As escavações no anfiteatro da antiga cidade romana de Conimbriga deverão começar em 2012/2013, no âmbito de uma intervenção que vai pôr a descoberto este "edifício único no país" e "dos poucos" da Península Ibérica.
Com cerca de dois mil anos, o anfiteatro é "um caso único no país em termos de estado de conservação" e a intervenção planeada pelo Museu Monográfico de Conimbriga vai permitir visitar e conhecer o que, no mundo romano, era um espaço com capacidade para 4500 a 5000 espectadores. "Acho que é o único edifício do género existente em Portugal que tem condições de ser mostrado às pessoas", disse o diretor do Museu Monográfico de Conimbriga, Virgílio Correia, à agência Lusa.
Resolvido recentemente o "processo moroso" de aquisição de terrenos contíguos ao perímetro visitável das Ruínas de Conimbriga, com uma área de cerca de 8000 metros quadrados, o Museu passa a ser proprietário da totalidade do anfiteatro, em cuja arena aconteciam os jogos de gladiadores.
A intervenção, inserida numa candidatura ao programa PROVERE e cujo concurso público de escolha da equipa projetista se encontra aberto, incide na zona que liga as Ruínas de Conimbriga à aldeia de Condeixa-a-Velha (situada no concelho de Condeixa-a-Nova) e deverá começar em 2012 ou 2013.
O diretor do Museu pretende iniciar as escavações no anfiteatro "desde logo", abrindo o espaço ao público durante os trabalhos, que serão desenvolvidos a "longo prazo e em permanência".
Parte do anfiteatro encontra-se debaixo de casas da aldeia e nesta estão a descoberto e bem conservadas três entradas para o edifício romano. Sondagens feitas nos últimos anos permitiram detetar outra entrada principal no extremo oposto da construção e verificar o bom estado de conservação do monumento, segundo o diretor do Museu.
A intervenção de 1,5 milhões de euros vai permitir duplicar o circuito de visita às Ruínas de Conimbriga, que passará a incluir ainda, além do anfiteatro, a parte norte da casa dos repuxos e um viaduto.
"Só temos 17% da área da cidade escavada, mas provavelmente nunca vai haver um aumento espetacular da área escavada (...). Vale a pena ter o essencial da cidade visível e visitável", disse Virgílio Correia.
Construído num vale, e em forma de elipse, o monumento tem dimensões de 90 por 60 metros e mais de 20 metros de altura. Virgílio Correia considera que, depois da intervenção, poderá ser utilizado para outras finalidades, nomeadamente espetáculos. Os níveis originais do anfiteatro da cidade da antiga Lusitânia encontram-se soterrados entre 3,5 a 4 metros abaixo dos níveis atuais do solo.
Virgílio Correia prevê que esta requalificação vá aumentar o número de visitantes a Conimbriga e alargar o período de permanência na zona, podendo ser também "um motor de desenvolvimento" para a região e, nomeadamente, para Condeixa-a-Velha, onde se prevê instalar uma entrada para o circuito arqueológico.
notícia tirada daqui.
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