sábado, 30 de abril de 2011

Onde te dói?


_ Poderei falar, ou meia-volta – e vou-me?
_ Não compreendes tu que o ouvir-te me exaspera?
_ Onde mais te dói: no ouvido ou na consciência?
_ A ti que te importa, doa onde doer?
_ O culpado fere-te a alma: eu, as orelhas.

Antígone (315ss, diálogo entre Créon e o guarda)

εἰπεῖν τι δώσεις , ἢ στραφεὶς οὕτως ἴω;
οὐκ οἶσθα καὶ νῦν ὡς ἀνιαρῶς λέγεις ;
ἐν τοῖσιν ὠσιν ἢ ᾿πὶ τῇ ψυχῇ δάκνει;
τί δὲ ρὑθμίζεις τὴν ἐμὴν λύπην ὅπου;
ὁ δρῶν σ᾿ἀνιᾷ τὰς φρένας , τὰ δ᾿ὦτ᾿ἐγώ.

SÓFOCLES. Antígone. Tradução de Guilherme de Almeida. In: Três tragédias gregas. Antígone, Prometeu aprisionado, Ájax. Edição bilíngue: grego-português. Tradução de Guilherme de Almeida e de Trajano Vieira. Participação especial de Haroldo de campos. São Paulo: Perspectiva, 2007.

Sem comentários:

Enviar um comentário