segunda-feira, 12 de julho de 2010

'Hesído e a Musa', de Gustave Moreau (1891)

Foram elas que, outrora, ensinaram a Hesíodo um belo canto,
enquanto apascentava as suas ovelhas no sopé do Hélicon divino.
E, em primeiro lugar, me dirigiram estas palavras essas deusas,
Musas Olímpicas, filhas de Zeus detentor da égide:
«Pastores do campo, que triste vergonha, só estômagos!
Nós sabemos contar mentiras várias que se assemelham à realidade,
mas sabemos também, se quisermos, dar a conhecer verdades!»

Hesíodo, Teogonia 22-28
INCM, Lisboa: 2005. (trad.: Ana Elias Pinheiro)

[αἵ νύ ποθ᾽ Ἡσίοδον καλὴν ἐδίδαξαν ἀοιδήν,
ἄρνας ποιμαίνονθ᾽ Ἑλικῶνος ὕπο ζαθέοιο.
τόνδε δέ με πρώτιστα θεαὶ πρὸς μῦθον ἔειπον,
Μοῦσαι Ὀλυμπιάδες, κοῦραι Διὸς αἰγιόχοιο:
ποιμένες ἄγραυλοι, κάκ᾽ ἐλέγχεα, γαστέρες οἶον,
ἴδμεν ψεύδεα πολλὰ λέγειν ἐτύμοισιν ὁμοῖα,
ἴδμεν δ᾽, εὖτ᾽ ἐθέλωμεν, ἀληθέα γηρύσασθαι.]

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