terça-feira, 11 de maio de 2010

Acabado de Chegar de Inglaterra, Depois de Escapar à Nuvem do Eyjafjallajökull

No final da introdução, os autores, expondo os critérios para a escolha dos textos, explicam:
Turning to the subject of Christianity, we thought it safe to leave aside, as familiar, matters of its early history and self-definition — likewise, therefore, Eusebius, whose work is readily available in convenient translations. We left out what even small institutional libraries can usually supply — the range of texts of the church fathers, of which several readily accesible series of translations exist.
Ainda a semana passada precisei de consultar as histórias eclesiásticas de alguns autores cristãos do século V e qual não foi o meu espanto ao descobrir que, de acordo com o catálogo online, em toda a universidade não existia senão um exemplar dos ditos cujos livros na Biblioteca Joanina. Valeu-me uma professora, que me deu a conhecer a edição clássica do século XIX dos textos da Patrologia Latina e Grega, escondidos numa obscura sala do Instituto de História Económica e Social (!?), herança dos tempos em que a Faculdade hoje de Letras era a Faculdade de Teologia. Aparentemente, algumas vozes já terão expresso a sua vontade de se livrarem daqueles volumes antigos e poeirentos, que, para mais, ocupam ainda umas quatro estantes inteiras.
Quanto às traduções, escusado será referir que, regra geral, não existem (salvo Santo Agostinho, no INCM). À editora Alcalá devemos o que temos, com a sua colecção Philokalia. Aí, sob a direcção de Isidro Lamelas, começaram a aparecer alguns textos dos primeiros séculos do cristianismo, num projecto, aparentemente abandonado, de que resultaram ainda seis volumes e onde encontramos nomes como Orósio (o Commonitorium e o Livro Apologético), Tertuliano (o Apologeticus) e Clemente Romano (a Carta aos Coríntios), bem como O Pastor, de Hermas, e textos anónimos como o A Diogneto. Infelizmente, é com grande dificuldade que se encontram no mercado, mesmo se existem (não acreditem na Wook). Entretanto, o mesmo Isidro Lamelas lançou na Tenacitas uma tradução dos textos apócrifos de São Paulo em 2009, o que nos obriga a estar atentos à editora de futuro: quiçá teremos mais livros para breve.
Enquanto isso, vamos consumindo as «several readily accesible series of translations» inglesas.

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