Aí tens a razão por que não deves deixar que os nossos tolos te impeçam de seres agradável para com os teus escravos, em vez de os tratares com altiva superioridade. É preferível inspirar respeito do que medo.
[Quare non est quod fastidiosi isti te deterreant quominus servis tuis hilarem te praestes et non superbe superiorem: colant potius te quam timeant.]
Séneca, Cartas a Lucílio V.47.17
Gulbenkian, Lisboa: 2009. (trad.: J. A. Segurado e Campos)
Daqui nasce uma disputa: é melhor ser amado que temido, ou o contrário? A resposta é que se quereria ser uma coisa e outra, mas, uma vez que é difícil acumulá-las, é muito mais seguro ser temido do que amado, se tiver de faltar uma delas. [...] Os homens têm menos escrúpulo em ofender um que se faz amar do que um que se faz temer, porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação, o qual, por os homens serem ruins, a qualquer ocasião de interesse próprio é rompido, ao passo que o temor é mantido pelo medo à pena, que não te abandona jamais.
Maquiavel, O Príncipe 17.2
Temas & Debates, Lisboa: 2008 (trad.: Diogo Pires Aurélio).
[Nasce da questo una disputa: s’elli è meglio essere amato che temuto o e converso. Respondesi che si vorrebbe essere l’uno e l’altro; ma perché gli è difficile accozzarli insieme, è molto più sicuro essere temuto che amato, quando si abbia a mancare dell’uno de’ dua. [...] E li uomini hanno meno respetto a offendere uno che si facci amare che uno che si facci temere; perché l’amore è tenuto da uno vinculo di obligo, il quale, per essere li uomini tristi, da ogni occasione di propria utilità è rotto; ma il timore è tenuto da una paura di pena che non ti abbandona mai.]
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