terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Novidades Editoriais Classica Digitalia
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Um Café com Homero
Wilhelm Amberg, Leitura do Werther de Goethe (1870) @Alte Nationalgaleria, Berlim |
domingo, 29 de janeiro de 2012
Direito Romano - Particularidades
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Para ti não haverá trevas
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Theo Angelopoulos (1935-2012)
A Esperança na Caixa
E havia o Anjo da Esperança, que era o mais
Temido. Porquê o mais temido? Porque se sabia
Não esperado. Vinha a qualquer momento agarrar
Para a luta combatente, que é diferente da luta
Divergente. O que esfria distancia-se.
'Bacchanale', de John Cage (1938/40)
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
[COIMBRA] Aulas Intensivas de Latim e Grego - Gratuito
Provérbios Latinos §3 (a partir de Pedro Mexia)
Pedro Mexia, aqui.
se nem eu nem tu o fizemos,
foi porque não pudemos: e agora
gabas-te do que só não fizeste porque não conseguiste;
que justiça há nisso? se o tivéssemos podido fazer
bem que teríamos feito.
haec si neque ego neque tu fecimus,
non sivit egestas facere nos: tu nunc tibi
id laudi ducis, quod tunc fecisti inopia;
injuriumst: nam si esset unde id fieret,
faceremus.
Terêncio. Adelphoe.103-107. Tradução minha.
domingo, 22 de janeiro de 2012
O [Outro] Olhar de Ulisses [Το βλέμμα του Οδυσσέα]
«Aquilo que é» é «Ele que é»
«Platão percebera claramente que a explicação filosófica essencial para tudo o que existe devia afinal ser encontrada, não entre aqueles elementos da realidade que estão continuamente a ser gerados e que por isso nunca existem verdadeiramente, mas em alguma coisa que, por não ser gerada, é verdadeiramente, ou existe. Ora tal como foi sublinhado pelo autor desconhecido de Exortação aos Gregos, logo no III século d.C., o que Platão tinha dito era quase exactamente o que diziam agora os cristãos «apenas com a diferença do artigo. Porque Moisés disse: Ele que é; e Platão disse: Aquilo que é.» E é mesmo verdade que «qualquer uma das expressões parece aplicar-se à existência de Deus.» Se Deus é Ele que é, também é Aquilo que é, porque ser alguém é também ser alguma coisa. Contudo, o contrário não é verdadeiro, porque ser alguém é muito mais do que ser alguma coisa.»
Étienne Gilson. Deus e a Filosofia. Trad. Aída Macedo. Lisboa: Edições 70, 2002
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
O olhar de Ulisses
À medida que entravam todos os convidados,
dei-me conta de que tu não estavas. Nada
de estranho, vendo bem, pois não sei
porque haveria de supor o contrário. Simplesmente
não entravas nesse filme, não tinhas sido chamada
para o casting, mesmo se, do recinto em volta
onde se juntava muita gente te tinha entrevisto
de repente, a olhar curiosa os salões
iluminados. Não sei que lógica sustentaria
esse não estares, acontecendo ainda assim
à minha volta, nem sei quantos barcos
haverão de naufragar em torno
antes que o mar volte a ser calmo,
acácias voltem a florir, etc. Há uma ilha
adiante, passo por ela, ou antes,
diviso-a na distância, e mesmo se pedi
aos companheiros para me amarrarem ao mastro
do navio, não é menos devastador o abismo
que se abre, já que é abismo pressentir
no sobressalto o regresso cruel do corpo
adolescente. Assim no cinema disso
te pude escutar, enquanto os olhos
cegavam devagar no fogo de contemplar ao longe
um sol que me puxava para si, e os convidados
provavelmente sem entenderem razões
para o seu próprio movimento, como espectros
continuavam a percorrer os corredores
da casa iluminada. E tilintavam cristais e
uma valsa dolente a todos arrastava, enquanto
o meu olhar fugia pelas janelas abertas, e as mãos
sem o saberem procuravam, ainda em desespero,
o que fosse talvez um pedaço de mar,
como se apenas já se soubessem sossegadas
no naufrágio. As mãos eram os olhos
atravessados do fogo. E simplesmente
não estares tornava tudo branco.
Bernardo Pinto de Almeida, Negócios em Ítaca, Relógio d' Água, 2011
a alta melancolia do deus que foge
LACRYMAE RERUM
Giovanni Prati
Saltem si, rebus fractis, mihi nomina restant!
A voi, fior della terra, a voi, gioconde
Stelle del cielo, i sogni e le speranze
Della ridente gioventù son pari.
Se non che l’astro e il fior passano immuni
Da colpa e da castigo, e noi travaglia
Pur giovinetti una tristezza arcana,
Quando parliam col limpido pianeta
E colle rose.
Sulla verde cima
Delle mie rupi, in margine a’ miei laghi,
Nel silenzio dell’ombra, oh! quante volte
Piansi pur io fanciullo, il ciel mirando
Pien di tremoli fochi o il sottoposto
Pendio stellato di silvestri gigli
E di pervinche!
In verità, si piange
Dunque nel mondo, e sin la primavera
Ha le lacrime sue. Forse non solo
Piangon gli occhi dell’uom, ma la pupilla
Pur dell’avida belva il pianto oscura.
Mai non vedesti, Elisa, un errabondo
Can, che ha smarrito il suo signor, corcarsi
Malinconico in terra? O sotto l’ala
Piegar la testa un povero augelletto
In gabbia d’ôr? Dai perfidi spiragli
Il bel verde de’ campi e il cielo ei guarda,
E la perduta libertà sospira.
Tutte piangon le cose; e i petti affanna
Ciò ch’è nato a perir.
Voi che venite,
Pellegrini del mondo, a questa Roma,
Non per recar nelle native terre
Qualche santo rosario od amuleto,
Ma per chinarvi a interrogar la spoglia
Dell’olimpico Lazio, il pianto vostro
Colle rugiade dell’eterna luna
Qui spargerete, e in qualche ermo cespuglio
Del Palatin la capinera al vento
Lancerà la sua nota.
Or io mi levo
Sulle alture del Celio, e mentre l’ôra
Nei sacri mirti come fa, si tace,
Pellegrini del mondo, a voi favello:
Questa Roma di Dardano, per molti
Rischi di terra e mar, seco ha recato
Colle ceneri d’Ilio il suo destino.
Qua giunse larva nel pensier d’Enea,
E qua crebbe e regnò. L’arido bruco
Nel novilunio suo non altrimenti
Fatto è farfalla. Un’intima possanza
Trasfigura le cose, e dalla morte
Nasce la vita, ed ambedue compagne
Van per la terra, altar di maraviglie
E di ruine.
Ma perpetuo il falco
Garrisce al monte, ma s’abbraccia il Sole
Col perpetuo nettuno e col deserto,
Mentre l’ora dell’uom va più veloce
Che non la rota della sua fortuna
Senza ritorni.
Virïate, il prode
Fulminator dai cantabri dirupi,
Come passò? dov’è l’asta di Brenno?
Dove il biondo cherusco e l’implacato
Cartaginese?
Io per le ripe indarno
Cerco Cesare nostro e le vestali
E i pontefici sacri: odo il galoppo
Del caval d’Alarico, e penso e piango,
Pellegrini del mondo, insiem con voi!
Figlio d’Italia, in vetta alle nevose
Mie tirolesi balze ebbi la cuna
Come il camoscio, e le varcai cantando
Fra’ miei vecchi pastori.
E ancor la squilla
Delle mandre disperse alla boscaglia
Nel cor mi suona, e dalle chiese alpestri
Gemere ascolto il passero solingo,
E rivedo le vie che i battaglioni
Vider di Francia ed or sotto l’accesa
Ferza canicular son traversate
Dal fulmineo ramarro.
Agile e fresca
Allor ne’ polsi mi correa la vita
E nello spirto: allor caro soltanto
M’era il mio borgo, e mi parea più noto
Che non il Tebro, eredità di Giove,
Il più ignoto ruscel delle mie valli.
Oggi, affranto le membra e misto il crine,
Me condusser le Parche alla fatale
Città d’Ascanio; ed ospite pensoso
Odo dalle disfatte are il lamento
Dei numi d’Asia, e porto, a quando a quando,
Sul Gianicolo sacro o l’Aventino
L’alte malinconie del dì che fugge.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
[PORTO] Leituras FLASH: Ovídio
As Leituras FLASH vão ter a sua terceira sessão dedicada ao melhor dos poetas que alguma vez amou.
Às 15h30 do dia 24 de janeiro; quarta-feira, juntamo-nos nos jardins da Faculdade de Letras da Universidade do Porto para ler o poeta romano Ovídio. Começamos com o Livro X das Metamorfoses.Mais informações aqui (site), e aqui (Facebook).
Patrícia, minha querida amiga, sabes que não estivesse eu metido aqui ex Ponto e estaria lá batido.
Filosofia Política Clássica vs Moderna IX
Témis e Egeu (440-430 a.C.) @ Altes Museum, Berlim. |
Outros labirintos
Falarei dos teus olhos, pois de Ariadne
só talvez haja memória
entre as pernas de Teseu.
De Ariadne ou não, os olhos são azuis.
Azuis de um azul muito frágil,
como se ao fazer a cor uma criança
tivesse calculado mal a água.
É um azul diluído, o azul dos teus olhos,
diluído em duas ou três lágrimas
-uma delas minha, pelo menos uma,
as outras tuas, as outras de Ariadne.
Falarei destes olhos. Os de Ariadne,
deles deixarei que seja Teseu a falar.
Falarei desse azul que não vi em Creta,
pois passei a infância numa terra sem mar,
falarei desse azul que não vi em Naxos,
mas vi em Delfos onde, entre colunas,
passava os dias divinamente a fornicar,
indiferente ao oráculo de Apolo.
De resto, que deus grego não me aprovaria?
Que outra coisa se pode fazer na Grécia?
Ali podeis fornicar com toda a gente
- é clássico e barato -,
até com os coronéis.
Agora falarei dos olhos gregos de Ariadne,
que não são de Ariadne nem são gregos,
desses olhos que se fossem música
seriam a música de água dos oboés,
falarei apenas dos olhos do meu amor,
desses olhos de um azul tão azul
que são mesmo o azul dos olhos de Ariadne.
Ariadne, in "Obscuro Domínio"
Poesia Eugénio de Andrade, Modo de Ler, Rosto Editora, Abril 2011, pp.175-176.
(pelo aniversário do poeta, 19 de Janeiro de 1923)
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Litterae Latinae in Rete Omnium Gentium
litteraelatinae.eu
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Mas queremos nós ser imitadores dos Gregos?
Mas queremos nós em geral ser imitadores dos Gregos e, nesse sentido, europeus? E se queremos, porquê? Para responder a esta última pergunta, que é a mais difícil, não basta referir que somos europeus e que só podemos viver no interior da tradição europeia. Se é apenas com labor e contrafeitos que arrastamos connosco esta tradição como se fora uma cadeira pesada, melhor será deixá-la de lado. Mas se a pretensão de sermos novamente autónomos e originais não assentar numa nova missão divina, então apenas pode induzir a barbárie e à crueldade. Sem dúvida, existe uma piedade da alma, um amor, que os Gregos ainda não tinham conhecido, mas uma evolução de dois mil anos mostra que o anelo de justiça, da verdade e da beleza não precisa de ser uma tentação do demónio, que também isto – não é necessário sentir vergonha por tal confessar – é divino, e todo o que sentiu o horror perante a barbárie, que nos ameaça por todos os lados, se sentirá necessariamente impelido a reflectir sobre os primórdios da nossa civilização na Grécia. O ponto de orientação, porém, não é a «educação», a «humanidade», mas o eterno, que os Gregos descobriram, e que neles se manifestou.
Mas não deve assim surgir a impressão de que a imitação humana e divina dos Gregos se excluem mutuamente, como se tivéssemos estritamente de nos decidir por uma ou por outra, como se uma conviesse melhor a um povo, e a outra a outro. Para terminar, observe-se ainda o seguinte: Há um ponto em que devemos ater-nos à humanidade, embora não tenhamos os dotes para ser humanistas, o mínimo de humanidade para o qual não se requer nenhuma dotação particular, ou seja, a reverência perante o homem. O incondicionado que está sobre nós, a justiça sobretudo e a verdade, têm a propriedade fatal de, por vezes, nos levar a esquecer que o incondicionado por nós concebido não é de modo algum o incondicionado. Permite-nos, porém, agir como se pessoalmente fôssemos o incondicionado – e ai, então, dos nossos pobres congéneres! E a explosão é tanto mais violenta quanto maior é a fé com que os homens pretendem estar ao serviço do incondicionado; e a catástrofe é certa quando se crê unanimemente que determinadas instituições são a encarnação do incondicionado. Importa então recordar que cada homem tem a sua própria dignidade e a sua liberdade. Por conseguinte: uma certa urbanidade e condescendência e talvez, o sancte Erasme, um pouquinho da sua ironia!»
Artemidoro
A tua múmia está no Museu Britânico
entre as fileiras tristes do segundo andar.
Alguém ta descobriu num cemitério copta,
que os areais e o tempo haviam ocultado,
por séculos de calma eternidade
que em teu caixão não profanado por
ladrões de sepulturas conheceste.
Secaste assim serenamente, enquanto
quem tu eras se perdeu depressa
nas memórias humanas que habitaste.
Não eras rei, nem príncipe. E célebre
talvez o tenhas sido para os mercadores
que trataram contigo, para os teus amigos
com quem ceavas altas horas, para
tua mulher, teus filhos (só, quando pequenos,
te viam gigantesco e absorto e paternal).
A múmia que ficou de ti (só ressequida pele
rasgada aqui e ali, mostrando os ossos
por onde as sujas ligaduras se soltaram)
não se distingue das outras na fileira
envidraçada em que há decénios pó,
um fino pó, será de ti ou Londres.
Importa o teu caixão, ou mais, a tampa
em que, segundo os usos do teu tempo,
um pintor cujo ofício principal seria
retratar os mortos te compôs um rosto.
É bem possível que tu próprio encomendasses,
risonho e pensativo, esse retrato, ou que,
depois de ter's morrido, teus irmãos de igreja
te hajam decidido e colocado
essa máscara nobre de tragédia,
convencional tragédia em palcos de outro mundo.
Possível é também que esse retrato fosse
menos que tua máscara um rosto
que se escolhia – por ti ou só por eles escolhido
para esse último acto: o de estar morto
de olhos abertos para o que desse e viesse.
E o teu líquido olhar ficou fitando
– num jeito que passou a Creta,
atravessou incólume Veneza,
o Tintoreto e Roma até Toledo,
em que é de Apostolado para o Greco.
Mas para ti e os teus – um pouco egípcios,
um pouco sírios, gregos e romanos,
cristãos e persas: Cristo Pantocrator,
Ísis, Pan-háguia, os anjos e os profetas,
Demeter, a Fortuna, o Jano bifrontal,
Ormuzd e Ariman, Pitágoras, Platão,
o deus Ptah, Adónis, Minotauro,
e as bacantes agitando o tirso –
mas para ti e os teus, entre esse mar
de Ulisses e de António, de Pafos e de Chipre,
e o deserto da Esfinge e dos Colossos
que à madrugada num gemer saúdam,
mas para ti e para os teus, nas margens debruçados
para o murmúrio lamacento que afogou Antínoo –
que seria esse olhar tão líquido e profundo que me fita
envidraçado pela morte e pelas crenças todas
e também pela vidraça que, interposta,
nos não separa menos do que os séculos?
Artemidoro: Escuta! No silêncio ouves
os "buses" que passam, a gralhada que
em salas mais curiosas visitantes fazem.
Que mais escutarás com esses olhos que ouvem
atentamente os breves estalidos que o eterno,
como o romper da aurora nas estátuas,
provoca em nós e em nossas coisas, fissurando
a pouco e pouco a carne, a pele, os ossos, tudo
o que de deuses palpita e ressuscita em nós,
e em que talvez, sereno mercador, nem mesmo acreditasses?
Lisboa, 28 Abril 59
Jorge de Sena, Poesia II, Metamorfoses
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
"Emigro para outro país; estou cansado, é verdade(...)"
IV
Homero em sua desventura queixa-se dos Cimaios¹
«Que fado não permitiu Zeus se apoderasse de mim, era eu ainda infante no regaço de minha mãe! Minha mãe... é Esmirna, cidade de Eólia. Por vontade do Zeus da égide, os povos del-rei Frícon a rodearam outrora de muralhas. Povos do soberano Frícon, cavaleiros indomáveis de velozes corcéis, que se votavam aos trabalhos de Ares com o ardor e ímpeto do fogo! Ah! Esmirna de à beira-mar, açoitada pelas rajadas que sopravam do ponto, e o brando Meles límpido pelo meio da cidade!
Saindo dali proposeram-me as esclarecidas filhas de Zeus (as Musas) que cantássemos os louvores da terra e da civilização (pólin andrôn). Cidadãos insensatos fecharam os ouvidos às vozes divinas. (Mais de um se terá arrependido de haver, para seu opróbrio, urdido a minha desgraça). Resigno-me com a sorte que a divindade me deu, ao nascer. Suportarei com paciência o malogro de minhas aspirações e inspirações. Sou de ânimo altivo e ao corpo... não lhe apetece andar mais pelas ruas de Cime. Emigro para outro país; estou cansado, é verdade; mas devagar se vai ao longe...»
¹ Habitantes de Cime
Homero: Poemetos e Fragmentos; Tradução do Grego,Introdução e Notas do P.ᵉ M. Alves Correia, Colecção de Clássicos Sá da Costa,1947
Leitura pública da «Odisseia»
domingo, 15 de janeiro de 2012
E Phebo Apollo Exaltou-o
sábado, 14 de janeiro de 2012
'Bacantes' no São Luiz
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Sebastiane (1976), de Derek Jarman
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Um treinador de futebol americano e a "Eneida"
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Provérbios Latinos §2
We invented civilization, and we'll take it back.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
A Propósito da Maçonaria
vinheta de Fábula de Veneza, de Hugo Pratt |
De facto, os primeiro maçons estavam no conhecimento de antiquíssimas descobertas, revelações e doutrinas que séculos mais tarde haveriam de ser consideradas como novas: antes de Copérnico, Kepler, Galileu e Newton a lei da gravitação fora formulada pelos Magos, milhares de anos antes de Cristo. Os arcanos da astronomia eram já conhecidos 500 anos antes de Cristo por Hicetas e Filolau que foram os grandes vulgarizadores da doutrina secreta de Pitágoras, iniciada em Ecbatane. Os sacerdotes orientais serviram-se da electricidade como se infere do Ramayana, composto 600 anos antes de Cristo e o arquitecto Anthéno, segundo Agathias no De Rebus Justin (Liv. V., cap. 4) «serviu-se da electricidade como uma força» ainda hoje por nós desconhecida, como se serviu igualmente do vapor com a mesma precisão usada por nós. O uso da artilharia vem já dos etruscos, que defenderam com ela a cidade de Narnia contra a invasão de Alarico, conforma o atesta Sozomene na sua História Eclesiástica (Liv. IX, cap. 6) e está provado que o uso de pólvora do canhão fora ensinado aos etruscos pelos «homens superiores que dirigiam as seites secretas», segundo Gerin-Riard na sua Histoire de l'Humanité o afimra baseado na H. Natural de Plínio (II-53 e XXVIII-4) e documentado por Tito Lívio (I-33). Foram os primeiros maçons que inventaram o pára-raios: o historiador Josefo o prova (G. dos J. -V.-44) dizendo-nos que os arquitectos sacerdotais de Memphis criaram «numa armadura metálica com pontas de ouro 24 pára-raios comunicando com poços». O monge de Athos, Panselenus, nos eu célebra manuscrito informa-nos de que a aplicação da química à fotografia, a câmara escura, os aparelhos de óptica, a sensibilização das placas metálicas, etc, etc., eram já processos conhecidos pelos iniciados Jónios. A pirotecnia é também de origem maçónica, pois existiu há milhares de anos em Bizâncio, onde foi introduzida pelos Magos. A bússola era conhecida nos mais recuados tempos da Pérsia: esta invenção dos maçons é citada claramente na Odisseia de Homero e à sua espantosa antiguidade fazem referência Heródoto, Diodoro da Sicília, Jâmblico na sua Vida de Pitágoras, etc., etc. As maravilhas da química orgânica e inorgânica eram conhecidas dos sacerdotes gregos, que nas suas assembleias secretas discutiam as propriedades dos ácidos e dos sais. Em Plotino, Séneca, Quinto Cúrcio, Plínio, Pausânias e outros iniciados encontramos referências aos nossos éter, álcool, etc., e Porfírio no seu livro Da Administração do Império descreve-nos o telefone usado na época de Constantino, invenção «que saiu dos subterrâneos secretos dos remotos tempos de Orfeu» (Vida de Alexandre, por Valerianus). As minas explosivas, como arma de guerra, foram usadas na Caldeia e no Irão há mais de doze mil anos, segundo refere Cláudio, e atribui-se a sua invenção aos sectários de Bharawa, o primeiro legislador dos negros da Índia e iniciado de assombrosa inteligência.
Séneca e o adolescente
domingo, 8 de janeiro de 2012
Outro Blogue Novo A Visitar
Apoio técnico (considerações de Penélope)
sábado, 7 de janeiro de 2012
Sabedoria da Idade Axial
זי 17 | |
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Aristóteles era um Idiota
Dostoiévsky. O Idiota. Nina e Filipe Guerra (trad). Editorial Presença: Lisboa (2001)
ἔστιν οὖν τραγῳδία μίμησις πράξεως σπουδαίας καὶ τελείας μέγεθος ἐχούσης, ἡδυσμένῳ λόγῳ χωρὶς ἑκάστῳ τῶν εἰδῶν ἐν τοῖς μορίοις, δρώντων καὶ οὐ δι᾽ἀπαγγελίας, δι᾽ἐλέου καὶ φόβου περαίνουσα τὴν τῶν τοιούτων παθημάτων κάθαρσιν
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
L’idea d'Italia negli autori augustei
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Os Bárbaros
sobre a imagem |
Provérbios Latinos §1
Let's Play Ancient Greek Punishment!
Sobre as Utopias
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
The Earthenware Head
imagem roubada aqui. |
An American friend. Life-size, the lips half-pursed,
Raw-edged with crusty tooling – a naturalistic attempt
At a likeness that just failed. You did not like it.
I did not like it. Comments magnetised it
For a perverse ritual. What possessed us
To take it with us, in your red bucket-bag?
November fendamp haze, the river unfurling
Dark whorls, ferrying slender willow yellows.
The pollard willows wore comfortless antlers,
Leafless switch-horns. Just past where the field
Broadens and the path strays up to the right
To lose the river, and puzzle for Grantchester,
A chosen willow leaned towards the water.
Above head-height, a twiggy crotch, the socket
Of a healed bole-wound, nearly an owl’s porch,
Made a mythic shrine for your double.
I fitted it firm. And a willow tree
Was a Herm, with your head, watching East
Through those tool-stabbed pupils. We left it
To live the world’s life and weather forever.
You ransacked Thesaurus in your poem about it,
Veiling its mirror, rhyming yourself into safety
From its orphaned fate. But it
Would not leave you. Weeks later
We could not seem to hit on the tree. We did not
Look too hard – just in passing. Already
We did not want to fear, if it had gone,
What witchcraft might nurse it. You never
Said much about it.
What happened?
Maybe nothing happened. Perhaps it’s still
Representing you to the sunrise, happy
In its cold pastoral, lips pursed slightly
As if my touch had only just left it.
Or did boys find it? (And shatter it?) Or
Did the tree too kneel finally?
Surely the river got it. Surely
The river is its chapel. And keeps it. Surely
Your head, made in a furnace, kisses God –
Mudded at the bottom of the Cam,
Beyond recognition or rescue,
All our fears washed from it, and perfect,
Under the stained mournful flow, saluted
Only in summer briefly by the slender
Punt-loads of shadows flitting towards their honey
And the stopped clock.
Evil.
That was what you called the head. Evil.
Judaica et Romana
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
A Pink Wool Knitted Dress
Before anything had smudged anything
You stood at the altar. Bloomsday.
Rain—so that a just-bought umbrella
Was the only furnishing about me
Newer than three years inured.
My tie—sole, drab, veteran RAF black—
Was the used-up symbol of a tie.
My cord jacket—thrice-dyed black, exhausted,
Just hanging onto itself.
I was a post-war, utility son-in-law!
Not quite the Frog Prince. Maybe the Swineherd
Stealing this daughter’s pedigree dreams
From under her watchtowered searchlit future.
No ceremony could conscript me
Out of my uniform. I wore my whole wardrobe—
Except for the odd, spare, identical item.
My wedding, like Nature, wanted to hide. [cf. Heraclito DK B123]
However—if we were going to be married
It had better be Westminster Abbey. Why not?
The Dean told us why not. That is how
I learned that I had a Parish Church.
St George of the Chimney Sweeps.
So we squeezed into marriage finally.
Your mother, brave even in this
US Foreign Affairs gamble,
Acted all bridesmaids and all guests,
Even—magnanimity—represented
My family
Who had heard nothing about it.
I had invited only their ancestors.
I had not even confided my theft of you
To a closest friend. For Best Man—my squire
To hold the meanwhile rings—
We requisitioned the sexton. Twist of the outrage:
He was packing children into a bus,
Taking them to the Zoo—in that downpour!
All the prison animals had to be patient
While we married.
You were transfigured.
So slender and new and naked,
A nodding spray of wet lilac.
You shook, you sobbed with joy, you were ocean depth
Brimming with God.
You said you saw the heavens open
And how riches, ready to drop upon us.
Levitated beside you, I stood subjected
To a strange tense: the spellbound future.
In that echo-gaunt, weekday chancel
I see you
Wrestling to contain your flames
In your pink wool knitted dress
And in your eye-pupils—great cut jewels
Jostling their tear-flames, truly like big jewels
Shaken in a dice-cup and held up to me.