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'Sobre o Agamémnon de Ésquilo', de Victor Gonçalves
Fora disto, com Ésquilo regressamos à Grécia, não à caricatura em que se transformou actualmente, mas a uma Grécia mítica, embora situada na história. A Grécia Trágica, antes do socratismo estético – racionalização dos sentimentos, emoções e valores –, continua a fascinar. Esquecemos (numa táctica a que os franceses chamam “forclusion”) as pequenas determinantes do dia-a-dia, o que havia de humano, demasiado humano, e emolduramos uma maneira de viver que se arriscava constante e inelutavelmente na morte para se inscrever no panteão da glória. Continuamos a comemorar essa cultura do heróico, muitas vezes contra a verdade (o seu lado risível) que facilmente nos dão uma filologia ou arqueologia. Percebemos que mais do que regressar à Grécia, queremos viver a hipótese de outra humanidade.
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