Albrecht Dürer, Cupid the Honey Thief [roubado aqui] |
uma abelha adormecida
calhou não ver e foi picado.
Com o dedo ferido
da mão se pôs a gritar,
e a toda a pressa esvoaçou
para junto da bela Citereia:
“Estou perdido, mãe! – dizia –,
estou perdido e às portas da morte!
Uma serpente me mordeu, pequenina,
dessas com asas a que chamam
abelha os agricultores.”
Ela lhe respondeu: “Se o ferrão
te magoa, o de uma abelha,
quanto julgas tu que magoas,
Eros, aqueles que tu atinges?”
[Ἔρως ποτ’ ἐν ῥόδοισι/ κοιμωμένην μέλιτταν/ οὐκ εἶδεν, ἀλλ’ ἐτρώθη./ τὸν δάκτυλον παταχθείς/ τᾶς χειρὸς ὠλόλυξε,/ δραμὼν δὲ καὶ πετασθείς/ πρὸς τὴν καλὴν Κυθήρην/ ’ὄλωλα, μῆτερ,’ εἶπεν,/ ’ὄλωλα κἀποθνήσκω·/ ὄφις μ’ ἔτυψε μικρός/ πτερωτός, ὃν καλοῦσιν/ μέλιτταν οἱ γεωργοί.’/ ἃ δ’ εἶπεν· ‘εἰ τὸ κέντρον/ πονεῖς τὸ τᾶς μελίττας,/ πόσον δοκεῖς πονοῦσιν,/ Ἔρως, ὅσους σὺ βάλλεις;’]
Anacreontea 35
Fluir Perene, Coimbra: 2009 (trad.: Carlos Jesus). [online aqui].
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