O ciclo de três peças O luto vai bem com Electra (Mourning becomes Electra, 1931) de Eugene O’Neill regressa a um palco português, 67 após a sua estreia no Teatro Nacional D. Maria II – sob o título de Electra e os fantasmas –, onde foi encenada por Robles Monteiro, sobre tradução de Henrique Galvão. Numa nova produção da CTA, Rogério de Carvalho dirige Regresso a Casa (Homecoming); Os Caçados (The hunted); e Os Assombrados (The haunted), partindo de uma nova tradução, encomendada a Helena Barbas.
Com esta trilogia, o dramaturgo norte-americano desejou que os seus compatriotas experimentassem – literal, formal e esteticamente –, a imensidão da tragédia, renovando a expectativa do público da Atenas do século V a.C, quando assistia nos festivais dionisíacos a grupos de três tragédias. Inspirando-se na Oresteia, de Ésquilo – trilogia constituída pelas peças Agamémnon, Coéforas e Euménides –, O’Neill situa a acção no final da Guerra da Secessão, em 1865, quando o general vencedor Erza Mannon regressa a casa, na região da Nova Inglaterra (emblema da América genuína, por aí se terem estabelecido os Pilgrim Fathers no século XVII). Tal como Agamémnon, Erza é a primeira vítima da corrupção profunda da família, que se autodestrói pelo crime. Ora, onde Ésquilo buscara um horizonte ético e político onde a lei triunfa sobre a vingança, O’Neill desenha a atmosfera malsã do inconsciente insuspeito e indomável que hipoteca no homem a liberdade de perseguir o bem.
Encenação: Rogério de Carvalho
Tradução: Helena Barbas
Cenário: José Manuel Castanheira
Figurinos: Mariana Sá Nogueira e Patrícia Raposo
Assistente de Figurinos: Miguel Morazzo
Luzes: José Carlos Nascimento
Sonoplastia: Guilherme Frazão
Intérpretes: André Albuquerque, Bernardo Almeida, Celestino Silva, Laura Barbeiro, Marques D' Arede, Miguel Martins, Paulo Guerreiro, São José Correia, Sofia Correia, Teresa Gafeira
1 a 19 DEZEMBRO 2010
Qua e Sáb às 21h30 e Dom às 16h
Duração: cerca de 04h00m
M/12
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