«Platão percebera claramente que a explicação filosófica essencial para tudo o que existe devia afinal ser encontrada, não entre aqueles elementos da realidade que estão continuamente a ser gerados e que por isso nunca existem verdadeiramente, mas em alguma coisa que, por não ser gerada, é verdadeiramente, ou existe. Ora tal como foi sublinhado pelo autor desconhecido de Exortação aos Gregos, logo no III século d.C., o que Platão tinha dito era quase exactamente o que diziam agora os cristãos «apenas com a diferença do artigo. Porque Moisés disse: Ele que é; e Platão disse: Aquilo que é.» E é mesmo verdade que «qualquer uma das expressões parece aplicar-se à existência de Deus.» Se Deus é Ele que é, também é Aquilo que é, porque ser alguém é também ser alguma coisa. Contudo, o contrário não é verdadeiro, porque ser alguém é muito mais do que ser alguma coisa.»
Étienne Gilson. Deus e a Filosofia. Trad. Aída Macedo. Lisboa: Edições 70, 2002
Ha uma passagem do Heidegger no livro do Kant sobre precisamente esta "transicao" que talvez te interesse. Vou ver se consigo arranjar maneira de a passar para aqui. Abraco, e obrigado! :)
ResponderEliminarFaz isso se puderes sim, Miguel! Terei o maior gosto em ler. Um abraço
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