segunda-feira, 7 de maio de 2012

Philosophia juvenil - Μειρακιώδης φιλοσοφία)

Lembrei-me disto ao ler este post.


[Sócrates] Repara ainda com quanto ardor e audácia me preparo para afirmar que a Cidade se deva ocupar do estudo da filosofia, exactamente ao contrário do que faz agora.

[Adeimanto] Como assim?

[Sócrates] No presente - disse - os que encetam estes estudos são adolescentes acabados de sair da infância, que no intervalo antes de chegarem à economia doméstica e aos negócios, se aproximam da parte mais difícil e logo dela se afastam - e são estes que são olhados como os melhores filósofos. Pela parte mais difícil entendo a dialéctica. Depois disto, eles julgam fazer muito se, quando convidados, condescendem em ouvir as discussões filosóficas dos outros. É que estão persuadidos de que a filosofia não deve ser mais do que um passatempo. Com a aproximação da velhice e, com raras excepções, a sua luz estingue-se muito mais do que o Sol de Heraclito, na medida em que não se tornam a acender.

[Adeimanto] E o que devem então fazer?

[Sócrates] Precisamente o contrário. Enquanto são adolescentes e crianças devem ocupar-se com uma educação filosófica apropriada à juventude; devem, sobretudo cuidar muito bem dos seus corpos, no tempo em que crescem para a maturidade, assim garantindo o fundamento e o suporte para servir a vida intelectual. Mas com o avanço da idade, quando a alma começa a atingir a maturidade, devem intensificar os exercícios que lhes convêm; e, quando as forças corporais os abandonarem e tiverem passado a idade dos deveres políticos e militares, devem deixar-se, como os animais sagrados, pastar em liberdade, sem outra ocupaçãop séria além da filosofia, excepto como passatempo, caso se deseje que vivam felizes e que, depois da morte, coroem a felicidade da vida que lhes coube com um destino digno no além.



σκόπει δὲ καὶ νῦν ὡς προθύμως καὶ παρακινδυνευτικῶς μέλλω λέγειν, ὅτι τοὐναντίον ἢ νῦν δεῖ τοῦ ἐπιτηδεύματος τούτου πόλιν ἅπτεσθαι.

πῶς;

νῦν μέν, ἦν δ᾽ ἐγώ, οἱ καὶ ἁπτόμενοι μειράκια ὄντα ἄρτι  ἐκ παίδων τὸ μεταξὺ οἰκονομίας καὶ χρηματισμοῦ πλησιάσαντες αὐτοῦ τῷ χαλεπωτάτῳ ἀπαλλάττονται, οἱ φιλοσοφώτατοι ποιούμενοι—λέγω δὲ χαλεπώτατον τὸ περὶ τοὺς λόγους —ἐν δὲ τῷ ἔπειτα, ἐὰν καὶ ἄλλων τοῦτο πραττόντων παρακαλούμενοι ἐθέλωσιν ἀκροαταὶ γίγνεσθαι, μεγάλα ἡγοῦνται, πάρεργον οἰόμενοι αὐτὸ δεῖν πράττειν: πρὸς δὲ τὸ γῆρας ἐκτὸς δή τινων ὀλίγων ἀποσβέννυνται πολὺ μᾶλλον τοῦ Ἡρακλειτείου ἡλίου, ὅσον αὖθις οὐκ ἐξάπτονται.

δεῖ δὲ πῶς; ἔφη.

πᾶν τοὐναντίον: μειράκια μὲν ὄντα καὶ παῖδας μειρακιώδη παιδείαν καὶ φιλοσοφίαν μεταχειρίζεσθαι, τῶν τε σωμάτων, ἐν ᾧ βλαστάνει τε καὶ ἀνδροῦται, εὖ μάλα ἐπιμελεῖσθαι, ὑπηρεσίαν φιλοσοφίᾳ κτωμένους: προϊούσης δὲ τῆς ἡλικίας, ἐν ᾗ ἡ ψυχὴ τελεοῦσθαι ἄρχεται, ἐπιτείνειν τὰ ἐκείνης γυμνάσια: ὅταν δὲ λήγῃ μὲν ἡ ῥώμη, πολιτικῶν δὲ καὶ στρατειῶν ἐκτὸς γίγνηται, τότε ἤδη ἀφέτους νέμεσθαι καὶ μηδὲν ἄλλο πράττειν, ὅτι μὴ πάρεργον, τοὺς μέλλοντας εὐδαιμόνως βιώσεσθαι καὶ τελευτήσαντας τῷ βίῳ τῷ βεβιωμένῳ τὴν ἐκεῖ μοῖραν ἐπιστήσειν πρέπουσαν.

Platão. República 497e-498c. Elísio de Moura (trad).

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