Santos Silva, que, mal subiu à tribuna, ouviu um sonoro "ohhhhhh" vindo da oposição, chegou a ser pateado pela bancada do PSD. Isso mesmo aconteceu quando decidiu recorrer a figuras da mitologia clássica para caracterizar a distância entre o discurso de Manuela Ferreira Leite, ontem de manhã, e as intervenções da direcção da bancada e do próprio partido: "Que a senhora deputada possa ser nesta hora o Mercúrio capaz de transmitir ao indeciso Janus palavras de sensatez e responsabilidade", disse, recolhendo então uma pateada dos sociais-democratas e aplausos da bancada socialista.
Mas Santos Silva não ficou por aqui. Discorreu ainda sobre "a fala a várias vozes e o olhar em diferentes direcções de Janus", numa comparação com o PSD, sublinhou a "admoestação pública" feita por Ferreira Leite ao seu próprio partido, e, por fim, disse que os tempos actuais exigem "a coragem e a sabedoria de Minerva". [...] Pelo Bloco de Esquerda, Luís Fazenda anotou como curioso que os dois partidos do bloco central tenham como "pitonisa" Manuela Ferreira Leite.
excertos do artigo do Público de 4 de Novembro, por Sofia Rodrigues, Nuno Simas
e Maria José Oliveira, sobre a discussão do orçamento na semana passada.
esclarecimento desnecessário: a Origem não tem qualquer filiação ou simpatia política
e o presente post surge apenas aqui pelas referências, não inéditas no parlamento, à mitologia.
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