domingo, 22 de setembro de 2013

Odysseia — Proémio

Ὀδυσσείας τὸ φροίμιον

Άνδρα μοι έννεπε, Μοῦσα, πολύτροπον, ὃς μάλα πολλὰ
πλάγχθη, επεὶ Τροίης ἱερὸν πτολίεθρον έπερσε·
πολλῶν δ' ανθρώπων ίδεν άστεα καὶ νόον έγνω,
πολλὰ δ' ὅ γ' εν πόντῳ πάθεν άλγεα ὃν κατὰ θυμόν,
αρνύμενος ἥν τε ψυχὴν καὶ νόστον ἑταίρων.
αλλ' ουδ' ὧς ἑτάρους ερρύσατο, ἱέμενός περ·
αυτῶν γὰρ σφετέρῃσιν ατασθαλίῃσιν όλοντο,
νήπιοι, οἳ κατὰ βοῦς Ὑπερίονος Ηελίοιο
ήσθιον· αυτὰρ ὁ τοῖσιν αφείλετο νόστιμον ῆμαρ.
τῶν ἁμόθεν γε, θεά, θύγατερ Διός, ειπὲ καὶ ἡμῖν.

Fala-me, Musa, do homem astuto que tanto vagueou,
depois que de Tróia destrui a cidadela sagrada.
Muitos foram os povos cujas cidades observou,
cujos espíritos conheceu; e foram muitos no mar
os sofrimentos por que passou para salvar a vida,
para conseguir o retorno dos companheiros a suas casas.
Mas a eles, embora o quisesse, não logrou salvar.
Não, pereceram devido à sua loucura,
insensatos, que devoraram o gado sagrado de Hiperíon,
o Sol – e assim lhes negou o deus o dia do retorno.
Destas coisas fala-nos agora, ó deusa, filha de Zeus.

Homero. Odisseia. I.1-11. Tradução de Frederico Lourenço.

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