sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Estórias Da Roma Antiga - I






















Acabam de ser publicados dois romances cuja acção decorre no tempo do Império Romano, razão por que aqui fazemos eco do seu lançamento. Por curiosa coincidência, os dois têm um subtexto cristão, um mais explicitamente programático, outro, por seu lado, mais liberal no tratamento da matéria, parece. A Aletheia (agradeço à Ália por me ter chamado a atenção) lançou Calista, a Escultora Grega - Uma Narrativa do Século III, do Cardeal Newman, sem dúvida a propósito da recente beatificação do autor, aquando da visita de Bento XVI a Inglaterra.

De acordo com o resumo disponível, a acção «desenrola-se nos primórdios do Cristianismo, no nordeste do continente africano, perto de Cartago, cerca do ano 250 DC, durante o reinado do Imperador Décio. A encantadora e talentosa jovem grega Calista, juntamente com o seu irmão Aristo, aplica as suas artes na loja de Jucundus, na pequena cidade de província Sicca, decorando imagens pagãs de deuses, ídolos e outros itens de adoração. Calista sente o vazio e a inoperância do mundo romano e até do mundo grego de moralidade e filosofia, e nunca acreditou nos seus deuses. É por isso tentada pela beleza do Cristianismo pelo sobrinho de Juccundus que tenta persuadi-la a casar com ele. Será, no entanto, o bispo de Cartago, S. Cipriano, e S. Lucas, cujo evengelho o primeiro lhe dá a ler quando é atirada para a prisão falsamente acusada de ser cristã, que a converterá definitivamente. Calista acaba por ser baptizada numa cerimónia na prisão, vindo a ser brutalmente martirizada pouco depois.»

Pela Sextante saiu A Assombrosa Viagem de Pompónio Flato, de Eduardo Mendoza. «No século I da nossa era, Pompónio Flato viaja pelos confins do Império Romano em busca de águas com efeitos prodigiosos. O acaso e a precariedade da sua sorte levam-no a Nazaré, onde vai ser executado o carpinteiro da aldeia, acusado do assassinato brutal de um rico cidadão. Contra a sua vontade, Pompónio vê-se imerso na investigação do crime, contratado por um extraordinário cliente: o filho do carpinteiro, criança cândida e singular, convencida da inocência do pai. Cruzando os géneros histórico, policial, hagiográfico e a paródia de todos eles, eis a obra mais insólita e surpreendente de Eduardo Mendoza, e também uma das mais ferozmente divertidas», ou assim o diz a editora.

Confesso que ambos me intrigam: este último pela premissa-promessa de um certo humor, o primeiro por abordar um período que cada vez mais me fascina, em boa medida precisamente pela turbulência religiosa desses séculos. Fica aqui a publicidade, então, para os interessados.

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