Ao sábio, nada é estranho, nem nada impossível.
Τῷ σοφῷ ξένον οὐδὲν οὐδ' ἄπορον.
Antístenes, em D. L. 6.12
Sobre a Ilustração:
Gravura de Giulio Bonasone (possivelmente a partir de um desenho ou de Prospero Fontana ou de Parmigianino), para o Symbolicarum Quaestionum de Achille Bocchi. A inscrição em latim é uma tradução de uma frase que aparece logo num dos primeiríssimos parágrafos (o 21) da secção dedicada a Diógenes, o Cínico, no Livro VI dos Vidas, Opiniões & Ditos dos Famosos da Filosofia, de Diógenes, o Laércio. Eis o passo, com uma tradução algo apressada abaixo (a frase destacada é a que corresponde ao latim da imagem):
Γενόμενος δὲ Ἀθήνησιν Ἀντισθένει παρέβαλε. τοῦ δὲ διωθουμένου διὰ τὸ μηδένα προσίεσθαι, ἐξεβιάζετο τῇ προσεδρίᾳ. καί ποτε τὴν βακτηρίαν ἐπανατειναμένου αὐτῷ τὴν κεφαλὴν ὑποσχών,
“παῖε,” εἶπεν, “οὐ γὰρ εὑρήσεις οὕτω σκληρὸν ξύλον ᾧ με ἀπείρξεις ἕως ἄν τι φαίνῃ λέγων.” τοὐντεῦθεν διήκουσεν αὐτοῦ καὶ ἅτε φυγὰς ὢν ὥρμησεν ἐπὶ τὸν εὐτελῆ βίον.
Uma vez em Atenas, [Diógenes] lançou-se a Antístenes. Embora este o afastasse, por não admitir ninguém, forçou-o pela sua insistência (lit.: assiduidade) . E, uma vez, tendo [Antístenes] levantado o bastão contra ele, [Diógenes], colocando por baixo [do bastão] a sua cabeça, disse: “Bate, pois não descobrirás madeira dura [o suficiente] com a qual me afastes, enquanto for claro que dirás algo”. Daí em diante escutou-o sempre e, sendo um exilado, iniciou-se numa vida simples.
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