quinta-feira, 8 de maio de 2014

Quem sabe é como quem não lê

Trazemos mais uma vez à Origem Salvatore Settis, o grande historiador d'arte italiano. Na opinião deste humilde escriba este pequeno livro que vai aqui ser citado devia ser leitura obrigatória para qualquer pessoa que pretenda fazer uma apologia ou um ataque à cultura greco-latina. Se os deuses o derem ainda um dia o traduzirei integralmente.


O tipo de concepção que assume instintivamente o valor sopranacional e fundacional do "clássico" é antes de mais uma herança ofuscada pelo elevado estatuto de que a educação "clássica" gozou até há bem pouco tempo; é no entanto muito característico do nosso tempo que essa mesma noção seja capaz de resistir, e até mesmo de se reforçar, ao mesmo tempo que o lugar da cultura "clássica" nos percurso educativos se vai diminuindo cada vez mais a cada dia. Nestas circunstâncias é de facto bastante fácil usar e perpetuar impunemente o estereótipo da "classicidade" como berço e baluarte do Ocidente, visto que decresce drasticamente o número de cidadãos com a capacidade de duvidar dessas afirmações com conhecimento de causa.

Salvatore Settis. Futuro del "classico". Einaudi (2004) Trad. minha.

Tale concezione, che dà per scontato il valore preternazionale e fondativo del "classico", è prima di tutto un'eredità appannata dello statuto alto dell'educazione "classica" che fu in vigore fin a ieri; ma è assai caratteristico del nostro tempo che essa possa resistere, e anzi consolidarsi, proprio mentre il posto della cultura "classica" nei percorsi educativi e nella cultura generale si restringe ogni giorno di più. In questo quadro è infatti piú facile usare e perpetuare impunemente lo stereotipo della "classicità" come culla e sanzione dell'Ocidente, dato che decresce drasticamente il numero dei cittadini che potrebbero essere in grado di dubitarne con cognizione di causa.

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