GQ that the Aeneid has “probably had as much influence on me as anything in my life.”

Continuar a ler aqui.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Provérbios Latinos §2

Quidquid agis prudenter agas et respice finem.
é um hexâmetro!

Tudo o que faças, faz com cautela, e pergunta porquê.

We invented civilization, and we'll take it back.


As Greece’s blighted economy plunges further into the abyss, the couple are joining with an exodus of Greeks who are fleeing to the countryside and looking to the nation’s rich rural past as a guide to the future. They acknowledge that it is a peculiar undertaking, with more manual labor than they, as college graduates, ever imagined doing. But in a country starved by austerity even as it teeters on the brink of default, it seemed as good a gamble as any. [...] Unemployment in Greece is now 18 percent, rising to 35 percent for young people between the ages of 15 and 29 — up from 12 percent and 24 percent, respectively, in late 2010. [...] Increasingly, as the hard times bite deeper, many Greeks are deciding or being forced to fall back on that last line of defense. [...] Some young Greeks are returning not to the land but to the sea, joining another venerable Greek industry. Since 2008, the number of applications to maritime schools across Greece has quadrupled to nearly 7,000, according to the Naval Ministry. [...]

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Propósito da Maçonaria

vinheta de Fábula de Veneza, de Hugo Pratt
Sempre atento à realidade nacional, achei por bem elucidar os nossos leitores acerca do papel da Maçonaria também no mundo antigo. Segue-se um extracto (pgs. 17-19) de O que é a Maçonaria, de Jorge Ramos, um livrinho publicado pela editora Minerva, no período pós-Revolução (Janeiro de 1975). Acredito que poderá ser muito útil e abrir as mentes. Quero aqui apenas declarar que me sinto revoltado por tanto me ter sido escondido ao longo do meu curso: é injusto que nunca me tenham referido que Constantino já dispunha de telefone.
De facto, os primeiro maçons estavam no conhecimento de antiquíssimas descobertas, revelações e doutrinas que séculos mais tarde haveriam de ser consideradas como novas: antes de Copérnico, Kepler, Galileu e Newton a lei da gravitação fora formulada pelos Magos, milhares de anos antes de Cristo. Os arcanos da astronomia eram já conhecidos 500 anos antes de Cristo por Hicetas e Filolau que foram os grandes vulgarizadores da doutrina secreta de Pitágoras, iniciada em Ecbatane. Os sacerdotes orientais serviram-se da electricidade como se infere do Ramayana, composto 600 anos antes de Cristo e o arquitecto Anthéno, segundo Agathias no De Rebus Justin (Liv. V., cap. 4) «serviu-se da electricidade como uma força» ainda hoje por nós desconhecida, como se serviu igualmente do vapor com a mesma precisão usada por nós. O uso da artilharia vem já dos etruscos, que defenderam com ela a cidade de Narnia contra a invasão de Alarico, conforma o atesta Sozomene na sua História Eclesiástica (Liv. IX, cap. 6) e está provado que o uso de pólvora do canhão fora ensinado aos etruscos pelos «homens superiores que dirigiam as seites secretas», segundo Gerin-Riard na sua Histoire de l'Humanité o afimra baseado na H. Natural de Plínio (II-53 e XXVIII-4) e documentado por Tito Lívio (I-33). Foram os primeiros maçons que inventaram o pára-raios: o historiador Josefo o prova (G. dos J. -V.-44) dizendo-nos que os arquitectos sacerdotais de Memphis criaram «numa armadura metálica com pontas de ouro 24 pára-raios comunicando com poços». O monge de Athos, Panselenus, nos eu célebra manuscrito informa-nos de que a aplicação da química à fotografia, a câmara escura, os aparelhos de óptica, a sensibilização das placas metálicas, etc, etc., eram já processos conhecidos pelos iniciados Jónios. A pirotecnia é também de origem maçónica, pois existiu há milhares de anos em Bizâncio, onde foi introduzida pelos Magos. A bússola era conhecida nos mais recuados tempos da Pérsia: esta invenção dos maçons é citada claramente na Odisseia de Homero e à sua espantosa antiguidade fazem referência Heródoto, Diodoro da Sicília, Jâmblico na sua Vida de Pitágoras, etc., etc. As maravilhas da química orgânica e inorgânica eram conhecidas dos sacerdotes gregos, que nas suas assembleias secretas discutiam as propriedades dos ácidos e dos sais. Em Plotino, Séneca, Quinto Cúrcio, Plínio, Pausânias e outros iniciados encontramos referências aos nossos éter, álcool, etc., e Porfírio no seu livro Da Administração do Império descreve-nos o telefone usado na época de Constantino, invenção «que saiu dos subterrâneos secretos dos remotos tempos de Orfeu» (Vida de Alexandre, por Valerianus). As minas explosivas, como arma de guerra, foram usadas na Caldeia e no Irão há mais de doze mil anos, segundo refere Cláudio, e atribui-se a sua invenção aos sectários de Bharawa, o primeiro legislador dos negros da Índia e iniciado de assombrosa inteligência. 

Séneca e o adolescente

Séneca e o adolescente, de Paulo Ferreira. Uma bela leitura duma desencantada paixão, diria eu.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Outro Blogue Novo A Visitar

aqui, com poesia (original e traduzida), prosa e ensaio,
e de onde saiu este poema [link], de Pedro Tiago:


Apoio técnico (considerações de Penélope)

a minha vida doméstica e íntima é parte desta
mitologia do quotidiano; ficar sentada à janela
a comer uma pêra enquanto troveja, e o meu
amante toma banho para ficar sem o meu
cheiro quando vai trabalhar. tenho a Odisseia
de Homero à cabeceira para ter a certeza de
que nunca serei uma poetisa a sério. depois,
coço as pernas. Iguais às da minha mãe, as pernas.
grandes. e as ancas, de mulher inteira,
de bicho parideiro, de besta mitológica que
origina os pecados mas depois se redime, dando
à luz o Salvador do Mundo. o meu amante abre uma
cerveja e fecha a porta atrás de si. troveja e a pêra
acaba-se, sem mitos nenhuns, espero seminua
o Homero na mesa de cabeceira. se Ulisses
me amasse era tudo mais fácil.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sabedoria da Idade Axial

A iniquidade está ardendo como um fogo
que devora os abrolhos e os espinhos
e ateia um incêndio na floresta,
levantando para o alto turbilhões de fumo.

תצתו לכאת תישו רימש העשר שאכ הרעב-יכזי  17
:ןשע תואג וכבאתיו רעיה יכבסב

Primeiro Isaías 9, 17. Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima: 2008. 
(trad.: Joaquim Carreira das Neves)

Mais do que o incêndio é necessário apagar a hybris.
ὕβριν χρὴ σβεννύναι μάλλον ἢ πυρκαϊήν.

Heraclito DK B43
INCM, Lisboa: 2005. (trad.: Alexandre Costa)

Aristóteles era um Idiota



Nesses seis meses recordara em muitos momentos a primeira sensação que lhe causara o rosto daquela mulher, visto ainda apenas em retrato; mesmo na impressão causada por um simples retrato, lembrava-se, havia alguma coisa de demasiado penoso. Aquele mês, na província, em que a via quase todos os dias, teve sobre ele um efeito terrível, a ponto de o príncipe arredar de si a própria lembrança desse período tão recente. No rosto daquela mulher havia sempre algo de atormentadopr para ele; na sua conversa com Rogójin, o príncipe interpretara essa sensação como sendo a de uma infinita compaixão, e era verdade: aquele rosto, logo a partir do retrato, produzia no seu coração todo o sofrimento da compaixão; e a marca de compaixão e sofrimento que aquela mulher deixara nele e que nunca abandonava o seu coração também agora o não largava. Oh, não, era ainda mais forte. Mas o príncipe não estava satisfeito com o que dissera a Rogójin; e só agora, no instante do aparecimento inesperado dela e através, talvez, de uma sensação espontânea, compreendia o que faltara nas palavras que dissera a Rogójin. Tinham faltado as palavras que pudessem exprimir o terror; sim, o terror! Estava a senti-lo agora, plenamente, neste instante; tinha a certeza, a absoluta certeza, de que esta mulher era louca, e tinha motivos seus, próprios, para pensar assim. Se, por exemplo, quem amasse uma mulher mais do que tudo no mundo, ou antegozasse a possibilidade desse amor, visse de repente essa mulher acorrentada atrás das grades a aser zurzida pelo cacete do guarda, teria sem dúvida uma sensação muito semelhante à que sentia agora o príncipe.

Dostoiévsky. O Idiota. Nina e Filipe Guerra (trad). Editorial Presença: Lisboa (2001)



A tragédia é a mímica dum agir sério, completo, e dum certo porte, e que pelas diversas partes em que vai aparecendo divide o seu doce falar. Não é porém narrando o que acontece, mas sim encenando-o, que ela se consegue servir da compaixão e do terror para chegar à purificação destas patetices paixões.

Aristóteles. Poética. 1449b24-28. Tradução minha.

ἔστιν οὖν τραγῳδία μίμησις πράξεως σπουδαίας καὶ τελείας μέγεθος ἐχούσης, ἡδυσμένῳ λόγῳ χωρὶς ἑκάστῳ τῶν εἰδῶν ἐν τοῖς μορίοις, δρώντων καὶ οὐ δι᾽ἀπαγγελίας, δι᾽ἐλέου καὶ φόβου περαίνουσα τὴν τῶν τοιούτων παθημάτων κάθαρσιν

Imagem aqui.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

L’idea d'Italia negli autori augustei

Conferência 
L’idea d'Italia negli autori augustei 
Prof. Doutor Paolo Fedeli (Università degli Studi di Bari) 
28 de Fevereiro, FLUL, Anfiteatro III, 15 h

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Os Bárbaros

sobre a imagem

[...]
Mas, ai! a nossa raça, sem divino, vagueia na noite,
E vive como no Orco. Presos só ao próprio labor,
Na forja bramante cada um se ouve só a si próprio, 
E com braço possante muito trabalham os bárbaros,
Sem descanso, mas sempre e sempre estéril,
Como as Fúrias, é a labuta destes pobres.
[...]

Hölderlin, O Arquipélago in Hölderlin. Poemas
Instituto de Cultura Alemã de Lisboa: 1945. (trad.: Paulo Quintela)

Ócios do Ofício


um blog a atentar

Provérbios Latinos §1

quod si deficiant vires? audacia certe
     laus erit: in magnis et voluisse sat est.

o que tem, se faltar a força? a coragem tem
     louvor garantido: nos grandes feitos basta ter querido.


Propertius II.10

Let's Play Ancient Greek Punishment!

Os maiores sofredores de todos os tempos, versão interactiva. Uma das páginas mais perturbadoras da internet. Só fica a faltar o Íxion.


e bónus

Sobre as Utopias

Poder-se-ia dar o caso de as línguas estrangeiras se expandirem tanto quanto alguma vez fosse possível e ficar inteiramente aberto a todos os que tivessem aptidão o caminho para as obras mais nobres de cada uma delas; e continuaria a ser um empreendimento notável —que só reuniria à sua volta mais ouvintes, e mais expectantes — se alguém viesse prometer apresentar-nos uma obra de Cícero ou de Platão como esses homens a teriam eles próprios escrito directamente em alemão e agora. E se aparecesse um que nos levasse a acreditar que era capaz de fazer isso não só na sua língua materna, mas até mesmo numa outra estrangeira, esse então havia de ser aos nossos olhos evidentemente o maior mestre na difícil e quase impossível arte de dissolver uns nos outros os espíritos das diferentes línguas. Só que, como se vê, em sentido estrito, isso não seria traduzir, e o objectivo também não seria a mais exacta fruição possível da própria obra; antes resultaria cada vez mais em reconstituição, e, quanto à fruição, uma tal obra de arte ou de artificiosidade só a poderia proporcionar àquele que já antes conhecesse directamente o escritor em causa. E o verdadeiro objectivo só poderia ser, no particular, o de trazer à evidência a relação idêntica que muitas expressões e construções em diversas línguas mantêm com um carácter determinado, e, globalmente, o de ilustrar a língua com o espírito específico de um mestre estrangeiro, mas separando-o e desligando-o inteiramente da sua. Ora, como [...] este assenta numa ficção praticamente impossível de levar a cabo: percebe-se porque razão este método de traduzir só muito comedidamente se pratica, em tentativas que só por si mostram aliás distintamente que não é possível proceder assim em grande escala. Também assim se explica que certamente só excepcionais mestres, que podem permitir-se coisas extraordinárias, possam trabalhar segundo este método; e, com o direito de o fazerem, só aquele que já cumprirram as suas verdadeiras obrigações para com o mundo, e que por isso podem entregar-se de preferência um jogo excitante e algo perigoso.

Friedrich Schleiermacher. Sobre os Diferentes Métodos de Traduzir. José M. Miranda Justo (trad). Elementos Sudoeste: 2003

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

The Earthenware Head

imagem roubada aqui.
Who modelled the head of terracotta?
An American friend. Life-size, the lips half-pursed,
Raw-edged with crusty tooling – a naturalistic attempt
At a likeness that just failed. You did not like it.
I did not like it. Comments magnetised it
For a perverse ritual. What possessed us
To take it with us, in your red bucket-bag?
November fendamp haze, the river unfurling
Dark whorls, ferrying slender willow yellows.
The pollard willows wore comfortless antlers,
Leafless switch-horns. Just past where the field
Broadens and the path strays up to the right
To lose the river, and puzzle for Grantchester,
A chosen willow leaned towards the water.
Above head-height, a twiggy crotch, the socket
Of a healed bole-wound, nearly an owl’s porch,
Made a mythic shrine for your double.
I fitted it firm. And a willow tree
Was a Herm, with your head, watching East
Through those tool-stabbed pupils. We left it
To live the world’s life and weather forever.

You ransacked Thesaurus in your poem about it,
Veiling its mirror, rhyming yourself into safety
From its orphaned fate. But it
Would not leave you. Weeks later
We could not seem to hit on the tree. We did not
Look too hard – just in passing. Already
We did not want to fear, if it had gone,
What witchcraft might nurse it. You never
Said much about it.

What happened?
Maybe nothing happened. Perhaps it’s still
Representing you to the sunrise, happy
In its cold pastoral, lips pursed slightly
As if my touch had only just left it.
Or did boys find it? (And shatter it?) Or
Did the tree too kneel finally?

Surely the river got it. Surely
The river is its chapel. And keeps it. Surely
Your head, made in a furnace, kisses God –
Mudded at the bottom of the Cam,
Beyond recognition or rescue,
All our fears washed from it, and perfect,
Under the stained mournful flow, saluted
Only in summer briefly by the slender
Punt-loads of shadows flitting towards their honey
And the stopped clock.

Evil.
That was what you called the head. Evil.

Ted Hughes, Birthday Letters 
Faber & Faber, Londres: 1998.

Judaica et Romana



Esp. últimos 40 segundos.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Pink Wool Knitted Dress

In your pink wool knitted dress
Before anything had smudged anything
You stood at the altar. Bloomsday. 

Rain—so that a just-bought umbrella
Was the only furnishing about me
Newer than three years inured.
My tie—sole, drab, veteran RAF black—
Was the used-up symbol of a tie.
My cord jacket—thrice-dyed black, exhausted,
Just hanging onto itself.

I was a post-war, utility son-in-law!
Not quite the Frog Prince. Maybe the Swineherd
Stealing this daughter’s pedigree dreams
From under her watchtowered searchlit future.
No ceremony could conscript me
Out of my uniform. I wore my whole wardrobe—
Except for the odd, spare, identical item.
My wedding, like Nature, wanted to hide. [cf. Heraclito DK B123]
However—if we were going to be married
It had better be Westminster Abbey. Why not?
The Dean told us why not. That is how
I learned that I had a Parish Church.
St George of the Chimney Sweeps.
So we squeezed into marriage finally.
Your mother, brave even in this
US Foreign Affairs gamble,
Acted all bridesmaids and all guests,
Even—magnanimity—represented
My family
Who had heard nothing about it.
I had invited only their ancestors.
I had not even confided my theft of you
To a closest friend. For Best Man—my squire
To hold the meanwhile rings—
We requisitioned the sexton. Twist of the outrage:
He was packing children into a bus,
Taking them to the Zoo—in that downpour!
All the prison animals had to be patient
While we married.

You were transfigured.
So slender and new and naked,
A nodding spray of wet lilac.
You shook, you sobbed with joy, you were ocean depth
Brimming with God.
You said you saw the heavens open
And how riches, ready to drop upon us.
Levitated beside you, I stood subjected
To a strange tense: the spellbound future.

In that echo-gaunt, weekday chancel
I see you
Wrestling to contain your flames
In your pink wool knitted dress
And in your eye-pupils—great cut jewels
Jostling their tear-flames, truly like big jewels
Shaken in a dice-cup and held up to me.

Ted Hughes, Birthday Letters
Faber & Faber, Londres: 1998.

Novidades Editoriais Classica Digitalia

(informação recebida pela Origem da Comédia)
O Conselho Editorial dos Classica Digitalia – braço editorial do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da UC – tem o gosto de anunciar dois livros de uma nova série, publicada em parceria com a Imprensa da Universidade de Coimbra. Trata-se da série CLASSICA INSTRVMENTA, dedicada a monografias de História de Arte e de Arqueologia. Todos os volumes dos Classica Digitalia são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital. O eBook correspondente (cujo endereço directo é dado nesta mensagem) encontra-se disponível em acesso livre. O preço indicado diz respeito ao volume impresso. 

NOVIDADES EDITORIAIS 

Colecção “Varia” — Série CLASSICA INSTRVMENTA 
- Rui Morais, A colecção de vasos gregos do Museu de Farmácia (Coimbra, Classica Digitalia/CECH, 2011) 77 p. (a cores). Prefácio de Maria Helena da Rocha Pereira. 
PVP: 17 € / Estudantes: 13 €
- Rui Morais, A colecção de lucernas romanas do Museu de Évora (Coimbra, Classica Digitalia/CECH, 2011) 85 p. (a cores). 
PVP: 17 € / Estudantes: 13 €

domingo, 1 de janeiro de 2012

Thíasos: Uma História

ler a reportagem integral aqui.

O Verdadeiro Two-Face

Bem-vindos a MMDCCLXV ab urbe condita.