Um ponto de suprema importância em qualquer regime é que a legislação e demais instituições políticas estejam estabelecidas de forma a não constituírem fonte de lucros para os magistrados. Esta circunstância merece especial atenção nos regimes oligárquicos. De facto, nada irrita tanto o povo (que nem se preocupa muito com o afastamento dos cargos governamentais; pelo contrário, até fica satisfeito em ter liberdade para se dedicar aos assuntos particulares) quanto o pressentimento que os magistrados desfalcam o erário público em proveito próprio. Nestas alturas, ressentem-se das duas coisas: de não participar nas honrarias, nem no lucro.
Aristóteles, Política V.1308b31-38
Vega, Lisboa: 1998. (trad.: António Amaral e Carlos Gomes)
Vega, Lisboa: 1998. (trad.: António Amaral e Carlos Gomes)
[μέγιστον δὲ ἐν πάσῃ πολιτείᾳ τὸ καὶ τοῖς νόμοις καὶ τῇ ἄλλῃ οἰκονομίᾳ οὕτω τετάχθαι ὥστε μὴ εἶναι τὰς ἀρχὰς κερδαίνειν.τοῦτο δὲ μάλιστα ἐν ταῖς ὀλιγαρχικαῖς δεῖ τηρεῖν. οὐ γὰρ οὕτως ἀγανακτοῦσιν εἰργόμενοι τοῦ ἄρχειν οἱ πολλοί, ἀλλὰ καὶ χαίρουσιν ἐάν τις ἐᾷ πρὸς τοῖς ἰδίοις σχολάζειν, ὥστ᾽ ἐὰν οἴωνται τὰ κοινὰ κλέπτειν τοὺς ἄρχοντας, τότε γ᾽ ἀμφότερα λυπεῖ, τό τε τῶν τιμῶν μὴ μετέχειν καὶ τὸ τῶν κερδῶν]
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