quarta-feira, 29 de junho de 2011

Filosofia Política Clássica vs Moderna

Aí tens a razão por que não deves deixar que os nossos tolos te impeçam de seres agradável para com os teus escravos, em vez de os tratares com altiva superioridade. É preferível inspirar respeito do que medo.

[Quare non est quod fastidiosi isti te deterreant quominus servis tuis hilarem te praestes et non superbe superiorem: colant potius te quam timeant.]

Séneca, Cartas a Lucílio V.47.17
Gulbenkian, Lisboa: 2009. (trad.: J. A. Segurado e Campos)

Daqui nasce uma disputa: é melhor ser amado que temido, ou o contrário? A resposta é que se quereria ser uma coisa e outra, mas, uma vez que é difícil acumulá-las, é muito mais seguro ser temido do que amado, se tiver de faltar uma delas. [...] Os homens têm menos escrúpulo em ofender um que se faz amar do que um que se faz temer, porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação, o qual, por os homens serem ruins, a qualquer ocasião de interesse próprio é rompido, ao passo que o temor é mantido pelo medo à pena, que não te abandona jamais.

Maquiavel, O Príncipe 17.2
Temas & Debates, Lisboa: 2008 (trad.: Diogo Pires Aurélio).

[Nasce da questo una disputa: s’elli è meglio essere amato che temuto o e converso. Respondesi che si vorrebbe essere l’uno e l’altro; ma perché gli è difficile accozzarli insieme, è molto più sicuro essere temuto che amato, quando si abbia a mancare dell’uno de’ dua. [...] E li uomini hanno meno respetto a offendere uno che si facci amare che uno che si facci temere; perché l’amore è tenuto da uno vinculo di obligo, il quale, per essere li uomini tristi, da ogni occasione di propria utilità è rotto; ma il timore è tenuto da una paura di pena che non ti abbandona mai.]

terça-feira, 28 de junho de 2011

As Promessas da Filosofia

Séneca, comentando os jogos filosóficos como estes:

Porque vos afastais das vossas grandes promessas, das vossas solenes palavras, com que garantíeis que os meus olhos deixariam de impressionar-se com o brilho do ouro ou das armas, e que eu seria capaz de calcar aos pés, com inabalável firmeza, tudo quanto os outros desejam ou receiam? Porque desceis agora a essas minúcias de gramático? Que dizies? Assim se sobe aos astros? (V. Aen. 9.641) Aquilo que a filosofia me prometeu foi tornar-me igual à divindade. Foi esse o convite que recebi. Por isso vim. Respeite-se, portanto, a palavra dada. Meu caro Lucílio, subtrai-te quanto possível a essas subtilezas, a essas argúcias dos filósofos. À boa formação do espírito convém a clareza e a simplicidade. Ainda que nos restasse muito tempo de vida, haveria que poupá-lo com cuidado, de modo a bastar ao indespensável. Grande estultícia seria aprender inutilidades apesar de uma tão grande escassez de tempo!

Séneca, Cartas a Lucílio V.48.11-12
Gulbenkian, Lisboa: 2009. (trad.: J. A. Segurado e Campos)

[Quid disceditis ab ingentibus promissis et grandia locuti, effecturos vos ut non magis auri fulgor quam gladii praestringat oculos meos, ut ingenti constantia et quod omnes optant et quod omnes timent calcem, ad grammaticorum elementa descenditis? Quid dicitis? sic itur ad astra. Hoc enim est quod mihi philosophia promittit, ut parem deo faciat; ad hoc invitatus sum, ad hoc veni: fidem praesta. [12] Quantum potes ergo, mi Lucili, reduc te ab istis exceptionibus et praescriptinibus philosophorum: aperta decent et simplicia bonitatem. Etiam si multum superesset aetatis, parce dispensandum erat ut sufficeret necessariis: nunc quae dementia est supervacua discere in tanta temporis egestate!]

Tyrtarion

A Accademia Vivarium Novum, da qual já aqui antes falámos, aloja um pequeno grupo de musicação de poemas latinos, o Tyrtarion, que se dedica a exsequi et numeros simul et verborum sensus [seguindo tanto a métrica como o sentido das palavras]. Deixo aqui alguns dos disponíveis online.






Música de tema clássico

domingo, 26 de junho de 2011

Liberdade

Mas é justamente em relação a essa largueza de horizontes — ainda guardada no seu [do conceito de liberdade] étimo — que é possível medir o processo de restrição, e também de secagem, semântica que assinala a sua história posterior. Seja a raiz leuth ou leudh — de que provém a eleutheria grega e a libertas latina — seja o radical sânscrito frya, do qual saem o inglês freedom e o alemão Freiheit, remetem, com efeito, para qualquer coisa que tem a ver com um crescimento, um desabrochar, uma florescência, no próprio significado vegetal das expressões. Se depois se considera a dupla cadeia semântica que daí descende — ou seja, a do amor (Lieben, lief, love, como também, noutro sentido, libet e libido) e a da amizade (friend, Freund) — pode-se deduzir não só uma confirmação desta primigénia conotação afirmativa mas também uma peculiar valência comunitária: o conceito de liberdade, no seu núcleo germinal, alude a uma potência conectiva que cresce e se desenvolve segundo a sua lei interna, a uma expansão, a um desdobramento, que junta os seus membros numa dimensão compartilhada.

Roberto Esposito, Bios - Biopolítica e Filosofia
Edições 70, Lisboa: 2010. (trad.: M. Freitas da Costa) 

Ifigénia

Não há nada mais comum entre os poetas que sacrificar Ifigénia.

(Racine; mais ou menos. Iphigénie)

Cerveja

sábado, 25 de junho de 2011

Macaquinhos de Imitação

A Constituição dos Atenienses, de Aristóteles, é a única sobrevivente de uma colecção de 158 livros do género, preparados no Liceu, cada um dedicado à constituição de uma dada cidade grega. Essa recolha, tivera-nos chegado, seria, indubitavelmente, a nossa maior fonte de informação para a política grega. Pois bem: a Hart Publishing, na impossibilidade de recuperar a série original, resolveu começar tudo de novo e está agora a lançar uma colecção sobre as constituições dos diferentes países do mundo. A seguir.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cursos de História Antiga & Afins

(roubado aqui)

ENTRE MITOS, DEMÓNIOS E MONSTROS
I CURSO entre 22 de Setembro e 27 de Outubro de 2011

EGIPTOLOGIA
IV CURSO entre 12 de Outubro e 21 de Dezembro de 2011

HISTÓRIA DE ROMA
II CURSO entre 3 de Novembro e 6 de Dezembro de 2011

HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
I CURSO entre 19 de Janeiro e 16 de Fevereiro de 2012

quinta-feira, 23 de junho de 2011

The Benefits of a Classical Education

City analysts were showing off the benefits of a classical education as they waited on Tuesday for the Greek parliament to decide whether it would accept tough new conditions for a bailout. The country faced a Sisyphean task, said one, namechecking the king of Corinth who was condemned to roll a rock up a hill only to see it bounce down again, then repeat the task for eternity. Another scribbler compared the challenge facing Greece to the 12 labours of Hercules.

Top prize for erudition, though, went to Nick Parsons of National Australia Bank, who chose the longest day to compare the long Hellenic power struggle to the story of King Theseus and his bride-to-be Hippolyta in A Midsummer Night's Dream. The European Union and the International Monetary Fund had handed enormous power to the Greeks, Parsons argued, just as Theseus handed power to Hippolyta by agreeing to lay down his sword.

ler a triste notícia aqui.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Leitores Atentos §13

as vinhas de Coppola (o F. F., sim).
Ninguém deve vangloriar-se senão do que lhe pertence. O que gostamos na videira é de ver-lhe os sarmentos carregados de fruto, é vê-la fazer tombar as estacas em que se enrola sob o peso dos cachos; ou será que alguém apreciaria mais uma videira de que pendessem uvas de ouro e folhas de ouro? A virtude própria da videira é a fecundidade.

Séneca, Cartas a Lucílio IV.41.7
Gulbenkian, Lisboa: 2009. (trad.: J. A. Segurado e Campos)

Diamantes

Em vez de uvas os cachos do reino deixavam cair sobre a terra diamantes.
— Diamantes, diamantes, diamantes! Há anos que é só isto — queixava-se o produtor.

Gonçalo M. Tavares, O Senhor Brecht
Caminho, Lisboa: 2004.

Édipo e Fausto

E: Delacroix, Eugène, Mephistopheles appears to Faust, 1827, lithograph, 26.1 x 21 cm, Fine Art Museums of San Francisco, San Francisco, California, USA.
D: Delacroix, Eugène, Mephistopheles aloft, 1826, lithograph, 27 x 23 cm, Musée National Delacroix, Paris, France.

"Para uma explicação especial do Fausto nada tenho em toda minha bagagem. Também está o senhor muito bem servido de comentaristas de toda sorte. Ouça: devolva imediatamente todos estes trastes ao círculo do livro de onde vieram [...] Aquilo que lhe está reservado encontrar no Fausto terá de ser encontrado através da intuição [...] Pois o Fausto é um mito autêntico, uma imagem ancestral, em que cada um precisa reencontrar intuitivamente e à sua maneira seu próprio destino e sua essência. 

Museo Gregoriano Etrusco, Edipo e a Esfínge de Tebas, Kylix, c. 470 AC.
Permita-me uma comparação: Que teriam dito os antigos gregos se entre eles e a lenda de Édipo se colocasse um comentarista? - Cada grego trazia em si uma fibra de Édipo, que queria ser tocada diretamente e exigia vibrar à sua maneira. E assim acontece com a nação alemã em relação ao Fausto."

Carta de Jacob Burckhardt a Albert Brenner, citada por Jung em JUNG, C.G. Símbolos da transformação. Tradução de Eva Stern. Revisão técnica de Jette Bonaventure. 7a ed. Petrópolis: Vozes, 2011. p.53, nota 46.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Colóquio: Formas de Acesso ao Saber na Antiguidade Tardia e Alta Idade Média - III. Escola e erudição

(roubado aqui)
O estudo dos fenómenos de transmissão do saber e da tradição textual na Antiguidade Tardia e Alta Idade Média tem vindo a suscitar cada vez mais a atenção dos especialistas em estudos literários e culturais a nível mundial. É um domínio complexo, que às habituais competências dos filológicos classicistas e medievalistas se juntam âmbitos como o da crítica textual, da codicologia, da história dos textos e estudos de recepção, da história das instituições, da cultura tardo-antiga e alto-medieval. 

É também um dos domínios menos explorados, justamente pela complexidade das questões que importa tratar e pela dificuldade que os próprios textos e temas oferecem. Porém, ele revela-se um objecto de estudo crucial para entendermos cabalmente como o saber do mundo clássico (a criação literária, o conhecimento científico, o saber gramatical, o registo da memória) se transmitiu às gerações posteriores, e como moldou a intelectualidade medieval e renascentista, até chegar aos nossos dias e constituir a matriz da nossa identidade cultural e vivência quotidiana.

Em 2008, surgiu a ideia da parte de um grupo investigadores de várias universidades europeias de promover um encontro anual, que reuniria, além dos membros da rede (originariamente, Salamanca, Lisboa, Milão, Trieste), outros convidados do maior renome, alargando assim o âmbito e os temas de discussão. O primeiro encontro realizou-se em 2009 em Salamanca, o segundo em 2010 em Milão.

Será uma oportunidade ímpar para acolhermos em Portugal grandes nomes dos estudos sobre transmissão dos saberes e tradição textual na Antiguidade e Idade Média, como Michael D. Reeve, Veronika von Büren, Carmen Codoñer, Giovanni Polara, Lucio Cristante, Massimo Gioseffi, entre outros.

Em suma, o colóquio internacional Formas de Acesso ao Saber na Antiguidade Tardia e Alta Idade Média. III. Escola e erudição será um grande acontecimento científico, reforçando o estatuto do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa neste campo de estudos.

Entrada Livre

domingo, 19 de junho de 2011

A não perder, mais logo:



























Informação roubada no Facebook de Rodolfo Lopes.

Líbia em Ruínas | Ruínas da Líbia

NATO refused to say Tuesday whether or not it would bomb ancient Roman ruins in Libya if it knew Moammar Gadhafi was hiding military equipment there. "We will strike military vehicles, military forces, military equipment or military infrastructure that threaten Libyan civilians as necessary," a NATO official in Naples told CNN, declining to give his name in discussing internal NATO deliberations. But he said the alliance could not verify rebel claims that Libya's leader may be hiding rocket launchers at the UNESCO World Heritage site of Leptis Magna, a Roman city between the capital Tripoli and rebel-held Misrata. Wing Commander Mike Bracken, a spokesman for NATO's Libya mission, later said it "would be a concern for us that Gadhafi and pro-Gadhafi forces would choose to contravene international law in hiding themselves in such a location."

ler mais aqui.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

To Read the Iliad

This, for Tolstoy, opens the path to regeneration, and is the proper function of art. Vocation - talent - is obedience to an inner need: to fulfil it is the artist's purpose and his duty. Nothing is more false than the view of the artist as a purveyor, or a craftsman whose sole function is to create a beautiful thing, as Flaubert, or Renan, or Maupassant mantain. There is only one human goal, and it is equally binding on all men, landowners, doctors, barons, professors, bankers, peasants: to tell the truth, and be guided by it in action, that is, to do good, and to persuade others to do so. That God exists, or the Iliad is beautiful, or that men have a right to be free and also equal, are all eternal and absolute truths. Therefore we must persuade men to read the Iliad and not pornographic French novels, and to work for an equal society, not a theocratic or political hierarchy.

Isaiah Berlin, "Tolstoy and Enlightenment"
in Russian Thinkers. Penguin, Londres: 2008.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sonnets from the Portuguese - I

I thought once how Theocritus* had sung
Of the sweet years, the dear and wished-for years,
Who each one in a gracious hand appears
To bear a gift for mortals, old or young:
And, as I mused it in his antique tongue,
I saw, in gradual vision through my tears,
The sweet, sad years, the melancholy years,
Those of my own life, who by turns had flung
A shadow across me.  Straightway I was 'ware,
So weeping, how a mystic Shape did move
Behind me, and drew me backward by the hair;
And a voice said in mastery, while I strove, -
"Guess now who holds thee!" -
"Death," I said,
But, there,
The silver answer rang, "Not death, but Love."

Elizabeth Barrett Browning

*Quem me encontra a referência?
[ver comentários  ao post]

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Sabedoria

A filosofia, essa, ensina a agir, não a falar, exige de cada qual que viva segundo as suas leis, de modo que a vida não contradiga as palavras, nem sequer se contradiga a si mesma; importa que todas as nossas acções sejam do mesmo teor. O maior dever — e também  o melhor sintoma — da sabedoria é a concordância entre as palavras e os actos, o sábio será em todas as circunstâncias plenamente iguala  si próprio. "Mas quem será capaz de atingir um tal nível?" Poucos, decerto, mas mesmo assim, alguns! Não escondo que a empresa é difícil; nem te digo que o sábio avançará sempre ao mesmo ritmo, embora o rumo seja sempre o mesmo. Auto-analisa-te, portanto, e verifica se há discordância entre a tua roupa e a tua casa, se és pródigo para contigo mas mesquinho para com os teus, se é frugal a tua ceia mas luxuosa a tua habitação. Adopta de uma vez por todas uma regra de conduta na vida e faz com que toda a tua vida se conforme com essa regra. Há pessoas que se retraem em casa e que se expandem sem inibições fora dela; semelhante variedade de atitudes é viciosa, é indício de um espírito hesitante que ainda não achou o seu ritmo próprio. Posso explicar-te, aliás, donde provém esta inconstância, esta divergência entre os propósitos e as acçções. A causa é que ninguém fixa nitidamente aquilo que quer nem, se o fez, permanece fiel ao seu propósito, antes pretende ir mais além; e não se trata apenas de mudar de objectivo, acaba-se por voltar atrás e de novo cair na situação anteriormente rejeitada e condenada. Em suma, deixando as antigas definições de sabedoria e abarcando numa fórmula todo o ciclo da vida humana, acho que seria bastante dizer isto: a sabedoria consiste em querer, e em não querer, sempre a mesma coisa. Não é necessário acrescentar, como condição, que devemos querer o que é justo, porque só é possível querer sempre a mesma coisa se essa coisa for justa. Ora sucede que as pessoas ignoram o que querem excepto no próprio momento do querer; ninguém determina de uma vez por todas o que deve querer ou não querer; todos os dias se muda de opinião, mudança por vezes diametralmente oposta; para muitos, em suma, a vida não passa de um jogo! Quanto a ti, mantém-te fiel ao propósito que adoptaste, e assim conseguirás talvez atingir o ponto máximo, ou pelo menos um ponto tal que apenas tu compreenderás não ser ainda o máximo.

Séneca, Cartas a Lucílio II.20.2-6
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa: 2009. (trad.: J. A. Segurado e Campos)

[Facere docet philosophia, non dicere, et hoc exigit, ut ad legem suam quisque vivat, ne orationi vita dissentiat vel ipsa inter se vita; unus sit omnium actio[dissentio]num color [sit]. Maximum hoc est et officium sapientiae et indicium, ut verbis opera concordent, ut ipse ubique par sibi idemque sit. 'Quis hoc praestabit?' Pauci, aliqui tamen. Est enim difficile [hoc]; nec hoc dico, sapientem uno semper iturum gradu, sed una via. [3] Observa te itaque, numquid vestis tua domusque dissentiant, numquid in te liberalis sis, in tuos sordidus, numquid cenes frugaliter, aedifices luxuriose; unam semel ad quam vivas regulam prende et ad hanc omnem vitam tuam exaequa. Quidam se domi contrahunt, dilatant foris et extendunt: vitium est haec diversitas et signum vacillantis animi ac nondum habentis tenorem suum. [4] Etiam nunc dicam unde sit ista inconstantia et dissimilitudo rerum consiliorumque: nemo proponit sibi quid velit, nec si proposuit perseverat in eo, sed transilit; nec tantum mutat sed redit et in ea quae deseruit ac damnavit revolvitur. [5] Itaque ut relinquam definitiones sapientiae veteres et totum complectar humanae vitae modum, hoc possum contentus esse: quid est sapientia? semper idem velle atque idem nolle. Licet illam exceptiunculam non adicias, ut rectum sit quod velis; non potest enim cuiquam idem semper placere nisi rectum. [6] Nesciunt ergo homines quid velint nisi illo momento quo volunt; in totum nulli velle aut nolle decretum est; variatur cotidie iudicium et in contrarium vertitur ac plerisque agitur vita per lusum. Preme ergo quod coepisti, et fortasse perduceris aut ad summum aut eo quod summum nondum esse solus intellegas.]

sábado, 11 de junho de 2011

Nomos, Kosmos e Dike em Plutarco - XII Colóquio Internacional da Rede Plutarco 2011

Nomos, Kosmos e Dike em Plutarco
XII Colóquio Internacional da Rede Plutarco 2011
XII International Congress of the “Réseau Thématique Plutarque” 2011
16 e 17 de Junho de 2011, pelas 9h no Instituto Justiça e Paz

Dia / Day 16
Sessão de abertura / Opening session: 9h

Primeira sessão / First session: 9h30m - 13h
Estadistas e Legisladores / Statesmen and lawgivers

9h30: Aurelio Pérez Jiménez (Universidad de Málaga) (aurelioperez@uma.es): Nomos y dikaiosyne como criterio de valoración ética en las Vidas Paralelas

10h: Joaquim Pinheiro (Universidade da Madeira) (pinus@uma.pt): “O sentido de dike nas biografias de Aristides e Catão Censor”

10h30: Ana Isabel Jiménez San Cristóbal (Universidad Complutense de Madrid) (asancristobal@filol.ucm.es): “Jueces, premios y castigos en el Más Allá de Plutarco”

11h: Intervalo para café / Coffe break

11h30: Inés Calero Secall (Universidad de Málaga) (ines@uma.es): “Plutarco y su interpretación de algunas leyes griegas concernientes a la familia y propiedad”

12h: Ália Rodrigues (Universidade de Coimbra) (alia.classicas@gmail.com): “Political reforms in the Lives of Lycurgus and Numa: divine revelation or political lie?”

13h: Almoço / Lunch

Segunda sessão / Second session: 14h30m - 18h
Nomos e kosmos / Nomos and kosmos

14h30: Carlos de Jesus (Universidade de Coimbra) (carlosamjesus@gmail.com): “Kosmos and its derivatives in the Plutarchan works on love”

15h: Nuno Simões Rodrigues (Universidade de Lisboa)(antiguidadeclassica@hotmail.com): “Nomos e kosmos na caracterização do António e da Cleópatra de Plutarco”

15.30: Lautaro Lanzillotta (University of Groningen) (f.l.roig.lanzillotta@rug.nl): “Cosmos and Man in Plutarch: the Correlation between Cosmological and Anthropological Patterns in De genio, De facie and De sera”

16h: Intervalo para café / Coffe break

16h.30: Aldo Setaioli (Università degli Studi di Perugia) (aldosetaioli@tin.it): “The Daimon in Timarchus’ Cosmic Vision (Plu. De Genio Socr. 22, 590B-592E)”

17h: Angelo Meriani (Università degli Studi di Salerno): “Il significato musicale del termine nomos in Plutarco” (a.meriani@unisa.it)

17h.30: Stefano Amendola (Università degli Studi di Salerno): “Un nomos atopos? I baffi degli Efori (Plut. Cleomen. 9; Ser. num. 550B; Schol. ad Hes. Op. 722)” (stefano.amendola@alice.it)

20h: Jantar / Dinner

21h.30: Theatrical performance: “Ensaio sobre a cicuta” / “Essay on the hemlock”


Dia / Day 17

Terceira sessão / Third session: 9h30m - 13h
Caminhos para dike / The path to dike

9h30: Francesco Becchi (Università degli Studi di Firenze) (francesco.becchi@unifi.it): “La nozione di giustizia nel suo sviluppo storico: la giustizia come valore primario del pensiero etico e politico di Plutarco”

10h: Paola Volpe Cacciatore (Università degli Studi di Salerno) (pavolpe@unisa.it): “La giustizia del saggio: una polemica di Plutarco contro gli Stoici”

10h30: Miguel Herrero de Jáuregui (Universidad Complutense de Madrid - investigador Ramón y Cajal) (miguelhdj@yahoo.es): “Dike como persona mítica en Plutarco”

11h: Intervalo para café / Coffe break

11h30: Angelo Casanova (Università degli Studi di Firenze) (casanova@unifi.it): “La giustizia nel Grillo e la conclusione del dialogo”

12h: Marcello Tozza (Universidad de Málaga) (marcello.tozza@hotmail.it): “Animali parlanti e giustizia in Plutarco ed Omero”

Quarta sessão / Fourth session: 14h30m - 18h
Tensões conceptuais e justiça no Além / Conceptual tensions and justice in the afterlife

14h30: Françoise Frazier (Université de Paris Ouest - Nanterre La Défense) (francoise.frazier@yahoo.fr): “Quand sont enfreints justice, ordre et loi : ἀδικία, ἀκοσμία, ἀνομία chez Plutarque”

15h: Paola Corrente (Universidad Complutense de Madrid) (paolacorrens@gmail.com): “Los contrarios en la génesis del kosmos: Osiris y Tifón y sus paralelos orientales (De Is. et Os. 371A-C)”

15h30: Luc Van der Stockt (Katholieke Universiteit Leuven) (Luc.VanderStockt@arts.kuleuven.be): “Eunomia in heaven and on earth. Plutarch’s nomos between rhetoric and science”

16h: Intervalo para café / Coffe break

16h30: Michiel Meeusen (Katholieke Universiteit Leuven) (Michiel.Meeusen@arts.kuleuven.be): “How to treat a bee-sting? On the aspects of virtue and physics in Q.N. 35-36”

17h: Israel Muñoz Gallarte (University of Groningen) (sulpice52@gmail.com): “Punishment in the afterlife”

17h30: Mónica Durán Mañas (Universidad Complutense de Madrid) (monicaduran21@gmail.com): “Pericles, un modelo de dikaiosyne”

18h30: Sessão de encerramento / Closing session

20h: Jantar / Dinner

quinta-feira, 9 de junho de 2011

XIII Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico — Semana de 10 de Junho a 16 de Junho

10/06 (Sexta)

Ensaio Sobre a Cicuta, a partir das peças platónicas.
Origem da Comédia em parceria com Thíasos - Grupo de Teatro Clássico.
Ruínas Romanas de Conímbriga, 21:30.

*

 11/06 (Sábado)

A Sogra, de Terêncio, pelo Thíasos - Grupo de Teatro Clássico
Museu Machado de Castro, Coimbra, 21:30. 

*
16/06 (Sexta)

Ensaio Sobre a Cicuta, a partir das peças platónicas.
Origem da Comédia em parceria com Thíasos - Grupo de Teatro Clássico.
Instituto Justiça & Paz, Coimbra, 21:30.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tróia Para Visitar

Após quase duas décadas ao abandono, as ruínas romanas de Tróia abrem hoje ao público com visitas guiadas, resultado de um investimento de mais de 150 mil euros. Classificadas como monumento nacional desde 1910, aquelas ruínas incluem estruturas com cerca de dois mil anos de história. As ruínas romanas de Tróia são, na opinião de Jorge Alarcão, presidente da comissão científica que estudou o espaço, "a mais antiga zona arqueológica a ser escavada, ainda no tempo em que a rainha D. Maria I era infanta", sendo alvo de pesquisas e estudos ao longo de mais de 400 anos. O espaço que agora fica disponível para ser visitado inclui uma zona residencial, termas, necrópoles, um mausoléu e uma basílica paleocristã, inseridos num "complexo de produção de salgas de peixe que, posteriormente, se tornou um aglomerado urbano", conforme explica Inês Vaz Pinto, que coordenou a equipa de arqueólogos.

ler mais aqui

segunda-feira, 6 de junho de 2011

e tu: és um raposa ou um ouriço?

There is a line among the fragments of the Greek poet Archilochus which says: "The fox knows many things, but the hedgehog knows one big thing". Scholars have differed about the correct interpretation of these dark words, which may mean no more than that the fox, for all his cunning, is defeated by the hedgehog's one defence. But, taken figuratively, the words can be made to yield a sense in which they mark one of the deepest differences which divide writers and thinkers, and, it may be, human beings in general. For there exists a great chasm between those, on the one side, who relate everything to a single central vision, one system, less or more coherent or articulate, in terms of which they understand, think and feel — a single, universal, organising principle in terms of which alone all that they are and say has significance — and, on the other side, those who pursue many ends, often unrelated and very contradictory, connected, if at all, only in some de facto way, for some pyschological or physiological cause, related to no moral or aesthetic principle. These last lead lives, performe acts and entertain ideas that are centrifugal rather than centripal; their thought is scattered or diffused, moving on many levels, seizing upon the essence of a vast variety of experiences and objects for what they are themselves, without, consciously or unconsciously, seeking to fit them into, or exclude from, any one unchanging, all-embracing, sometimes self-contradictory and incomplete, at times fanatical, unitary inner vision. The first kind of intellectual and artistic personality belongs to the hedgehogs, the second to the foxes; and without insisting on a rigid classification, we may, without too much fear of contradiction, say that, in this sense, Dante belongs to the first category, Shakespeare to the second; Plato, Lucretius, Pascal, Hegel, Dostoevsky, Nietzsche, Ibsen, Proust are, in varying degrees, hedgehogs; Herodotus, Aristotle, Montaigne, Erasmus, Molière, Goethe, Pushkin, Balzac, Joyce are foxes.

Isaiah Berlin, "The Hedgehog and The Fox — An Essay on Tolstoy's View of History"
in Russian Thinkers. Penguin, Londres: 2008.

domingo, 5 de junho de 2011

Poesia de tema clássico

Old Poet with Distant Admirers

What I lost was not a part of this.
The dark-blistered foxgloves, wet berries
Glinting from shadow, small ferns and stones,

Seem fragments, in the observing mind,
Of its ritual power. Old age
Singles them out as though by first-light,

As though a still-life, preserving some
Portion of the soul's feast, went with me
Everywhere, to be hung in strange rooms,

Loneliness being what it is. If
I knew the exact coin for tribute,
Defeat might be bought, processional

Silence gesture its tokens of earth
At my mouth: as in the great death-songs
Of Propertius (althoug he died young).

Geoffrey Hill, Selected Poems, Penguin Books, 2006

sábado, 4 de junho de 2011

Poesia de título clássico

Tristia: 1891-1938

A Valediction to Osip Mandelstam

Difficult friend, I would have preferred
You to them. The dead keep their sealed lives
And again I am too late. Too late
The salutes, dust-clouds and brazen cries.

Images rear from desolation
Like ruins upon a plain.
A few men glare at their hands; others
Grovel for food in the roadside field.

Tragedy has all under regard.
It will not touch us but it is there -
Flawless, insatiate - hard summer sky
Feasting on this, reaching its own end.

Geoffrey Hill, Selected Poems, Penguin Books, 2006

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Fonte Grega

Para quem escreve Grego, um website com uma colecção de tipos de letra bastante diferentes do normal, e lindíssimos.

Aqui