Aí onde o assombro assoma, a esperança nada pode.
πῶς οὖν μάχωμαι θνητός ὤν θείᾳ τύχῃ;
ὅπου τό δεινόν, ἐλπίς οὐδέν ὠφελεῖ.*
Este é um excerto da Erifile de Sófocles (frg. 201f, edição Loeb por Lloyd-Jones), que a maioria dos estudiosos considera ser a mesma peça que Os Epígonos, mas que, a tratar-se de uma peça independente, pode muito possivelmente ter feito parte de uma trilogia, juntamente com a peça com que é confundida e o Alcméon, sobre a expedição dos Epígonos, os filhos dos Sete que atacaram Tebas, liderados por Polinices, o filho de Édipo, aquele cujo enterro será proibido por Creonte, édito que Antígona desafiará (isto é apenas para situar os menos familiarizados com o ciclo tebano). Erifile, esposa de Anfiarau, um dos Sete, subornada por Polinices, acaba por convencer o marido a participar na expedição contra Tebas. Ele sabe que vai morrer (por isso não queria partir, mas, não interessa agora explicar porquê, estava obrigado a obedecer ao juízo da mulher, nesta situação específica) e obriga, por isso, os filhos a vingarem-no. Alcméon, o mais velho, um dos Epígonos, antes ou depois de partir para Tebas, acaba por matar a mãe. Isto é tudo o que sabemos do mito. Da forma como Sófocles o tratou, nada podemos aduzir com segurança: os poucos fragmentos não nos dão grande ideia de como ele terá pegado no assunto.
*Sei que os acentos estão mal, mas a escolha era entre ter isto ou nada.
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