quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Vertigem das Listas, ou A Irmã de Alexandre

Para um espírito que as aprecia, uma das melhores coisas da wikipédia são as suas variadíssimas listas, que versam sobre os assuntos mais inúteis do mundo. A wikipédia alemã tem uma série de listas só com frases/expressões famosas começadas por cada uma das letras do alfabeto grego a que vim parar quando pesquisava sobre a expressão ζῷον λόγον ἔχον. Ora precisamente no Zeta [Z] encontrei a seguinte narrativa, que confirmou o meu desejo de me dedicar, não sei bem quando, mas ainda antes da próxima década, ao corpo de lendas em torno de Alexandre:
Ζεί και βασιλεύει.
„Er lebt und herrscht als König.“

Neugriechische sprichwörtliche Redensart für: „Es geht ihm unverändert gut.“ Nach der neueren griechischen Volksüberlieferung wurde die Schwester Alexanders des Großen nach ihrem Tod in eine Gorgone, eine Art Nixe verwandelt, die im Wasser lebt und jedes vorbeikommende Boot fragt, ob Alexander noch lebe: „Lebt König Alexander noch?“ („Ζει ο βασιλιάς Αλέξανδρος;“) Lautet die Antwort „nein“, so zieht sie das Schiff mitsamt der ganzen Besatzung zu sich hinab. Die „richtige“ Antwort, die dem Schiffer sein Leben bewahrt, lautet: „Er lebt und herrscht als König.“ („Ζεί και βασιλεύει.“)
Ζεί και βασιλεύει.
"Vive e reina".
Expressão proverbial em grego moderno que significa: [em resposta à pergunta: «E como está o X?»] «Vai tudo bem com ele: continua na mesma». Segundo o folclore grego, a irmã de Alexandre o Grande foi transformada após a sua morte numa Górgona [?: duvido desta informação: deviam ter em mente outro monstro feminino, mas a verdade é que a imagem ao lado, na sua legenda, fala também numa górgona: talvez a concepção do monstro se tenha alterado], uma espécie de Nixe [lembrar que o original foi escrito para um público germânico], que vive na água [noutras fontes, ao que pude apurar na minha brevíssima investigação, especificamente no Mar Egeu] e pergunta a cada barco que passa, se Alexandre ainda vive: «Vive [ainda] Alexandre, o rei?». Se a resposta for «não», ela afunda o navio com toda a sua tripulação. A resposta "certa", que permite ao marinheiro conservar a sua vida, é: «[Alexandre] vive e reina»

3 comentários:

  1. Isto de alguma forma glosa a resposta que o mensageiro dá a Atossa nos "Persas" quando ela lhe pergunta por Xerxes, ele responde-lhe ζή τε και φάος βλέπει.

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  2. Não deixa de ser irónico, tendo em conta que Alexandre, de acordo com a propaganda, atacou os Persas precisamente para vingar a invasão da Grécia por esse mesmo Xerxes. Ainda assim, creio que aquele "reina" introduz uma força que falta ao Ésquilo (e que, no contexto da peça, daria uma assertividade à fala excepcional, ainda que destoando talvez da choradeira final).

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  3. É verdade, João, não tinha pensado nesse aspecto de continuidade (aqui é sequência lógica seria Xerxes como uma versão anterior e decaída de Alexandre, como de resto uma versão decaída e anterior de Dario) mas Xerxes já não tinha exército sobre que reinar e essa é uma parte não menor na questão. A choradeira final é muito melodrama and it befits the situation. Live it alone! Mas concedo que "Geme para me agradar" ainda que fiel não é tradução feliz...

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