sábado, 31 de maio de 2014

Coitadas das que não jogam ao amor!


A musicação é do grande Pedro Tritónio (1465-1525),
do qual por outro motivo já noutro sítio escrevi.

Coitadas das que não jogam ao amor,
Nem lavam em vinho doce a sua tristeza, e tremem
Com medo da censura dos seus tios!

Um rapaz com asas roubou-te a agulha, a linha,
E a atenção que prestavas às artes de Minerva,
Neobule: o brilhante Hebro de Lipára,

Ele a lavar os ombros ungidos nas ondas do Tibre...
A andar a cavalo... Nem Belerofonte é melhor!
Não há punho nem pernas que o vençam!

Como é astuto ao caçar na clareira os veados
Que fogem confusos pela manada, como salta
Sobre o javali que se escondia nos arbustos!

Horácio. Odes III.12. Tradução minha.

Miserarum est neque amori dare ludum
Neque dulci mala vino lavere aut exanimari
Metuentes patruæ verbera linguæ

Tibi qualum Cytherea puer ales tibi telas
Operosæque Minervæ studium aufert,
Neobule, Liparæi nitor Hebri.

Simul unctos Tiberinis umeros lavit in undis,
Eques ipso melior Bellerophonte,
Neque pugno neque segni pede victus;

Catus idem per apertum fugientis agitato
Grege cervos jaculari et celer arto
Latitantem fruticeto excipere aprum.

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