Li no ano passado, durante as férias (que é normalmente quando consigo ler livros de outras editoras), A Arte de Amar, de Ovídio. Bem sei que, segundo os parâmetros dos nossos meios de comunicação, este não é exactamente um livro para as férias; mas, se me custa ver o tempo avançar sem ter lido isto ou aquilo, pois a verdade é que, quanto mais antigo é o livro, mais me sinto compungida a colmatar a lacuna. Assim sendo, li Ovídio debaixo do chapéu-de-sol, humedecendo de vez em quando as páginas com pingos de água que me escorriam dos cabelos, zangando-me com o vento que embaraçava as folhas, entre banhos de mar e de piscina – e concluí que é um título para todas as estações. Independentemente da vénia devida ao poeta (nem está em causa não a fazer – e quase beijo o chão), diverti-me imenso com os seus conselhos aos leitores masculinos sobre as armadilhas em que podem cair quando seduzidos por esses seres falsos, malignos e interesseiros que são as mulheres. (Hoje, Ovídio estaria em todos os telejornais a explicar-se sobre certas afirmações sexistas que faz, não duvido.) Talvez seja daqui que veio a expressão «macho latino»…
UM CRIME OITOCENTISTA
Há 3 dias
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