Agamben como Filipe em O Evangelho Segundo São Mateus (1964), de P. P. Pasolini com um agradecimento ao Miguel por me ter chamado a atenção para o facto |
Il principio della legge è dunque la divisione. E la partizione fondamentale delal legge ebraica è quella tra Ebrei e non-Ebrei — nelle parole di Paolo: Ioudaíoi e ethnê. Nella Biblia, infatti, il concetto «popolo» è sempre già diviso: am e goj (pl. gojim). Am è Israele, il popolo eletto, col quale Jahvé ha concluso una berit, un patto; gojim sono gli altri popoli. La Settanta traduce am con laos e gojim con ethnê. (Comincia qui un capitolo fondamentale nella storia semantica del termine «popolo», che sarebbe pertinente seguire sino all'uso odierno dell'aggettivo «etnico» nel sintagma «conflitti etnici»; altrettanto interessante sarebbe indagare le ragioni che hanno indotto la Settanta a non ricorrere all'altro termine greco per popolo, così prestigioso nella nostra tradizione filosofico-politica: dêmos. In ogni caso, si vede qui con chiarezza come il termine «popolo» sia sempre già diviso, traversato da una faglia teologico-politica originaria).
Giorgio Agamben, Il Tempo Che Resta. Un Commento alla Lettera ai Romani.
Bollati Boringhieri, Turim: 2000, pg. 50
lembra o "político" do Platão.
ResponderEliminarTambém me lembrei do diálogo, mas pela negativa. De facto, o Estrangeiro de Eleia parece não conhecer a palavra «povo» enquanto entidade política pelo menos dupla (ou seja: uma entidade que implica outra entidade semelhante mas à qual eu recuso reconhecer essa semelhança e que é marcada precisamente pelo contrário: a diferença — que a sêmantica reproduz, como aponta Agamben) até ao epílogo, quando discute a necessidade de se misturarem os diferentes caracteres dos cidadãos (os mais espirituosos e os mais prudentes) e onde evoca o perigo de, se uma das personalidades dominar, a cidade se lançar na guerra contra outras 'póleis' ou de, pelo contrário, ser escravizada por invasores. É sintomático que ele recuse, ainda na diérese inicial, no "erro" do Jovem Sócrates, a distinção entre gregos e bárbaros, exigindo conceptualmente (e este advérbio é importante, porque é, apesar de tudo, questionável se devemos retirar consequências políticas /fortes/ de um apontamento metodológico) o tratamento unitário dos seres humanos (que ele, de resto, nem reconhece como verdadeiramente à parte dos animais, insistindo em (n)os subsumir nesta classe). Por outro lado, no mito do cosmos invertido, o deus pastoreia a humanidade como um todo: não há política (e a política é sempre, como dizia Schmitt, um «pluriverso», ou seja, implica a pluralidade dos povos). O ideal da política, no fundo, seria não existir. Em suma, e retomando a questão central, não me parece que a oposição de um povo face aos outros todos (que para ele existem, de facto, como um todo, irrelevantemente das suas diferenças: até os meus aliados são um outro, simplesmente um outro meu amigo) desempenhe um papel muito importante no 'Político' de Platão. Seria de convocar aqui mais, ainda que talvez sobretudo em chave irónia, o 'Menéxeno'.
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